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Carteira Recomendada de ESG [Junho 2024]

Homens segurando uma planta, simbolizando a ideia de sustentabilidade.
Homens segurando uma planta, simbolizando a ideia de sustentabilidade.

Investimentos considerados responsáveis estão sendo cada vez mais demandados pela comunidade de investidores. Por isso, para te ajudar a navegar nesse tema, que ainda é novo para o mercado, apresentamos a seguir a Carteira Recomendada de ESG.

Esse é um material elaborado pelo BTG Pactual, eleito como melhor time de Research da América Latina.

Como a carteira recomendada ESG é montada

Antes de mais nada, é preciso entender quais são os critérios para um ativo fazer parte da carteira recomendada ESG.

O primeiro passo para montar nosso portfólio foi identificar macro temas relacionados a ESG, que são materiais para a América Latina e podem definir tendências na região. Definimos 8 temas que, em nossa percepção, se tornarão cada vez mais importantes e podem representar ameaças para alguns setores e oportunidade para outros.

Depois disso, identificamos empresas que abordam esses temas (ou seja, aquelas com sólidas práticas de governança corporativa ou que trabalham para aumentar a diversidade) ou empresas com um modelo de negócios que se beneficia desses temas (ou seja, aquelas cujo principal negócio é a geração de energia limpa ou gestão de resíduos).

Depois de definir esse universo, reduzimos o número de empresas ao entender quais têm boas práticas ESG. Das empresas restantes, escolhemos as 10 em que nossos analistas têm uma classificação de Compra e acreditam ter um momentum positivo. Nosso portfólio será revisado mensalmente.

Uma empresa com baixos padrões ESG podem fazer parte do portfólio? Sim, se o valuation for atraente o suficiente e se acreditarmos que, apesar dos baixos padrões atuais da empresa X, ela está correndo atrás para reduzir o gap.

Os 8 temas macro do ESG

#1 Economia de baixo carbono.

A mudança climática é a principal ameaça à humanidade e a maneira mais rápida de lidar com essa questão é limitando, compensando e/ou reduzindo as emissões de carbono.

196 nações (incluindo o Brasil) assinaram o Acordo de Paris, comprometendo-se a limitar o aquecimento global a menos de 2, preferencialmente a 1,5 graus Celsius, em comparação com os níveis pré-industriais.

Muitos governos já regulam as emissões de carbono das empresas e, embora o Brasil não tenha nenhuma regulamentação sobre o assunto, exceto os CBIOs, muitas empresas já estão se comprometendo a zero “líquido” de emissão e/ou compensar suas emissões de carbono.

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#2 Transição para energia limpa.

É impossível fazer a transição para uma economia de baixo carbono sem aumentar o uso de energia limpa. Para chegar a zero “líquido” até 2050, os investimentos em energia limpam já começaram e devem se intensificar nesta década.

De acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE), as energias renováveis devem representar 90% do crescimento da capacidade do setor global de energia em 2021 e 2022.

Se o setor de energia seguir o plano de chegar a zero líquido até 2050, a participação da oferta das energias renováveis na eletricidade global deve crescer de 27% em 2019 para 60% em 2030, enquanto a participação das usinas a carvão sem Captura, Uso e Armazenamento de Carbono (CCUS) cai drasticamente de 37% em 2019 para 6% em 2030.

E apesar da energia brasileira sendo mais limpa do que em muitos países desenvolvidos, localmente também observamos uma tendência de investimentos em geração de energia eólica e solar.

#3 Net promoter score (NPS).

Em um mundo de capitalismo de partes interessadas, os clientes são provavelmente os stakeholders mais importantes das empresas – no final do dia, você não pode vender um produto ou serviço se não tiver um cliente.

O NPS é a melhor métrica para medir a satisfação do cliente e um NPS alto provavelmente significa que a empresa tem espaço para aumentar a participação no mercado, tem clientes fiéis e está próxima o suficiente para entender suas necessidades – o que provavelmente também trará inovação.

#4 Inovação.

Isso sempre foi importante para as empresas, mas tornou-se crucial à medida que o avanço tecnológico aumentava a concorrência (e reduzia as barreiras para novos entrantes) em diversos setores.

Empresas com boas práticas ESG também tendem a ser inovadoras, principalmente devido à sua força de trabalho diversificada (diversidade traz criatividade), foco de longo prazo (que cria um ambiente onde as pessoas são incentivadas a experimentar) e forte relacionamento com os stakeholders, especialmente clientes e fornecedores (essas empresas estão próximas o suficiente dos clientes para ouvir feedbacks e entender suas necessidades, enquanto os fornecedores são vistos como parceiros que trazem soluções e crescem junto com as empresas).

#5 Digitalização.

A digitalização é uma tendência social, que está desestruturando algumas empresas e setores, mas também trazendo várias oportunidades.

A digitalização traz diversas oportunidades de escala para as empresas e aumenta as opções que os clientes têm – bem como a velocidade com que podem contratar ou cancelar produtos/serviços.


