O investimento em Ações para o longo prazo deve ser orientado por indicadores e análises que indiquem a capacidade da empresa de gerar resultados. Entre as alternativas para essa avaliação, há o preço dividido pelo capital de giro.
Ele utiliza a diferença entre ativos e passivos circulantes e a relação com o preço da Ação para apontar padrões e oportunidades. Desse modo, você tem a chance de aprofundar seu entendimento da companhia ao fazer aportes.
A seguir, veja como o indicador é calculado e conheça alternativas que são igualmente relevantes na análise de um negócio!
O que é o capital de giro?
Antes de entender o indicador propriamente dito, é preciso compreender do que se trata o capital de giro. Basicamente, o conceito representa o montante necessário para uma empresa custear suas operações durante determinado período.
Podemos dizer, então, que se trata do valor que a empresa deve ter guardado para cumprir com as suas obrigações, caso seja necessário.
O cálculo é dado da seguinte forma:
Capital de giro = Ativos circulantes – Passivos circulantes
Os ativos circulantes são todos os valores que compõem o patrimônio da empresa. É o resultado da soma de contas a receber, valores em estoque e fundo de caixa, por exemplo. Já os passivos circulantes refletem as dívidas e saídas, como contas a pagar e valores comprometidos.
Quanto maior for o resultado da equação, maior é a necessidade de capital de giro para que o negócio se mantenha saudável.
E atenção: se o resultado for negativo, não significa que não é necessário contar com os recursos. Na verdade, representa que a velocidade de geração de ativos não acompanha o volume de passivos. Isso pode ser um sinal de alerta.
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Para que serve o capital de giro?
O capital de giro é um dos indicadores financeiros mais importantes em um negócio. Como dito, ele envolve o valor necessário para a empresa manter as suas operações em determinado período. Ou seja, ter condições adequadas em relação à saúde financeira.
Ele é especialmente importante no começo de um negócio. Logo no princípio, é natural que o empreendimento ainda não tenha uma carteira consolidada de clientes, o que pode afetar o faturamento. Nesse cenário, o capital de giro ajuda a empresa a continuar no mercado.
O montante também auxilia a sustentar o negócio mesmo diante de imprevistos. Se ocorrer uma queda nas vendas ou até a suspensão de atividades, por exemplo, é o valor que mantém a situação da empresa e permite que ela continue a atuar.
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Ainda assim, o ideal é que o resultado do cálculo do capital de giro não seja muito pequeno. Afinal, ele está relacionado ao fluxo de caixa, ao passivo circulante e ao ativo circulante. Se ele for muito baixo é sinal de que os ativos não são tão superiores aos passivos e isso pode apontar para algum tipo de dificuldade do negócio.
O que é o preço dividido pelo capital de giro?
Dentre os indicadores financeiros que representam a situação do negócio, o preço dividido pelo capital de giro traz informações importantes. Também conhecido como P/Capital de giro, ele representa a relação entre o preço da Ação e o capital de giro de uma empresa.
Usar tal indicador permite encontrar potenciais oportunidades de investimentos. Isso acontece, especialmente, quando o indicador está abaixo de 1. Como o capital de giro envolve os ativos circulantes, o resultado pode significar que os papéis estão subprecificados.
Além disso, um capital de giro maior pode indicar, em certas situações, que a empresa tem menos dívidas (ou passivos circulantes líquidos). Assim, ele é utilizado para verificar se a situação financeira está favorável.
Como calcular esse indicador?
Para calcular o preço dividido pelo capital de giro, é necessário considerar a cotação das Ações, a quantidade de papéis e o valor dos passivos e ativos circulantes. Assim, a fórmula é dada por:
P/Capital de giro = Preço da Ação / Capital de giro por Ação
Imagine que uma empresa tem 2 milhões de Ações e a cotação é de R$ 2,00. Os ativos circulantes são 10 milhões e os passivos circulantes são 4 milhões. Com isso, o P/Capital de giro será de 0,67.
