O mercado livre de energia está se tornando cada vez mais popular. É um ambiente competitivo de negociação de energia elétrica, onde os consumidores possuem a liberdade de escolher de quem vão comprar a energia. Isso surgiu no Brasil na década de 90, como uma resposta à necessidade de modernização e diversificação do setor elétrico. Mas como isso funciona e quais as vantagens?
Este mercado foi criado como uma alternativa encontrada pelo Governo Federal para gerar competitividade no setor de produção de energia. Além disso, beneficiou o comércio e o setor industrial, pois começaram a escolher o seu fornecedor de energia elétrica.
Nele os participantes podem negociar todas as condições comerciais como fornecedor, preço, quantidade, prazo de fornecimento e formas de pagamentos. Quer saber mais? Continue a leitura!
Como funciona o mercado livre de energia?
A negociação de energia acontece por meio de contratos bilaterais, onde consumidores e geradores acordam livremente as condições de compra e venda de energia, incluindo preço, volume e período de fornecimento. Isso porque a estruturação do setor elétrico no Brasil buscar promover o acesso da energia a todos, a segurança no suprimento e a moderação dos preços.
O mercado de energia é divido em ACR (ambiente de contratação regulada) e ACL (ambiente de contratação livre). Nesse modelo, o consumidor depende das concessionárias de energia regionais, com tarifas regulamentadas pelo Governo. Já no modelo ACL, o consumidor é livre para escolher de quem comprará energia, bem como pode negociar o preço e condições.
No mercado livre, temos quatro principais participantes:
- Consumidores;
- Geradores;
- Comercializadores;
- Importadores/exportadores.
Veja abaixo um pouco mais sobre cada um deles!
- Consumidores: são aqueles que consomem a energia. No mercado livre, eles têm a liberdade de escolher o fornecedor de energia que oferece as condições mais vantajosas.
- Geradores: são os responsáveis por produzir a energia que é vendida no mercado livre. Eles podem ser usinas hidrelétricas, termelétricas, eólicas, solares, entre outros.
- Comercializadores: atuam como intermediários na compra e venda de energia. Eles são responsáveis por negociar contratos de energia entre geradores e consumidores.
- Importadores e exportadores: são agentes que compram energia em um país para vendê-la em outro. No Brasil, a energia pode ser importada de países vizinhos, como Argentina e Paraguai, e também pode ser exportada para esses países.
No entanto, existem algumas regras específicas que precisam ser observadas com atenção. Para participar do mercado livre de energia o consumidor será classificado de acordo com a sua demanda de energia. As principais categorias são:
- consumidores livres: aqueles com demanda igual ou superior a 2.000kw;
- consumidores especiais: aqueles que demandam 500kw ou mais.
Dentro da sua categoria, o interessado poderá negociar livremente com as geradoras ou comercializadoras de energia elétrica. O contrato é feito de forma bilateral, de modo que as partes negociam as condições, o preço, o prazo, o volume e assim por diante.
Qual é o preço da energia nesse mercado?
Embora a negociação do preço seja livre, normalmente se observa um referencial de preço – como o PLD (Preço de Liquidação de Diferenças). O indicador é calculado pela diferença entre o volume de energia contratado e o montante consumido, nas operações de mercado de curto prazo, contribuindo para equilibrar as diferenças regionais na geração elétrica que impactam nos preços.
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Por exemplo, na região Sul a produção de energia é mais concentrada em usinas hidrelétricas – como a usina de Itaipu. Já na região Nordeste, a presença de usinas eólicas é maior. Os preços também são baseados em três patamares de carga:
- leve: horários do dia em que o consumo de energia é baixo;
- médio: horários do dia em que o consumo de energia é mediano;
- pesado: horários de pico no dia, onde o consumo de energia é alto.
As negociações são registradas na plataforma online da CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) e caberá ao vendedor inserir o contrato na plataforma, e ao consumidor realizar a validação das informações da compra de energia.
É importante pontuar que o consumidor precisará manter dois contratos. Um com a geradora, responsável pela produção de energia, e outro com a distribuidora, em razão da necessidade do uso da fiação de transmissão.
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Ainda que no mercado livre de energia existam as peculiaridades vistas, nele podem ser encontrados bons negócios. Com um preço fechado, o consumidor tem maior previsibilidade quanto aos gastos com energia, e não ficam sujeitos às oscilações de preços com as mudanças das bandeiras tarifárias.
Quais alternativas de investimentos?
Se você se interessou por esse tipo de setor após saber como o mercado livre de energia funciona, saiba que pode investir em alguns tipos de ativos no setor de energia elétrica, confira algumas alternativas disponíveis no mercado financeiro:
- Ações
Diversas empresas produtoras — e também transmissoras — de energia elétrica estão listadas na B3 (a bolsa de valores brasileira). As ações são uma pequena fração do capital social dessas companhias. Ao comprar o ativo, você se tornará acionista do negócio e participará dos lucros e prejuízos.
Muitas companhias de capital aberto realizam o pagamento de dividendos (parte do lucro do negócio) aos acionistas. Logo, possuir ações de empresas do setor elétrico que fazem a distribuição poderá resultar em uma renda passiva recorrente.
- ETFs
ETFs (exchange traded funds) ou fundos de índice são veículos de investimento que – através de um gestor profissional – aportam em ativos ligados a um índice de referência. Na bolsa, por exemplo, existe o IEE (índice de energia elétrica) composto por ações de empresas do setor elétrico.
O gestor de um ETF vinculado ao IEE distribuirá o patrimônio do fundo em ações que compõe o referido índice. Deste modo, o investidor que tiver cotas desse ETF terá seu capital exposto a diversas companhias de energia elétrica.
- BDRs
BDRs (brazilian depositay receitps) são títulos atrelados a papéis que não são negociados no Brasil. Uma instituição depositária compra títulos internacionais, como ações, ETFs, títulos públicos etc., e emite BDRs para negociá-los na bolsa brasileira.
Assim, adquirir um BDR seria equivalente a investir no exterior, mas sem sair do Brasil. Essa pode ser uma alternativa para quem está à procura de investir no setor de energia elétrica estrangeiro, aproveitando oportunidades variadas.
Sabendo como funciona o mercado livre de energia, vale a pena?
Já sabendo como funciona o mercado livre de energia e suas características, tenha em mente que o futuro do mercado livre de energia é promissor. A tendência é de que ele continue crescendo e se tornando cada vez mais competitivo, com a entrada de novos participantes e o desenvolvimento de novas tecnologias.
Assim como oferece diversas vantagens, para os consumidores, a principal delas é a possibilidade de negociar diretamente com os geradores, o que pode resultar em economia na conta de luz. Enquanto para os geradores, a vantagem é a garantia de venda da energia produzida, o que traz segurança e previsibilidade para os seus negócios.
Além disso, a expansão do mercado livre de energia é uma realidade. Cada vez mais consumidores estão optando por migrar para esse mercado, em busca de melhores condições de fornecimento de energia.
A sustentabilidade também é um fator importante no mercado livre de energia. Consumidores e geradores estão cada vez mais conscientes da importância de utilizar fontes de energia renováveis, o que impulsiona o desenvolvimento de projetos de geração de energia limpa.
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