#6 Diversidade.

Aumentar a diversidade e a inclusão é um desafio para as empresas, mas muitos estudos mostram que um ambiente diversificado e inclusivo é positivo para os resultados.

É mais fácil atrair e reter talentos em uma força de trabalho diversificada e um ambiente diversificado tende a ser mais criativo, o que favorece a inovação.

#7 Boas práticas de governança corporativa.

A governança corporativa envolve ética, planejamento estratégico, transparência, processos e responsabilidade. Deve ser a base do ESG, pois entendemos que uma empresa não pode causar um impacto socioambiental positivo no longo prazo sem boas práticas de governança corporativa.

#8 Gestão de resíduos/economia circular.

Outro desafio da sociedade é reduzir a quantidade de resíduos enviados para aterros. Vemos empresas já se comprometendo com políticas “sem resíduos”, criando uma infinidade de oportunidades para empresas que trabalham com reciclagem, economia circular, materiais compostáveis e tratamento de resíduos.

Composição da carteira ESG

As dez escolhas do nosso portfólio ESG de junho são Allos, Eletrobras, Embraer, Iguatemi, Itaú, Localiza, Lojas Renner, Marcopolo, Santos Brasil e TIM.

Allos e TIM são os recém-chegados, substituindo MercadoLibre e Raízen.

Shoppings

No setor de shoppings, o recente desempenho fraco da Allos abriu um bom ponto de entrada, e ficamos com a Iguatemi, cujo desempenho operacional tem sido sólido graças a um portfólio dominante de shoppings e a um controle rígido sobre custos e despesas.

Financeiro

No setor financeiro, mantivemos o Itaú, que entregou a transformação digital mais eficaz de qualquer operador histórico do setor, o que deve permitir-lhe ampliar seu diferencial de ROE sustentável em relação aos pares.

Consumo

No segmento de consumo, esperamos que os resultados da Renner melhorem gradativamente ao longo do ano, à medida que as taxas de juros caem e as condições de crédito melhoram.

Transportes

No setor de transportes, Santos Brasil, Embraer, Localiza e Marcopolo continuam em nosso portfólio.

Estamos otimistas com Santos Brasil devido ao ambiente favorável de preços em Santos, à melhoria na perspectiva de volume, à redução significativa de riscos regulatórios e ao valuation atrativo.

Quanto à Embraer, vemos várias opções geradoras de valor em suas divisões de Defesa, Aviação Comercial e Executiva.

A Localiza está sendo negociada a um P/L 24E de 14x, em comparação com sua média histórica de 22x, e vemos espaço para uma expansão de múltiplos, especialmente após a recente queda (-24% no acumulado do ano).

Por fim, a Marcopolo se beneficia da demanda resiliente por ônibus, de um ambiente de preços favorável e da alavancagem operacional.

Confira, abaixo, a carteira recomendada ESG para este mês.

Empresa Código Peso ADTV
(R$ milhões)
Potencial de alta (%) Valor de Mercado (R$ Milhões) P/L 24
Allos ALOS3 10% 100 58,5% 11.726 12,8
Eletrobras ELET3 10% 293 51,3% 82.340 6,9
Embraer EMBR3 10% 148.4 8,8% 28.970 22,6
Iguatemi IGTI11 10% 73 63,6% 5.852 11,5
Localiza RENT3 10% 417 122,7% 41.261 11,0
Lojas Renner LREN3 10% 308 72,0% 12.319 10,3
Marcopolo POMO4 10% 44 95,8% 5.804 5,0
Itaú ITUB4 10% 764 34.9% 303.802 7,5
TIM TIMS3 10% 117 26.0% 38.405 11,1
Santos Brasil STBP3 10% 47 44,2% 10.189 14,7

Fonte: Estimativas do BTG Pactual

Quanto rende a carteira ESG

Nos últimos 30 dias, nossa carteira ESG (-7,8%) performou abaixo do Ibovespa (-6,9%) e do benchmark (S&P/B3, -6,7%).

Performance Ponderada (%)
Iguatemi -0,6%
Eletrobras -0,7%
Embraer 0,1%
Itaú -0,7%
Localiza -1,4%
Lojas Renner -1,6%
Marcopolo -1,2%
MercadoLibre -0,2%
Raízen -0,7%
Santos Brasil -0,9%
Portfólio -7,8%
Ibov -6,9%
Benchmark -6,7%

Fonte: BTG Pactual

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As Carteiras Recomendadas podem ser elaboradas com diferentes objetivos. Selecionamos outras 5 carteiras para você conhecer neste mês.

A escolha de qual carteira seguir depende de critérios como seus objetivos financeiros e do seu perfil de risco.

Está na dúvida sobre qual é a melhor opção para investir? Agende uma reunião com nosso time de especialistas e faça uma avaliação gratuita da sua carteira de investimentos.

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