Um aumento em algum elemento (como os passivos circulantes ou a cotação) aumentaria o indicador. Isso poderia indicar que a empresa está endividada ou que teve início a valorização do ativo, por exemplo.
Como você pode ver, o valor do preço dividido pelo capital de giro não dá informações por si mesmo. É preciso entender como avaliá-lo no contexto. Então o ideal é utilizar o indicador aliado a outras ferramentas para ter uma visão completa da empresa.
Por que fazer uma análise fundamentalista de Ações?
Você já sabe como calcular o preço dividido pelo capital de giro de uma Ação. Agora, como utilizá-lo da melhor forma? Ele faz parte da análise fundamentalista de Ações. Que tal sabermos mais sobre a importância de executar esse tipo de avaliação?
Basicamente, a análise fundamentalista permite que você conheça os pilares e o desempenho financeiro de uma empresa. Assim, é possível entender a sua capacidade de valorização no longo prazo, bem como o nível de risco que envolve determinado investimento.
Com a análise, torna-se viável conhecer a situação da empresa, seu posicionamento em relação ao mercado e as tendências de crescimento ou valorização, por exemplo. Portanto, ela é essencial para ajudar na tomada de decisão.
Em relação aos riscos, a análise dos fundamentos está relacionada ao equilíbrio da carteira. Ela ajuda a encontrar empresas mais sólidas e com riscos que satisfaçam seu perfil de investidor. Antes de selecionar um ativo da bolsa de valores, você pode avaliar se é realmente interessante.
A análise fundamentalista também pode ser feita em relação a um ETF ou até mesmo a uma carteira recomendada. Assim, você conhece melhor a composição dos investimentos e pode definir se ele faz sentido para as suas expectativas e para o seu apetite ao risco.
Quais são outros indicadores úteis para a sua análise?
Como você viu, o preço dividido pelo capital de giro é apenas um dos indicadores usados para avaliar Ações. Por isso, o ideal é conhecer outros indicadores, saber o que eles representam e como podem ser calculados.
A seguir, veja quais são as principais alternativas!
P/L
O indicador preço sobre lucro é um dos mais importantes na análise fundamentalista. Ele também ajuda a identificar se o valor de uma Ação está superdimensionado ou se está subdimensionado. Assim, é possível identificar o melhor momento de comprar e de vender.
Para calculá-lo, é preciso dividir o preço de mercado das Ações pelo lucro por Ação (LPA). O LPA é obtido dividindo o número de papéis que a empresa tem pelo lucro obtido no período considerado. Então se chega ao valor de cada Ação correspondente ao lucro.
A análise do múltiplo P/L pode seguir diversos caminhos. Um valor abaixo de 1 costuma indicar que o preço do papel está subdimensionado. Logo, há espaço para crescimento por conta da valorização quando o mercado precificar a Ação conforme seu valor, por exemplo.
Já um resultado mais alto pode representar tanto uma grande valorização no mercado quanto a dificuldade de gerar lucro líquido. Se o seu interesse for comparar fundamentos de empresas diferentes, deve-se usar sempre companhias do mesmo setor.
Além disso, lembre-se de nunca utilizar um indicador de maneira isolada, pois ele pode não oferecer informações completas. Caberá a você definir, com base em outras análises, se a precificação de uma empresa no momento indica oportunidades ou não.
P/VP
O P/VP nada mais é que o preço da Ação dividido pelo valor patrimonial (VP) correspondente a ela. Assim como o múltiplo anterior, ele oferece dados para entender a disposição do mercado em pagar pela companhia.
A fórmula e é dada por:
P/VP = Valor da ação / Patrimônio líquido por ação
Por exemplo, se a empresa tiver 10 milhões de Ações e um patrimônio líquido de R$ 300 milhões, seu VPA é de 30. Em um momento em que a cotação é de R$ 5 por papel, o P/VP é de 0,17.
É comum que a análise indique que valores baixos de P/VP indicam oportunidades, porque o preço estaria subdimensionado. Contudo, é preciso utilizar outros indicadores em conjunto para entender se a situação da empresa está satisfatória.
