Os Fundos de Investimento em Participações são diferentes da maioria dos fundos de investimento que encontramos no mercado. Um FIP pode comprar ações de companhias de capital aberto, debêntures conversíveis, bônus de subscrição, mas também pode investir em empresas de capital fechado.
De maneira geral, o objetivo de um FIP é participar do processo de decisão das empresas nas quais ele investe. O fundo, portanto, visa obter influência na definição da política estratégica e na gestão das companhias que fazem parte do seu portfólio.
No mercado brasileiro, o PFIN11 é um dos principais FIPs disponíveis aos investidores qualificados. Quer saber mais sobre este Fundo de Investimento em Participações? Então continue a leitura e conheça o PFIN11!
Entendendo os Fundos de Investimento em Participação
Antes de explicar sobre o PFIN11, é importante entender em detalhes o que é um Fundo de Investimento em Participação. Um FIP, assim como outros fundos de investimento, funciona como uma espécie de condomínio, no qual investidores se juntam para investir visando um mesmo objetivo.
Há a presença das três agentes principais, que existem em qualquer tipo de fundo. São eles:
- o cotista, que é o participante (investidor) que adquiriu cotas do fundo;
- o administrador, que é a instituição que constitui o fundo e aprova o regulamento do mesmo;
- o gestor, que é o responsável por utilizar os recursos dos cotistas nas aplicações do fundo.
Vale ressaltar também que cada cotista recebe rendimentos proporcionalmente ao número de cotas que possui.
Categorias dos FIPs
Nos FIPs, os recursos são aplicados em companhias abertas e fechadas ou sociedade limitadas em fase de desenvolvimento. Os fundos de investimento em participações podem ser classificados em 4 categorias.
São elas:
- FIP-Capital Semente: tem como objetivo adquirir participação em empresas ou sociedades com receita bruta de até R$16 milhões por ano;
- FIP-Empresas Emergentes: adquire participação em empresas ou sociedades limitadas com receita bruta de até R$300 milhões por ano;
- FIP-IE (infraestrutura) / FIP- PD&I (pesquisa, desenvolvimento e inovação): tem foco na aquisição de títulos de emissão de sociedades anônimas de capital aberto ou fechado que criem novos projetos de infraestrutura, produção econômica intensiva em pesquisa ou desenvolvimento e inovação em diversas áreas de prioridade do Poder Executivo Federal (saneamento básico, transporte, energia, etc);
- FIP – Multiestratégia: admite investimento em diversos tipos e portes de instituição.
Esses fundos devem manter pelo menos 90% do seu patrimônio alocado em ativos-alvo. Ainda, podem manter 20% do seu capital em ativos offshore, desde que tenham a mesma natureza econômica do FIP em questão.
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Dentre as categorias citadas, o PFIN11 é um FIP-IE (infraestrutura). Saiba mais sobre ele a seguir:
Perfin Apollo Energia (PFIN11)
O Perfin Apollo Energia Fundo de Investimento em Participações em Infraestrutura é um FIP cujo objetivo é adquirir ativos e participar do processo decisório das sociedades nas quais investe.
Negociado sob o ticker PFIN11, ele é direcionado apenas a investidores qualificados – como ocorre com qualquer outro FIP. Isso significa que esse fundo está disponível apenas aos investidores com mais de 1 milhão de reais investidos ou profissionais do mercado financeiro devidamente certificados.
Assim como nos outros FIPs, o Perfin Apollo Energia é constituído sob a forma de condomínio fechado e as cotas dos investidores são resgatadas apenas ao término da duração do fundo – ou em caso de deliberação de sua liquidação em assembleia de cotistas.
Dessa forma, caso o investidor deseje reaver seu dinheiro, deverá vender suas cotas no mercado secundário.
Estreia do PFIN11 na bolsa de valores
Depois de fazer uma IPO (oferta pública inicial) de R$1,005 bilhão, o PFIN 11 estreou na bolsa de valores brasileira no dia 20 de janeiro de 2020. As cotas do fundo foram ofertadas a R$104,76 cada e alcançaram o valor de R$125,00 no primeiro pregão.
