O desempenho da sua carteira de investimentos não depende apenas da performance dos ativos. Também é preciso pensar nas questões econômicas, o que significa entender o efeito da inflação sobre os investimentos.
Esse indicador tem grande impacto no seu patrimônio e no poder de compra que você possui. Portanto, dependendo das suas escolhas, é possível se proteger dessa variação, o que pode favorecer o alcance de objetivos ao longo do tempo.
Na sequência, veja como a inflação afeta a performance dos seus investimentos e entenda o que avaliar na composição da sua carteira!
O que é a inflação?
Um dos conceitos mais importantes sobre a atividade econômica é a inflação, que corresponde ao aumento amplo e progressivo dos preços de bens e serviços. Ela é acompanhada pela chamada taxa de inflação, que mede a elevação média e geral dos preços em determinado período.
No Brasil, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o indicador oficial de inflação da economia brasileira. Ele é calculado com uma pesquisa nacional mensal sobre o preço de uma cesta de produtos e serviços, cada um com um peso diferente.
Como a inflação funciona?
Na prática, a inflação é impactada pela atividade econômica do país e afeta o funcionamento da economia. Por exemplo, durante a expansão econômica há mais produção, crédito e consumo. Com isso, aumenta-se a demanda, pressionando o avanço dos preços e, consequentemente, da inflação.
Em um período de inflação alta, por outro lado, ocorre a atuação da política monetária. É comum o Banco Central elevar a taxa básica de juros da economia — a Selic. Com os juros maiores, o acesso ao crédito diminui, o que reduz o consumo e ajuda a diminuir a pressão inflacionária.
Além disso, a inflação pode acontecer por outros motivos, como queda na oferta ou aumento dos custos. Portanto, existem diversos fatores relacionados à economia e ao mercado que devem ser observados.
Para que serve a inflação?
Por suas características, a inflação mede a perda do poder de compra. Assim, ela indica o nível de desvalorização da moeda ao longo do tempo e representa a maneira como o valor do dinheiro se modifica.
Nesse sentido, em períodos de inflação alta, o dinheiro perde valor mais rapidamente. Como forma de tentar contornar a questão, a inflação pode ser usada como indicador de correção monetária em contratos, como reajuste de salários e serviços.
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Quais são os efeitos da inflação nos investimentos?
Como a inflação corresponde à perda de valor do dinheiro no tempo, ela tem impacto direto nos investimentos. Nesse cenário, o principal ponto para considerar é a rentabilidade real obtida com os seus aportes. Ela é dada pela rentabilidade nominal descontada a inflação.
Inclusive, pode acontecer de o investimento ter um rendimento menor que a taxa inflacionária. Quando um investimento perde para a inflação, por exemplo, significa que houve a redução do poder de compra.
Logo, não apenas o patrimônio não evoluiu, como aconteceu uma perda na capacidade de compra menor. Por fim, como os impactos da inflação ocorrem tanto na renda fixa quanto na renda variável, ela afeta todos os investidores.
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Como proteger seus investimentos da inflação?
Conhecendo os efeitos da taxa, proteger sua carteira de investimento da inflação é essencial. Dessa forma, você tem chances de manter o seu poder de compra ou até mesmo aumentá-lo, evoluindo o patrimônio.
No longo prazo, os resultados positivos tendem a se acumular, tornando-se ainda mais relevantes. Para ter essa proteção, uma das estratégias é diversificar o portfólio. Com a alocação em diferentes ativos, existe a chance de diluir os riscos e ampliar o retorno para ficar acima da inflação.
Outra medida para isso consiste em investir em títulos atrelados à inflação, caso faça sentido para o seu perfil de investidor e seus objetivos. Dessa forma, surgem oportunidades de consolidar uma performance acima da inflação, evitando a perda do poder de compra.
Quais são os investimentos atrelados à inflação?
Como você viu até aqui, os investimentos atrelados à inflação podem ser soluções para se proteger da perda do valor do dinheiro. Eles costumam ser aplicações financeiras de renda fixa, cujo rendimento depende da inflação.
Assim, o retorno obtido acompanha os movimentos do indicador. A seguir, veja quais são alternativas que podem ajudá-lo a ter essa proteção!
Tesouro IPCA+
Um dos principais exemplos é o Tesouro IPCA+. Esse é um título público emitido pelo Tesouro Nacional para a captação de recursos pelo Governo Federal. Seu rendimento é dado por uma taxa fixa mais a variação do IPCA.
Esse título tem liquidez diária, mas a venda antecipada é feita pelo preço do dia, no que é conhecido como marcação a mercado. Se o preço estiver abaixo do valor de compra, podem ocorrer prejuízos. Portanto, para garantir o rendimento contratado, é necessário levar o título até o vencimento.
Também é importante saber que o Tesouro IPCA+ é de longo prazo. Porém, existem títulos com Juros Semestrais, que faz o pagamento de cupons de rendimento a cada 6 meses.
Títulos híbridos
Além do Tesouro IPCA+, especificamente, é possível investir em títulos de renda fixa com rentabilidade híbrida. Funciona do mesmo modo que o título federal: eles são atrelados ao IPCA e contam com uma taxa fixa.
É o que acontece com o certificado de depósito bancário (CDB) ou com a letra de crédito imobiliário (LCI) e do agronegócio (LCA), que podem ser híbridas. Nesse caso, há proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que protege até R$ 250 mil por CPF e instituição financeira, com um limite global de R$ 1 milhão.
Para quem estiver disposto a correr mais riscos, há os títulos do crédito privado. Entre eles, estão os certificados de recebíveis imobiliários (CRI) e do agronegócio (CRA) e as debêntures de retorno híbrido.
Fundos de inflação
Outra opção do mercado financeiro é o fundo de inflação. Na prática, o fundo de investimento é um veículo financeiro que permite o investimento por meio da aquisição de cotas de participação. As operações são realizadas por um gestor profissional, que toma as decisões conforme a estratégia definida.
No caso específico dos fundos de inflação, a maior parte dos recursos é alocada em títulos ligados à inflação. Esses são fundos de renda fixa e têm como objetivo superar índices atrelados à inflação, como o IMA-B (Índice de Mercado ANBIMA – série B).
O investimento pode ser feito em fundos de títulos com prazos até 5 anos ou com prazo igual ou superior a 5 anos. Além disso, a estratégia pode envolver a venda dos títulos de acordo com o potencial e a marcação a mercado, por exemplo, o que também pode potencializar o retorno.
Agora que você sabe o que é a inflação e como ela afeta seus investimentos, é preciso buscar formas de proteger seu portfólio. Com investimentos atrelados a esse indicador, você terá a chance de manter o nível do seu poder de compra ao longo do tempo.
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