Quando se fala em personalidades do mercado financeiro e da negociação de ações, o nome de Jordan Belfort costuma ser citado. Contudo, a sua fama se deve, principalmente, aos noticiários criminais.
Você conhece a história do lobo de Wall Street e a sua trajetória antes e depois da prisão por fraudes no mercado financeiro? Entender como ele operava, as consequências de seus atos e como Belfort vive hoje é importante para conhecer mais sobre a história do mercado de valores.
Portanto, a seguir você saberá quem é Jordan Belfort, seus investimentos e operações e sua vida após a prisão. Acompanhe!
Quem é Jordan Belfort?
Antes de conhecer a trajetória de Jordan Belfort nos investimentos, você precisa ter um panorama sobre sua vida. Ele é um palestrante, autor de livros e sua história como ex-corretor da bolsa de valores de Nova Iorque (NYSE) já foi tema de diversos filmes e documentários.
A produção de maior relevância foi o filme O Lobo de Wall Street, de 2013. Nessa obra, dirigida por Martin Scorsese e protagonizada por Leonardo DiCaprio como Jordan Belfort, é possível conhecer um pouco de sua caminhada e sua vida de ostentação.
Jordan Belfort nasceu em 9 de julho de 1962, no Bronx, em Nova Iorque. Contudo, ele foi criado no bairro do Queens durante a infância e adolescência. Seus pais eram Max e Leah Belfort e ambos trabalhavam com contabilidade.
Enquanto cursava o ensino médio, Belfort e seu amigo Elliot Loewenstern, vendiam picolés italianos na praia local. Ele estima que tenha ganhado cerca de 20 mil dólares na época com esse negócio.
Belfort se formou em biologia na universidade, mas pretendia utilizar o dinheiro que ganhou vendendo picolés para pagar a faculdade de odontologia. No entanto, no primeiro dia de aula na Maryland School of Dentistry, ele desistiu do curso.
Segundo o próprio, essa decisão foi motivada por uma fala do reitor da universidade para ele. Conforme seu relato, o reitor o avisou que a era de ouro da odontologia estava acabando e, se ele queria apenas ganhar dinheiro, estava no lugar errado.
Depois de largar a faculdade, Belfort começou a vender carne e frutos do mar de porta em porta. No entanto, o negócio entrou em falência quando ele tinha apenas 25 anos. Então um amigo o ajudou a conseguir um estágio de operador de ações na firma L. F. Rothschild.
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Como ele começou a investir?
Foi no estágio, em 1987, que Jordan Belfort começou a ter contato com o mercado financeiro e as operações com ações. No entanto, no mesmo ano ele foi mandado embora da L. F. Rothschild por conta da crise do mercado financeiro que ficou conhecida como Black Monday.
Apesar disso, Belfort continuou apostando no mercado financeiro e criou uma empresa que era vinculada à Stratton Securities: a Stratton Oakmont. A ideia era utilizar de telemarketing e vendas por telefone para negociar ações no mercado de balcão de Nova Iorque.
A criação da Stratton Oakmont
Como você viu, a Stratton Oakmont foi criada como um braço da Stratton Securities. Porém, ainda no ano de 1989, Jordan Belfort e seus sócios, Danny Porush e Brian Blake, compraram toda a companhia de seus antigos donos.
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Assim, a Stratton Oakmont expandiu os negócios de Jordan Belfort. Ela era utilizada pelos operadores para negociar as ações, principalmente as penny stocks — ou papéis de baixo custo —, geralmente com cotação em centavos.
A empresa se desenvolveu e chegou a empregar mais de mil operadores e movimentar cerca de 1 bilhão de dólares em ações. Ela também foi responsável por diversos IPOs, ou ofertas públicas iniciais, de empresas dos Estados Unidos.
Entre os IPOs, é possível citar a Steve Madden, uma importante marca de calçados, e acessórios para homens, mulheres e crianças. Vale ressaltar que ao final dos anos 1980 e começo dos anos 1990 a Stratton Oakmont foi a maior firma de mercado de balcão dos Estados Unidos.
O esquema de pump and dump
Com o tempo, foi descoberto que o sucesso repentino e a expansão da Stratton Oakmont não se deram somente por meios lícitos. A companhia, por intermédio de Jordan Belfort e seus sócios e colaboradores, estava envolvida em um esquema de pump and dump.
A ideia por trás dessa fraude no mercado financeiro é inflar o preço de ações por meio do aumento artificial na demanda dos papéis. Assim, os operadores ofereciam penny stocks de forma organizada para que os clientes as comprassem e a cotação subisse.
Quando os fraudadores decidiam que o preço chegou ao seu patamar máximo, eles vendiam suas participações, começando a fase do “dump”. Com essa alta nas vendas e baixa na demanda, o preço dos papéis caía drasticamente, o que causou prejuízos para diversas pessoas.
Para manter esse esquema, a Stratton Oakmont também podia se recusar a aceitar ou processar ordens de venda das ações. Assim, ela visava se aproveitar desse movimento e manipular o mercado para obter lucros.
O esquema pump and dump, entre outras fraudes, durou até 1999. Nesse ano, Jordan Belfort e seu sócio, Danny Porush, foram indiciados por fraude e lavagem de dinheiro. Eles confessaram os crimes e foram condenados à prisão por 22 meses, desde que entregassem outras pessoas.
O que aconteceu após a prisão de Jordan Belfort?
Após sair da prisão, Jordan Belfort foi condenado a pagar restituição de 110 milhões de dólares às vítimas de seus crimes financeiros. No entanto, até o ano de 2013, apenas 10 milhões de sua dívida havia sido paga. Logo, os investidores que caíram no esquema ainda não recuperaram o prejuízo.
Como carreira, Belfort se tornou um autor e palestrante motivacional, utilizando suas experiências como inspiração. O ex-corretor escreveu o livro O Lobo de Wall Street, publicado em 2007, e Catching The Wolf of Wall Street, publicado em 2009.
Ambos os livros serviram de inspiração para diversos filmes e documentários, tanto sobre sua vida quanto sobre a operação das autoridades americanas para prendê-lo.
Agora você já conhece a história de Jordan Belfort e por que esse ex-corretor da bolsa se tornou tão famoso. Com a trajetória de fraudes e prisão, a história dele pode ajudar a entender mais sobre o mercado financeiro!
Quer entender as autoridades do mercado financeiro? Então confira o nosso texto sobre a Comissão de Valores Mobiliários (CVM)!