A B3, a bolsa de São Paulo, lançou o primeiro índice latino-americano para reconhecer diversidade de gênero e raça nas empresas de capital aberto. Assim, o IDIVERSA B3 busca promover maior representatividade de mulheres, negros e indígenas nas companhias.
Além disso, a B3 reforça sua estratégia de liderar a agenda ESG como um impulsionador das melhores práticas.
“O IDIVERSA possuiu uma metodologia inédita que combina gênero e raça em um mesmo índice. Dessa maneira os investidores terão mais uma alternativa para formar suas carteiras e aplicar recursos em companhias que se diferenciam num critério ligado à agenda ESG”, afirma Ana Buchaim, vice-presidente de Pessoas, Marketing, Comunicação, Sustentabilidade e Investimento Social Privado da B3.
O índice é o décimo da família de indicadores ESG disponibilizados pela bolsa, que conta, por exemplo, com o ISE B3, principal índice de sustentabilidade empresarial do mercado brasileiros; o IGPTW B3, que reúne as melhores empresas para trabalhar; e o ICBIO, que acompanha os preços dos créditos de descarbonização.
Como funciona o IDIVERSA?
A construção do IDIVERSA se deu a partir de dados públicos fornecidos pelas companhias à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Dessa forma, para participar, é preciso ter, no mínimo, uma mulher ou uma pessoa negra ou indígena no Conselho Administrativo e na Diretoria Estatutária.
Assim, a B3 calcula uma nota para cada empresa, o Score Diversidade, levando em conta seu setor de atividade. O resultado do score, que é um dos principais critérios para definir a entrada de uma empresa no novo índice, somado aos critérios de liquidez, define a seleção das empresas que compõe o índice.
De acordo com o gerente de índices da B3, Henio Scheidt, serão usadas informações do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Por exemplo, a população tem 51% de mulheres, então espera-se que a empresa também tenha a mesma porcentagem de seu quadro composto por funcionárias. Se a companhia tiver menos, não ficará tão bem avaliada.
Além disso, o IDIVERSA é composto de ações e units exclusivamente de companhias listadas na B3 que atendem aos critérios de inclusão.
BDRs e ativos de empresas em recuperação judicial ou extrajudicial, regime especial de administração temporária, intervenção ou que estejam sendo negociados em qualquer outra situação especial de listagem não estão incluídos nesse universo.
Metodologia do índice
Critérios de inclusão do IDIVERSA:
EM 2024
- Para ser elegível, a empresa terá que possuir índice de negociabilidade de 99%;
- Ter presença em pregão de 95% no período de vigência das três carteiras anteriores;
- Não ser uma penny stock (ação com valor inferior a R$ 1);
- Ter pelo menos um representante dos grupos sub-representados no Conselho de Administração, como membro efetivo;
- Ter pelo menos um representante dos grupos sub-representados na Diretoria Estatutária.
Primeira carteira do IDIVERSA B3
A carteira do IDIVERSA B3 incluirá 79 ativos de 75 empresas, abrangendo dez setores econômicos: bens industriais; utilidade pública; saúde; tecnologia da informação; materiais básicos; comunicações; financeiros; consumo cíclico; consumo não cíclico; petróleo, gás e biocombustíveis.
Assim, a carteira será revisada a cada quatro meses. A oferta do índice viabiliza produtos de investimento, incluindo fundos passivos, ativos e de índices, ampliando opções para investidores.
“Além de dar visibilidade das companhias que se destacam entre seus setores na temática diversidade de gênero e raça, é importante lembrar que o IDIVERSA B3 é mais uma tese de investimento que disponibilizamos ao mercado e que consolida a B3 como a principal provedora de índices no Brasil. Os índices são ferramentas essenciais para o desenvolvimento de mercado já que oferecem aos investidores referências para avaliação, planejamento de investimentos e formação de portfólios”, destaca Ana Buchaim.
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