P/EBITDA
O EBITDA representa o lucro que é obtido antes do desconto das despesas financeiras de impostos, depreciação e amortização. Então, ele é semelhante ao lucro operacional.
O cálculo é feito da seguinte forma:
P/EBITDA = Preço por Ação / EBITDA por Ação
Considere um negócio com 5 milhões de Ações e um EBITDA de R$ 200 milhões. No momento, o preço do papel é de R$ 15. Então, o P/EBITDA é dado por 0,375.
Assim como outros indicadores do mercado, o valor menor pode significar uma oportunidade para o investimento. No entanto, com essa análise, também é preciso considerar o comportamento ligado ao lucro operacional e ao ganho líquido.
Uma empresa que está enquadrada em certo regime de tributação pode ter que pagar muito Imposto de Renda e isso afetar seu lucro líquido, por exemplo. Com o P/EBITDA, a análise não considera essa saída.
Assim, se os valores entre P/EBITDA e P/L forem muito discrepantes, pode apontar para a dificuldade do negócio em obter um bom nível de lucro. Como você pode ver, a consideração de diversos indicadores é útil para ter mais embasamento nas decisões.
PSR
O Price Sales Ratio é um indicador que considera a receita operacional líquida, em vez de ter o lucro líquido como base. Também pode ser uma boa alternativa para favorecer a análise de empresas quanto ao longo prazo.
Basicamente, ele é dado pelo seguinte cálculo:
PSR = Valor de mercado da empresa / Receita operacional líquida no período
Em geral, as Ações com menor valor apontam para um subdimensionamento e para o potencial de crescimento. Afinal, isso representa que o negócio consegue gerar mais receitas que o seu valor de mercado.
Já um aumento no indicador pode indicar a valorização no mercado. Em alguns casos, o investidor pode utilizar o dado para pensar sobre a venda de Ações em busca de lucro na bolsa.
DY
O Dividend Yield envolve a capacidade de pagamento de dividendos das empresas. No Brasil, toda companhia de capital aberto é obrigada a compartilhar parte de seus lucros. Muitos investidores montam uma carteira focando no recebimento de proventos.
Se é o seu caso, vale a pena considerar o DY para avaliar as condições da companhia. Ele é uma forma de encontrar alternativas com melhor potencial de pagamento recorrente.
O cálculo é dado da seguinte maneira:
DY = Dividendos pagos por Ação / Cotação da Ação antes da distribuição
Em geral, quanto maior é o percentual de DY, maior tende a ser a capacidade do negócio de remunerar investidores dessa forma. O indicador também pode demonstrar a saúde da gestão financeira. Afinal, o pagamento de proventos só ocorre quando há um desempenho favorável.
Mas fique atento, pois avaliar o DY de maneira isolada pode passar uma imagem equivocada da companhia. O ideal é conferir o histórico de pagamento para saber se os lucros foram consistentes. Também vale a pena considerar outros indicadores para ver se o negócio continua com boas perspectivas para o futuro.
ROE
Por fim, o ROE é mais um indicador fundamentalista relevante. O Return on Equity também é conhecido como Retorno sobre Patrimônio Líquido. Pode ser interessante usá-lo em conjunto com o preço dividido pelo capital de giro e os outros indicadores que você conheceu até aqui.
O cálculo é dado pela seguinte equação:
ROE = Lucro líquido / Patrimônio líquido
Normalmente, um valor maior de ROE aponta uma capacidade elevada do negócio de gerar retorno. Porém, é preciso analisar com cuidado, pois pode ser apenas o reflexo de um patrimônio pequeno ou muito menor que os ganhos, por exemplo.
Como vimos, o preço dividido pelo capital de giro é um indicador valoroso para compor uma análise fundamentalista de Ações. De forma complementar com outros índices que apresentamos, você tem a chance de tomar uma decisão alinhada com o seu perfil e com as suas expectativas!
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