Muitos investidores têm o hábito de levar a inflação em consideração ao conduzir análises sobre seus resultados e alternativas de investimento. No entanto, ela não é o único elemento que pode impactar sua carteira. Nesse sentido, é importante saber o que é a deflação.
Apesar de ser um termo menos usual que inflação no cotidiano das pessoas, a deflação também pode trazer consequências negativas para seus investimentos e para a economia do país como um todo. Por isso, é necessário conhecer mais sobre o conceito e os seus reflexos no seu dia a dia.
Neste artigo, você entenderá o que é deflação, o que pode causá-la e como ela afeta os seus investimentos. Além disso, aprenderá como é possível se proteger desse movimento.
Acompanhe a leitura!
O que é deflação?
Ao acompanhar as notícias da economia, é bastante comum se deparar com informações sobre o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), não é mesmo? Isso acontece porque ele é o indicador oficial da inflação no Brasil.
O objetivo do índice é medir as variações dos preços de produtos, bens e serviços nas principais metrópoles do país. Logo, os números que ele calcula são indispensáveis para a política econômica do Brasil e para você entender como está seu poder de compra.
Nesse sentido, é bastante comum ver informações sobre a alta do IPCA e o fato de que diversos produtos estão ficando mais caros, certo? Essa realidade na qual os preços estão aumentando é chamada de inflação.
No entanto, os custos dos produtos, bens e serviços também podem diminuir. Desse modo, a deflação é o processo de redução generalizada e constante nos preços apresentados aos consumidores. Ou seja, ela é o contrário da inflação.
Em um primeiro momento, você pode considerar que ela é positiva para as suas finanças. Afinal, o processo deixa diversos produtos mais acessíveis. No entanto, caso o cenário de deflação persista, ele pode trazer consequências negativas para a economia do país — até piores que as da inflação.
Qual a diferença entre deflação, desinflação e inflação?
Como você viu, a deflação é a redução generalizada nos preços de produtos, bens e serviços na economia de um país. Então é importante destacar as principais diferenças que ela apresenta em relação à inflação e a outro termo usado para medir a variação de preços: a desinflação.
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A inflação representa o aumento nos preços dos produtos e uma consequente perda no poder de compra da população. Embora possa soar como negativa, ela pode ser um indicador positivo para a economia.
Isso acontece porque a elevação nos preços pode apontar para um cenário de consumo ativo e crescimento econômico. Entretanto, é fundamental que o Governo mantenha o controle sobre os aumentos nos preços para evitar cenários de hiperinflação.
Por sua vez, a desinflação consiste na diminuição da inflação. Para entender melhor, imagine que em determinado mês o IPCA registrou uma alta de 0,8% nos produtos, bens e serviços que compõem a sua cesta. Porém, no mês seguinte esse aumento foi de apenas 0,4%.
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Nesse cenário, as variações de preços seguiram de maneira crescente. No entanto, as mudanças aconteceram em menores patamares do que no período anterior. Assim, a inflação está reduzindo.
O que gera deflação?
Agora que você entendeu mais sobre o que é a deflação e as suas diferenças para outros conceitos, é preciso saber o que pode causá-la, não é mesmo? Na prática, a elevação na oferta de produtos no mercado está entre os principais motivos para esse cenário.
Isso acontece quando o setor industrial do país aumenta sua produção e o consumo da população não consegue acompanhar o ritmo de crescimento. Logo, é possível que existam mais produtos em estoque e uma consequente redução nos preços para conseguir vendê-los evitar maiores prejuízos.
Para o público consumidor, a diminuição é positiva no início. Como ele poderá fazer compras pagando menos, haverá a sensação de que seu dinheiro estará valendo mais. No entanto, quando o cenário persiste e afeta outros setores produtivos, a deflação pode trazer impactos negativos — que você aprenderá adiante.
Além do aumento da oferta, a redução na circulação da moeda também é um dos fatores que podem causar a deflação. Isso porque, a partir do momento em que há menos fluxo de capital no mercado, é possível que exista um desestímulo à produção.
Por que a deflação é prejudicial para a economia?
Você já entendeu os motivos que podem gerar deflação na economia. Agora é preciso saber as razões que fazem desse cenário tão prejudicial para o país e a população.
Confira!
Inibe o crescimento econômico
A presença de um mercado consumidor ativo e de fluxo de dinheiro são elementos fundamentais para o crescimento econômico de um país. Logo, a falta deles pode ser um indicativo de estagnação da economia — especialmente quando o mesmo cenário se repete em diferentes setores.
