A tomada de decisão de investimento deve considerar aspectos como a relação de risco e retorno dos ativos. Usar índices de referência na comparação pode ajudar nesse sentido e uma das formas de apoiar a tomada de decisão é por meio da adoção do índice beta.
Ele é calculado em relação a um benchmark relevante do mercado e auxilia a compreender como um ativo ou produto financeiro se comporta diante dos riscos. Com o uso estratégico e uma análise adequada dos resultados, é possível entender o comportamento no mercado.
Para que você possa utilizar o índice a seu favor, veja como calcular o beta dos investimentos e aprenda a interpretá-lo!
O que é o índice beta?
O índice beta é uma medida de risco e retorno de um determinado ativo, em relação ao mercado como um todo. Assim, pode ser uma medida do risco que um ativo apresenta quando o mercado financeiro é impactado por determinada condição, como uma crise global.
Para que ele serve?
A análise do índice beta permite entender o comportamento de um ativo e, por isso, pode ser um componente da análise fundamentalista. A partir de seu cálculo e de sua análise é viável medir o risco do ativo e compará-lo ao retorno de mercado.
Por causa das informações que fornece, ele também serve para apoiar a tomada de decisão. Desse modo, é possível identificar como cada ativo se comporta nos diferentes momentos do mercado. Ele também pode ajudar a saber qual é o risco geral da sua carteira.
Como o índice beta funciona?
O índice beta funciona com base em uma relação que demonstra a volatilidade do ativo quanto ao indicador de referência. Como risco e retorno são proporcionais, um resultado maior nesse índice pode indicar um potencial ampliado de ganhos.
Quando se trata de ações, a metodologia normalmente envolve o Ibovespa, que é utilizado como o benchmark. Todos os cálculos, portanto, são feitos para entender qual é o comportamento do ativo em relação à movimentação do principal indicador de ações do mercado brasileiro.
Para tanto, o cálculo é dado pela seguinte fórmula:
Índice beta = Covariância do retorno do ativo / Variância do retorno de mercado
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Interpretação do resultado
A partir disso, é necessário compreender como fazer a avaliação. O primeiro resultado possível é o beta menor que 1. Nesse caso, dizemos que o investimento é defensivo, ou seja, tem menos risco/volatilidade que o indicador.
Se uma ação tiver índice beta de 0,6, por exemplo, significa que quando o Ibovespa varia 10%, o ativo tem uma flutuação de 6%.
Outra possibilidade é o beta maior que 1. O ativo que apresentar tal resultado é considerado agressivo e tem mais volatilidade que o índice de referência. Se uma ação tiver índice beta de 1,3, significa que ela varia 13% quando o Ibovespa tem uma alteração de 10%, por exemplo.
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Já no caso de o índice beta ser igual a 1, ele é considerado neutro. Portanto, a variação do ativo é equivalente à do índice. O último caso é o índice beta negativo. Ele indica uma descorrelação com o indicador. Então, é sinal de que se o Ibovespa subir, o ativo cairá — e vice-versa.
Como calcular o índice beta em ações?
Para calcular o índice beta de ações é necessário utilizar a fórmula que você viu, considerando os dados desse mercado. Quanto ao retorno de mercado, é possível usar o histórico do Ibovespa. Em geral, utiliza-se o conjunto de dados referente a 3 anos ou mais.
No caso do retorno do ativo, a ideia é adotar o histórico de cotações da ação. O cálculo pode ser feito, operacionalmente, em um programa como o Excel. Basta apresentar as informações de forma completa e usar uma das fórmulas que já são reconhecidas pelo recurso.
O volume de dados se justifica por questões estatísticas. Com uma quantidade maior de dados, é possível ter mais precisão no cálculo sobre o retorno do ativo.
Graficamente, o índice beta representa a inclinação da reta do gráfico de correlação dos dados. Portanto, usar um volume considerável de informações aproxima os resultados da tendência que corresponde à realidade.
Como calcular o índice beta no portfólio?
Analisar individualmente cada ativo não é a única alternativa para usar o coeficiente beta. Também é possível medir o risco e o retorno do mercado da carteira de investimento. A fórmula é a mesma, mas é necessário que você inclua as informações em relação ao desempenho da carteira.
Para isso, é preciso saber qual é a performance de cada ativo e considerar o peso dele na carteira, de acordo com a distribuição proporcional de recursos.
A ideia é compreender como o portfólio se comporta quanto ao índice de mercado. Então, torna-se possível conhecer a sensibilidade do portfólio e definir se o desempenho está dentro das expectativas.
Qual a importância do cálculo para o investidor?
O cálculo do índice beta é positivo porque serve, principalmente, para apoiar a análise fundamentalista. Com o resultado, o investidor pode entender como cada ativo se comporta em relação ao Ibovespa e onde estão as oportunidades de retorno maior, por exemplo.
Na hora de investir em ações, usar os dados pode ser um jeito de compreender quais ações são mais voláteis que o Ibovespa ou quais apresentam menos riscos diante de impactos no mercado financeiro completo. Isso ajuda a tomar decisões consistentes com o seu perfil de investidor.
Além disso, pode auxiliar na diversificação. É possível buscar ativos defensivos e agressivos, variando o nível de volatilidade. Dependendo do caso, existe a chance até de escolher alternativas descorrelacionadas.
No entanto, é preciso ter atenção para usar os parâmetros corretos. Ao investir em ações internacionais, por exemplo, o índice Ibovespa não é o ideal para comparação. Assim, é necessário saber fazer os cálculos corretamente — além de utilizar outros indicadores na avaliação.
Como você viu, o índice beta é usado nos investimentos para conhecer a sensibilidade do ativo em relação a um indicador de mercado de referência — no caso de ações, geralmente é o Ibovespa. Sabendo como calcular e interpretá-lo, ele poderá complementar a sua análise!
Considerando que é importante tomar decisões de modo informado, saiba mais sobre a análise fundamentalista e veja como usá-la!