Ser uma modalidade de investimento apenas voltada aos investidores qualificados foi uma exigência da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para o FIP PFIN11.
Com o lançamento do Perfin Apollo Energia Fundo de Investimento em Participações em Infraestrutura, o número de FIPs listados na Bolsa de Valores brasileira (B3) chegou a treze – até a data de seu lançamento, no início de 2020.
Conhecendo o FIP PFIN11
Administrado pelo BTG Pactual – o maior banco de investimentos da América Latina, o PFIN11 visa investir em ativos financeiros do setor elétrico, nas áreas de transmissão, geração eólica e solar centralizada e geração solar distribuída – respeitando o limite de 70% do seu patrimônio líquido investidos em ativos de transmissão.
O Perfin Apollo Energia FIP-IE atualmente contém ativos alvos que somam cerca de 2.123km em linhas de transmissão de energia (100% dos ativos), dos quais apenas 16,4% estão na fase operacional. Como você viu, o fundo é novo – tendo sido iniciado em janeiro de 2020.
A taxa de administração cobrada pelo FIP é de 0,6% ao ano sobre o patrimônio líquido do fundo ou sobre o seu valor de mercado. Será utilizado o que for de maior valor e será reajustado anualmente pela variação do IGP-M do ano anterior.
Um pouco sobre a gestora do FIP PFIN11
Para participar do PFIN11 o investidor deve adquirir, no mínimo, 10 cotas. A distribuição dos rendimentos aos cotistas do fundo deve acontecer, no mínimo, semestralmente. A gestão fica por conta da Perfin Investimentos.
Ralph Rosenberg, sócio fundador da Perfin, destaca que esse fundo foi criado para proporcionar o alinhamento entre os cotistas e a gestora. De acordo com ele, os sócios se comprometem a segurar cerca de 3% das cotas dos fundos. Assim, em caso de novas emissões, deverão manter a proporção dos seus investimentos.
A Perfin Investimentos é uma gestora fundada em 2007. Ela pode ser dividida em dois principais campos de atuação:
- área de asset management: cuida da gestão de fundos de investimentos e tem como foco investir diretamente em empresas por meio de fundos de ações e fundos de investimento em participação;
- área de wealth management: responsável pela gestão patrimonial dos clientes.
Atualmente, a Perfin conta com mais de R$12 bilhões sob sua gestão. Foi em 2016 que o comitê de investimentos da Perfin encontrou uma oportunidade no setor de transmissão de energia elétrica, investindo inicialmente em fundos de ações.
Na época, foi identificado que esse setor era promissor e tinha retornos atrativos, com possibilidade de controlar os riscos e pouca competição. Dessa forma, surgiu o setor de Coinvestimentos da Perfin.
Sobre o setor do FIP PFIN11
Assim, foi criado um consórcio com a Alupar – um grupo que atua há mais de 20 anos no setor de transmissão – para participar do leilão de transmissão realizado em outubro de 2016. A partir daí, a Parfin passou a atuar no setor de energia elétrica por meio de fundos de investimento em participação.
Desde aquele ano, foram montados cerca de 7 fundos focados em energia elétrica – fortalecendo ainda mais a experiência da gestora nesse quesito.
O setor de energia elétrica tem capital intensivo, longo prazo de maturação e uma demanda crescente. O Brasil possui grande consumo de energia, com grande quantidade e predominância de usinas hidrelétricas, alto potencial de energia eólica e solar e um sistema que permite a permuta de energia entre os estados da Federação.
O setor de geração de energia exige autorização ou concessão do poder público para entrar no sistema elétrico como uma nova companhia. Tal autorização pode ser conseguida por meio de leilões e o gerador pode comercializar sua energia tanto no Ambiente de contratação Regulada (ACR) quanto no Ambiente de Contratação Livre (ACL).
Já no setor de transmissão, a concessão deve ser conseguida no leilão para se obter a concessão de um novo projeto. Nesse caso, as receitas do transmissor são compostas por encargos e uso do sistema de transmissão pagos por quem utiliza a rede básica, como geradoras, distribuidoras e consumidores de grande porte.
