A taxa de juros básica da economia, a mais popular dentre as taxas, é a que norteia o rumo do consumo e crédito do país. A taxa Selic mantida atualmente em 13,75% pode estimular ou retrair a atividade econômica e assim, controlar a inflação. No momento, o índice inflacionário está em 3,94% no acumulado de 12 meses, com base em maio de 2023. Portando, a taxa de juros e inflação possuem uma relação direta.
Indo mais além, você deve estar pensando, isso afeta os meus investimentos? A decisão de onde aplicar deve considerar mais do que apenas as características do ativo. É necessário pensar em questões relacionadas à economia, como o próprio impacto da taxa de juros e da inflação nos investimentos. A ligação dos dois índices interfere na rentabilidade, por exemplo.
Para que serve a taxa básica de juros da economia?
A Selic corresponde ao valor que orienta as demais taxas de juros praticadas no país, tanto que também afeta as operações financeiras realizadas e é definida pelo Banco Central. Seu funcionamento envolve dois aspectos importantes:
- O primeiro tem relação com os empréstimos realizados entre as instituições financeiras, que são lastreados em títulos do Tesouro Nacional, e dão origem ao CDI (certificado de depósito interbancário).
- O segundo tem relação à média ponderada dessas transações interbancárias, que resultam na definição da Selic, balizando, portanto, as taxas de juros praticadas no mercado nacional.
Por ser um instrumento da política monetária, a taxa de juros serve para o direcionamento da economia. Certo? Então, normalmente, uma taxa baixa estimula o desenvolvimento, enquanto uma taxa alta tende a frear a atividade econômica. A Selic serve de referência para todas as outras taxas do mercado e funciona como um tipo de piso, ou seja, as demais taxas são cobradas a partir do patamar estabelecido.
O índice também é usado como um indicador para a remuneração de certos investimentos de renda fixa, fortalecendo a sua relevância na economia brasileira. A partir desse cenário, o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne a cada 45 dias e, com base em informações do mercado e projeções econômicas, decide manter, aumentar ou reduzir a taxa de juros.
O resultado se propaga para o sistema de negociação de títulos do Tesouro e afeta toda a economia. Por isso, a importância de entender como é a taxa Selic e a forma como afeta os investimentos faz diferença nos retornos da sua carteira.
Abaixo, veja mais sobre esse assunto e nas dicas que nosso especialista!
E como a inflação funciona?
A inflação é o índice geral que mede o aumento dos preços dos bens e serviços, mensurando os custos de produção da atividade econômica. O índice de preços impacta a atividade da economia do Brasil, por exemplo:
- Quando a economia cresce, há mais produção e consumo, aumentando a demanda e pressionando os valores, causando aumento dos preços desses itens.
- Quando o Banco Central entra em ação, através da política monetária, elevando a taxa básica de juros, o acesso ao crédito cai, reduzindo o consumo da população e por consequência, da inflação.
Outro lado da situação é que o aumento dos preços prejudica as famílias de renda mais baixa, por diminuir o poder de compra, ou seja, o mesmo salário não dá conta de arcar com tudo como antes. Se a inflação crescer muito comparado ao mês anterior, o valor total dos custos fixos também vão aumentar, como alimentação.
Para ficar atento aos movimentos do mercado, você pode acompanhar pelo site do IBGE que mensura ambos índices da inflação, como o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). A instituição mostra qual é a porcentagem por mês e também variação de ano para ano.
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Quais são os tipos de inflação?
A inflação se divide em vários tipos e classificações. Cada uma possui um efeito e uma causa, movimentando a economia como um todo. Depende de qual é a inflação, os mecanismos de controle são diferentes para conseguir equilibrar a atividade econômica.
Existe a inflação de demanda, inflação de inercial e por aí vai. Confira os 10 tipos aqui.
Qual a relação entre taxa de juros e inflação?
Na prática, a taxa de juros pode ser utilizada como uma ferramenta para controlar a inflação, justamente porque é uma forma de implementar a política monetária do país. Por exemplo, uma taxa de juros baixa favorece o acesso ao crédito e estimula o consumo da população. Isso pode gerar um aumento de demanda e de circulação de dinheiro na economia, o que tende a forçar a inflação para cima por conta do aumento de demanda.
Além disso, uma taxa de juros elevada restringe o acesso ao crédito, reduz o consumo e diminui a demanda. Sendo assim, o aumento pode servir para reduzir a atividade econômica e, consequentemente, para conter o avanço da inflação pela queda de demanda.
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Como isso afeta os investimentos?
A Selic e a inflação afeta os seus investimentos. Quando há uma tendência de alta na taxa de juros, isso eleva a atratividade da renda fixa e vice-versa. As aplicações financeiras pós-fixadas tendem a ter um rendimento atrelado à Selic, como o Tesouro Selic, ou ao CDI, por exemplo.
Assim os investidores ficam mais atraídos pela renda fixa e ativos de menores riscos, fazendo com que as flutuações da taxa de juros afetam todo o mercado financeiro e também podem interferir na sua tomada de decisão para compor a carteira.
Já no segundo caso, a queda da Selic pode valorizar as ações. Afinal, as empresas têm mais acesso a crédito, uso do cheque especial e há um estímulo ao consumo, o que pode favorecer o aumento dos resultados com os juros cobrados. Com a diminuição da atratividade da renda fixa, muitos investidores seguem para a renda variável, ocasionando uma ampliação de demanda e de liquidez, o que pode melhorar a performance do mercado.
A inflação também interfere nos investimentos, sendo que o impacto principal ocorre sobre a rentabilidade real dos seus aportes, tanto de renda fixa quanto de renda variável.
Isso ocorre porque a inflação gera uma perda no poder de compra, diminuindo o valor do dinheiro ao longo do tempo. Logo, para um investimento ter retorno real, é preciso que ele renda acima da inflação. Se a taxa inflacionária sobe, maiores são as chances de os investimentos não cumprirem esse objetivo.
Por que é importante conhecer esses dois conceitos?
Como você viu, tanto a taxa de juros quanto a inflação podem afetar os investimentos. Por isso, conhecer como elas funcionam e se relacionam é essencial para tomar decisões quanto aos seus aportes financeiros.
Assim, além de considerar seu perfil de investidor e seus objetivos pessoais, vale identificar a movimentação dos juros e inflação para fazer escolhas para a sua carteira. Por exemplo, acompanhando os movimentos é possível definir meios de se proteger da inflação.
Também pode ser o caso de buscar estratégias que o ajudem a aproveitar as movimentações da taxa de juros. Isso permite que você aproveite as oportunidades ou desvie de ameaças que possam surgir.
Por fim, lembre-se de que a diversificação dos seus investimentos é uma estratégia importante para manter seu portfólio sólido e alinhado às suas necessidades — em qualquer cenário econômico. Para melhores resultados conte com uma instituição financeira de qualidade.
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