Isso acontece porque o menor fluxo de consumo pode levar a uma diminuição da produção por parte da indústria. Afinal, o objetivo dela é produzir aquilo que conseguirá atender a população. Desse modo, as empresas podem optar por reduzir o ritmo para controlar os prejuízos.
À vista disso, toda a economia do país passa a sentir os efeitos desse processo. Ou seja, o desenvolvimento da nação pode entrar em um estado de estagnação — cujas consequências são capazes de perdurar por longos períodos.
Aumenta o desemprego
As consequências negativas da deflação podem causar um efeito dominó. Dessa maneira, à medida que o setor produtivo diminui seu volume de trabalho, é possível que tenha início uma fase de demissões em massa — visto que as organizações podem precisar reduzir custos.
Além disso, com menor fluxo de capital em circulação, essas pessoas podem ter mais dificuldades para conseguirem novos trabalhos. Assim, os indicadores de desemprego do país tendem a aumentar consideravelmente.
Ademais, vale lembrar que uma parcela considerável da população terá sua fonte de renda comprometida. Desse modo, muitos precisarão adotar um padrão de vida mais baixo. Logo, haverá um consumo ainda menor no país e a economia pode entrar em um estágio de encolhimento.
Cria um cenário de recessão
Antes, você aprendeu que o aumento do desemprego pode levar a economia da nação a reduzir. Nesse sentido, o país poderá vivenciar um período de recessão — que consiste na redução da atividade econômica de maneira generalizada.
Geralmente, os países podem levar anos para superar a recessão e retomar seu crescimento. Ainda, os efeitos negativos da deflação podem ir além das fronteiras nacionais e gerar impactos na economia mundial.
Por isso, embora a deflação aparente ser positiva no início, ela pode ser responsável por crises e instabilidade econômicas no médio e longo prazo. Em muitos casos, seus efeitos negativos podem ser piores que aqueles causados pela inflação.
Quais os efeitos da deflação nos investimentos?
É natural levar a inflação em consideração ao analisar os resultados da sua carteira de investimentos. Afinal, as variações do IPCA servem para identificar se você teve rentabilidade real positiva ou não. Ou seja, se os seus ganhos foram capazes de manter o seu poder de compra.
Mas a deflação também pode impactar seus investimentos no mercado financeiro, sabia? Isso acontece porque, com a diminuição da atividade econômica, empresas de diversos setores podem apresentar uma queda em sua performance.
Ademais, muitas delas podem decretar falência durante esse período. Dessa forma, investidores que tenham investido em títulos ou ações da companhia podem lidar com prejuízos em sua carteira de investimentos.
Outro ponto importante é que os aportes feitos em alternativas de renda variável podem sofrer com o desequilíbrio geral da economia. Afinal, eles estão mais expostos à volatilidade do mercado — e a queda da produção econômica trará reflexos negativos nela.
Por fim, a deflação também pode aumentar os riscos de suas aplicações de renda fixa. Como é possível que exista uma crise financeira generalizada, as instituições nas quais você realizou investimentos podem deixar de cumprir seus compromissos em relação aos títulos emitidos.
Como proteger os investimentos da deflação?
Agora que você sabe como a deflação impacta a sua carteira de investimentos, é necessário saber como você pode se proteger dela. Para isso, a diversificação da carteira tem um papel central.
Essa prática permite que você faça aportes em diferentes alternativas do mercado, visando se expor a riscos, setores e classes diversas. Ao escolher investimentos com funcionamento distinto, é possível reduzir os riscos do seu portfólio.
Isso porque a má performance de um investimento ou de um setor da economia pode não afetar todo o seu patrimônio. Afinal, nem todos os seus ativos estarão sob as mesmas condições. Com isso, é possível controlar eventuais prejuízos.
Junto desse aspecto, vale considerar fazer investimentos internacionais — especialmente em economias mais fortes. Essa é uma forma de proteger seu patrimônio contra possíveis crises no mercado brasileiro.
Para internacionalizar parte da sua carteira, não é preciso abrir conta em instituições de outros países. A própria bolsa de valores do Brasil e os bancos de investimento contam com alternativas que permitem essa exposição — como brazilian depositary receipts (BDRs), exchange traded funds (ETFs) e fundos internacionais.
Como vimos, entender o que é deflação é importante para saber os impactos que ela pode causar na economia e nos seus investimentos. Diante disso, é fundamental compreender como elaborar uma estratégia para diluir os riscos da sua carteira.
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