ANEEL
A distribuição é um monopólio regulado. As empresas que distribuem precisam celebrar contratos de concessão com a ANEEL. As distribuidoras são remuneradas com tarifas que levam em consideração a compra de energia elétrica e o serviço de transmissão e distribuição.
Inclusive, a ANEEL é o órgão regulador tanto no setor de geração quanto nos setores de transmissão e distribuição de energia. E o BNDES funciona como financiador dos projetos.
No segmento de comercialização, o comercializador faz a intermediação nas transações de compra e venda entre geradores e consumidores livres.
Rendimento do fundo
Os rendimentos do Fundo PFIN11 são isentos de Imposto de Renda para pessoas físicas. Além disso, vale mencionar que os ganhos com a venda das cotas também são isentos desse imposto.
De acordo com Ralph Rosenberg, sócio-fundador da Perfin, todo o fluxo de dividendos nesse fundo vai para os investidores. Logo, trata-se de um investimento que pode ser adequado para quem busca por renda passiva com isenção tributária e possibilidades de maior liquidez em relação a outros investimentos – como uma debênture, por exemplo.
Portfólio do FIP
O FIP PFIN11 tem um portfólio bastante diversificado, composto por seis linhas de transmissão de energia localizados nos seguintes estados da Federação: Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso.
De acordo com Rosenberg, os ativos que fazem parte da carteira do fundo PFIN11 já estão operando ou próximos de funcionar.
Vale a pena investir?
Em suma, como se trata um fundo de investimento que investe em empresas do setor de energia – mais particularmente no setor de transmissão, o fundo PFIN11 pode ser uma boa alternativa para quem deseja se expor a este nicho de mercado ou deseja ter uma renda passiva no decorrer dos anos.
Ainda, cabe lembrar que a distribuição de dividendos nesse fundo não é linear. Logo, entende-se que o PFIN11 deve ser considerado apenas como um investimento para o longo prazo.
É importante lembrar também que, como esse tipo de investimento se enquadra como renda variável, é essencial que você conheça seus objetivos – e, principalmente, seu perfil de investidor – antes de escolher um FIP ou qualquer outro tipo de investimento em fundos.
Além disso, certifique-se se você se enquadra na categoria de investidor qualificado para poder investir em um FIP. Tenha em mente que esta modalidade de investimento é exclusiva para este tipo de investidor.
Além disso, pode ser interessante avaliar o nível de risco desse investimento comparados a outros investimentos, como: debêntures, fundos imobiliários e ações. Essa análise é importante para definir se a modalidade pode ser adequada para os seus objetivos, para sua carteira e seu nível de tolerância a riscos na hora de investir.
Um resumo do FIP PFIN11
Este FIP parece interessante para você? Então confira esse breve resumo com algumas das principais informações que trouxemos neste post completo sobre o Fundo de Investimento em Participações PFIN11!
Nome: Perfin Apollo Energia FIP
Ticker: PFIN11
Objetivo do fundo: aquisição de ativos alvo, participando do processo decisório das sociedades nas quais investe. O fundo precisa manter pelo menos 90% do seu patrimônio líquido investido em ativos alvos.
Público-alvo: somente investidores qualificados (aqueles que possuem mais de 1 milhão de reais investidos ou têm certificações reconhecidas para trabalhar no mercado financeiro).
Pode ser interessante para: investidores que possuem maior tolerância a riscos (perfil arrojado ou agressivo) e que desejam ter uma renda passiva no longo prazo.
Taxa de administração e gestão: cerca de 0,6% ao ano sobre o patrimônio líquido do fundo ou sobre seu valor de mercado.
Distribuição dos resultados: devem ser distribuídos, no mínimo, semestralmente.
Aplicação mínima: 10 cotas.
Conclusão
Finalmente, o PFIN11 é um Fundo de Investimento em Participação em empresas. Trata-se de um fundo com características bastante particulares e menos comuns que os fundos de investimento mais populares entre os investidores.
Apesar disso, FIPs podem ser opções interessantes para investidores qualificados que desejam diversificar suas carteiras. E, por essa razão, se você for um investidor qualificado, pode valer a pena conhecer as oportunidades disponíveis no mercado.
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