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Carry trade: uma alternativa para lucrar no curto prazo

Carry trade
Carry trade

Geralmente quem especula na bolsa de valores tem como opções o day trade ou swing trade de ativos e derivativos financeiros. No entanto, essas não são as únicas alternativas para conseguir auferir lucro no curto ou curtíssimo prazo. Você já ouviu falar de carry trade?

Ele é uma modalidade de operação de renda variável em que o especulador tenta se beneficiar de diferenças entre taxas de juros. Normalmente, envolve transações entre diferentes moedas e países, sendo o dólar uma das moedas que podem ser utilizadas.

Confira neste post o que é carry trade e qual a relação desse conceito com a cotação do dólar e veja se ele faz sentido para o seu modelo operacional. Não perca!

O que é o carry trade?

Carry é um termo inglês que significa “carregar” ou “carregamento” e trade é uma operação que acontece no mercado — usualmente especulativa. Como visto inicialmente, trata-se de uma operação em que o especulador busca obter lucro com a diferença de taxas de juros entre países.

De modo prático, o trader faz um empréstimo em um país que tem uma baixa taxa de juros. Na sequência, ele transfere esse montante para outro país, realiza o câmbio e aloca a quantia em um investimento que pague juros mais altos que o cobrado no empréstimo — lucrando a diferença.

Países desenvolvidos como Japão e Estado Unidos são mundialmente conhecidos por manterem as suas taxas de juros em valores mais baixos — às vezes, próximas a zero. Dessa forma, especuladores procuram oportunidades de extrair lucro dessas situações.

No Brasil, entre 2015 e 2016, a taxa Selic (taxa básica de juros) ficou acima dos 14%. Nesse período, muitos especuladores nacionais e estrangeiros faziam empréstimos no exterior — em países com juros próximos a 1%. Depois, investiam em títulos do Tesouro Selic, lucrando essa diferença.

Ainda que parte do lucro fosse reduzida em razão dos custos do investimento e da taxa de câmbio, a operação se mostrava rentável. Contudo, como ao longo do tempo a taxa Selic sofreu muitas baixas — chegando em 2%, no final de 2020, o interesse pelo Brasil para o carry trade foi reduzido.

Como funciona o carry trade?

Pelo que você viu até aqui, a lógica por trás das operações de carry trade é simples, certo? Basta o especulador encontrar um país que tenha taxas de juros baixas, e outro que tenha investimentos que sejam remunerados com juros maiores.

É mais comum a utilização do carry trade com investimentos de renda fixa, cuja forma de rentabilidade é conhecida desde o início. Mas nada impede que ele seja feito com investimentos de renda variável. No entanto, nesse cenário, os riscos da operação serão ainda maiores.

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Veja que o especulador que utiliza a estratégia do carry trade se expõe ao risco cambial. Afinal, tanto a moeda emprestada quanto a moeda investida podem sofrer valorização ou desvalorização, impactando no retorno esperado.

Além disso, o especulador fica exposto aos riscos das mudanças da política monetária de cada país. Isso porque é comum os bancos centrais modificarem as taxas de juros, fazerem swaps cambiais para controlar o câmbio, entre outras medidas que podem comprometer o resultado da operação.

Em 2008, por exemplo, a crise do subprime derrubou a cotação do dólar. Nesse período, diversos fundos de investimento que operavam essa técnica tiveram grandes prejuízos. Em 2020, a COVID-19 causou efeitos semelhantes.

Mercado Forex

O Forex é um mercado financeiro descentralizado destinado a negociações de câmbio. Assim, ele é bastante usado para operações de carry trade. Nele, é possível fazer duas movimentações de forma simultânea: o pedido de empréstimo e a disponibilização do valor.

Ao lançar uma operação de compra de um par de moedas, o trader estará usufruindo de uma espécie de empréstimo de uma moeda para comprar outra. Por exemplo, sendo a paridade entre BRL/USD, o especulador está pedindo dólar para trocar por reais.

Na sequência, os reais são investidos em um ativo no mercado brasileiro que tenha juros maiores que os presentes no empréstimo do dólar. Quando o objetivo é atingido a operação é desfeita. Ao final, a diferença obtida é o lucro da operação. Mas, se for negativa, a operação resultará em prejuízo.

Ademais, é importante ser mencionado que o mercado Forex não é regulamentado no Brasil. Isso acaba trazendo mais riscos para operação nesse mercado, pois é preciso se vincular a uma empresa estrangeira e se submeter a regras financeiras de outro país.

Quais os impactos do carry trade na economia e na cotação do dólar?

Embora o carry trade tenha o potencial de trazer lucros para o especulador, ele tem grandes chances de impactar na economia dos países — seja no que empresta o dinheiro ou no que o recebe. Isso porque pode haver entradas e saídas expressivas de capital estrangeiro na economia do país.

Essas grandes movimentações financeiras são capazes de gerar desafios econômicos para o local. Especialmente se considerado que a saída de capital estrangeiro tende a trazer grandes oscilações na bolsa de valores e mexer com o ânimo dos investidores.

Essa movimentação poderá refletir no preço das ações das companhias listadas, gerando um efeito cascata em diversos outros setores da economia. Nesses cenários, é possível que o banco central do país tenha que agir para tentar controlar e evitar uma crise economia.


Como consequência, o câmbio também poderá ser impactado, resultando na desvalorização da moeda nacional frente a moedas fortes como o dólar ou euro. A alta do dólar, por sua vez, tende a prejudicar as empresas nacionais e as importações — afetando a economia, gerando os efeitos anteriores.

Por que é importante conhecer o carry trade?

Conhecer diversas estratégias de operar no mercado é importante para que o trader não fique limitado às mesmas alternativas. Como visto, o carry trade pode ser uma oportunidade. Além disso, o especulador não precisa disponibilizar dinheiro próprio, dado que o valor inicial é emprestado.

Assim sendo, ele costuma ser utilizado por interessados que buscam alavancar seus ganhos no curto prazo, aproveitando de variações de juros entre países. Contudo, é uma técnica arriscada e que demanda experiência e estudo do trader.

Agora que você conhece o carry trade pode tentar encontrar diferenças entre taxas de juros de outros países para simular uma operação. Entretanto, é pertinente que essa estratégia esteja dentro de seu gerenciamento de risco e atenda ao seu perfil de investidor e aos seus objetivos financeiros.

Gostou deste conteúdo? Aproveite para descobrir os 5 Livros de especulação que todo o trader deve conhecer!

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