A bolsa de valores é um ambiente de negociação de diversos ativos e derivativos, que passam por oscilações em seu preço. Em certos momentos essa variação pode ser muito intensa, demonstrando uma anormalidade e um perigo para os investidores. Nesses casos, o circuit breaker pode ser necessário.
Esse é um instrumento acionado apenas em cenários pré-determinados, com o objetivo de evitar movimentos irracionais na bolsa de valores. Desse modo, ele ajuda a proteger investidores diante de oscilações intensas no mercado.
Quer saber mais sobre o que é o circuit breaker e como ele funciona? Continue a leitura deste artigo e aprenda!
O que é o circuit breaker?
O circuit breaker é um mecanismo utilizado pela bolsa de valores para travar todas as operações temporariamente. Esse recurso é acionado apenas em situações de tensão do mercado, como aqueles gerados por crises. Assim, o intuito é acalmar a volatilidade excessiva que um momento de temor pode gerar.
Uma vez que ele é ativado, não é mais possível realizar negociações. Com isso, os investidores ganham tempo para analisar suas possibilidades e evitar impulsos irracionais. Logo, o circuit breaker pode trazer oportunidade para que novas estratégias sejam formuladas.
Quando ele foi criado?
O conceito do circuit breaker foi colocado em prática pela primeira vez em 1987, nos Estados Unidos. Isso ocorreu durante o evento conhecido como Black Monday. Nesse episódio, o índice americano Dow Jones caiu mais de 20%, representando a maior queda percentual do índice já vista.
Após o acontecimento, o Federal Reserve — o Banco Central dos Estados Unidos —, e as bolsas de valores estadunidenses desenvolveram o circuit breaker. O objetivo era interromper temporariamente as negociações, permitindo aos investidores tomarem decisões com mais cautela.
Quais são as regras do circuit breaker e quanto tempo ele dura?
Como foi possível notar, o circuit breaker é um mecanismo de segurança da bolsa de valores, para proteger os investidores em momentos críticos que geram oscilações excessivas nos preços. Mas, como esse é um mecanismo drástico, existem situações específicas em que ele é utilizado.
No Brasil, são três os gatilhos que fazem com que o circuit breaker seja acionado:
- caso o Ibovespa tenha uma queda de mais de 10% em relação ao fechamento do pregão anterior, as negociações são pausadas por meia hora;
- depois dessa queda ocorrer, se o índice continuar a cair, alcançando 15%, uma nova interrupção é feita — dessa vez por 1 hora;
- se não houver melhora ao retomarem as atividades, fazendo com que ocorra uma queda até 20%, a bolsa decide qual será o intervalo de suspensão das operações.
Vale notar que as regras são encerradas quando faltam 30 minutos para o fechamento do pregão. Assim, nos momentos finais de cada dia de negociação, não é possível travá-las. Caso ocorra uma paralisação intensa na reabertura do mercado, o período de circuit breaker pode ser prorrogado.
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Quando o circuit breaker já foi acionado no Brasil?
Agora que você compreende melhor o que é o circuit breaker, vale a pena conferir um pouco sobre seu histórico. Afinal, é importante entender como ele aconteceu ao longo da história do Brasil e quais foram seus efeitos na economia.
Veja a seguir!
1997
A primeira vez em que o circuit breaker foi acionado no Brasil aconteceu em 1997. Na ocasião, a bolsa de Hong Kong caiu 10,4%, derrubando uma série de outras bolsas de valores pelo mundo. No Brasil, a paralisação das atividades ocorreu em três dias distintos.
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1998
Depois da crise originada em Hong Kong, a Rússia passou por problemas financeiros. Na época, o país chegou a dizer que não teria reservas suficientes para quitar suas dívidas públicas.
As consequências da crise atingiram todo o mundo. A bolsa brasileira passou por uma queda de cerca de US$ 30 bilhões. Diante dessa situação, as negociações tiveram de ser paralisadas em cinco momentos diferentes.
1999
Os problemas financeiros que ocorreram no Brasil em 1999 foram, em grande parte, atrelados à mudança de registro cambial. Nesse período, o real passou por um intenso período de desvalorização, fazendo com que o Banco Central tivesse que negociar dólares no mercado futuro.
Um dos resultados dessa crise foi a queda das ações na bolsa. Para amenizar a situação, dois circuit breakers foram acionados — cada um em um dia.
2008
É bem provável que você já tenha ouvido falar da crise de 2008. Também chamada de crise dos subprimes, ela foi uma das maiores da história. Seu início ocorreu nos Estados Unidos, levando uma série de empresas à falência e afetando todas as economias do planeta.
Diante da situação, a bolsa brasileira precisou acionar o circuit breaker seis vezes. Duas delas ocorreram no mesmo dia: 6 de outubro.
2017
Em maio de 2017, diante de um escândalo político, novamente a bolsa de valores precisou travar suas atividades. O movimento foi resultado das delações de Joesley Batista, dono da JBS, que abalaram o mercado nacional.
Na época, o empresário lançou uma gravação que denunciava o então presidente da República — Michel Temer. Por conta das diversas ações que despencaram, algumas chegando a quedas de 40%, o circuit breaker foi acionado e as negociações foram interrompidas por 30 minutos.
2020
Em 2020, a bolsa teve que paralisar suas atividades em diferentes momentos diante da crise mundial causada pelo coronavírus e da queda do petróleo, que geraram grande impacto nas negociações. Ao todo, o mecanismo de circuit breaker foi acionado seis vezes dentro de dez dias.
Por que o circuit breaker é importante?
Depois de conferir as principais informações sobre o circuit breaker, vale a pena analisar a importância desse recurso. Um dos aspectos centrais do mecanismo é o objetivo de proteger os investidores de oscilações desproporcionais que podem ocorrer em momentos críticos.
Além disso, ele também tem uma função psicológica, evitando que decisões desesperadas sejam tomadas diante das quedas repentinas. Uma vez que as transações são paralisadas, você pode avaliar sua situação com mais calma, evitando tomar ações precipitadas nos momentos críticos.
Como vimos, o circuit breaker é um dispositivo da bolsa de valores que trava todas as negociações momentaneamente. Ele pode ser acionado em casos específicos e serve para proteger o capital dos investidores em tempos de incertezas muito grandes, evitando decisões irracionais.
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