Carteira Recomendada de Ações 10SIM [Julho 2024]

Homem sobre montanha, olhando o pôr do sol ao horizonte. Imagem simboliza sucesso e superação de desafios.
Homem sobre montanha, olhando o pôr do sol ao horizonte. Imagem simboliza sucesso e superação de desafios.

Onde investir na Bolsa este mês? Essa é uma dúvida comum. Afinal, são centenas de alternativas disponíveis no mercado. É nesse contexto que a Carteira Recomendada de Ações surge para facilitar o processo de decisão.

Nela, um time de analistas certificados faz uma curadoria no mercado de acordo com o momento atual e apresenta, em sua visão, as melhores ações para investir no momento segundo determinados critérios.

Apresentamos, abaixo, a Carteira Recomendada de Ações 10SIM, do BTG Pactual para este mês. Confira:

Objetivo da Carteira Recomendada

A carteira tem como objetivo capturar as melhores oportunidades e performances do mercado de ações sugerindo cerca de 10 ações a cada mês. O processo de seleção dos ativos é realizado pelo time de estrategistas do Research do Banco BTG Pactual, com base em uma análise conjunta ao time de analistas, sem considerar necessariamente índices de referência ou liquidez.

Visão geral do mês

O Ibovespa recuperou algumas de suas perdas em reais em junho (+1,5%), mas com o real caindo 6,6% (encerrou junho a R$ 5,59 por dólar), o desempenho do índice em dólares decepcionou novamente (-4,6%), e agora está com uma queda de 19,5% acumulada no ano em dólares.

A fraqueza do real foi acompanhada por taxas de juros reais mais altas de longo prazo, que encerrou junho em 6,4%, acima dos 6,1% registrados em maio-abril e dos 5,8% em março. Isso pode ser atribuído ao que acreditamos ser uma crise de confiança fiscal e monetária, que começou em meados de abril, quando o governo decidiu alterar as metas fiscais primárias do Brasil para 2025-26.

Isso foi seguido pela relutância do Congresso em aprovar impostos adicionais. Uma Medida Provisória que limitava o uso de créditos fiscais de PIS/COFINS foi rejeitada pelo Presidente da Câmara dos Deputados e, em alguns tweets e entrevistas, o Presidente Lula disse que não tinha planos de cortar despesas.

A decisão dividida do Banco Central sobre os cortes nas taxas na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) de 8 de maio também fez com que os mercados temessem um Banco Central mais dovish – os mercados esperavam uma decisão unânime de reduzir o ritmo dos cortes para 25bps, mas 4 dos 9 diretores (todos os 4 indicados pelo governo) votaram por 50bps.

A decisão de maio, que abalou a confiança do mercado no Banco Central, foi seguida por uma decisão unânime na reunião de junho, na qual o Banco Central decidiu manter as taxas em 10,5%, apesar da enorme pressão política por cortes adicionais.

Embora a reunião de junho possa ter restabelecido parte da confiança perdida pelo mercado, uma recuperação completa só ocorrerá após a nomeação do novo presidente do Banco Central, prevista para dezembro.

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O governo deve tomar medidas no aspecto fiscal

Embora a crise de confiança monetária possa ter sido parcialmente resolvida após a reunião de junho do Banco Central, a crise de confiança fiscal continua em pleno andamento, com o forte crescimento dos benefícios previdenciários ameaçando o novo teto de gastos em seu primeiro ano. Com poucas chances de o Congresso aprovar impostos mais altos, a única maneira de o governo cumprir as metas fiscais primárias é reduzindo os gastos orçamentários.

Mas, nas últimas semanas, Lula tem repetidamente descartado cortes de gastos, deixando os mercados especulando sobre outra rodada de revisões das metas fiscais primárias. Apesar de não haver um compromisso claro do governo de cortar despesas, acreditamos que é isso que acontecerá.

Na próxima revisão orçamentária bimestral, em 22 de julho, esperamos que o governo anuncie um congelamento de gastos de R$ 15 a 20 bilhões, o que deve ser suficiente para evitar a alteração do teto de gastos de 2024 – uma alteração no teto pressionaria o real ainda mais e elevaria as taxas de longo prazo, com impactos econômicos e políticos desastrosos.

Embora o congelamento de gastos deva proporcionar algum alívio aos mercados, ele não aborda de fato as preocupações fiscais em 2025. São necessárias medidas mais estruturais, como grandes cortes de gastos e medidas para tornar o orçamento mais flexível (por exemplo, dissociar os gastos com saúde e educação do crescimento da receita tributária).

Mas, apesar dessa clara necessidade, não esperamos medidas mais estruturais antes das eleições municipais de outubro.

Valuation atraente, mas a crise de confiança deve ser resolvida

Após outro desempenho ruim em junho, as ações brasileiras estão sendo negociadas a apenas 9x o P/L 12 meses à frente ex-Petro&Vale (7,6x incluindo-os), mais de 1 desvio padrão abaixo da média. O prêmio para manter as ações (medido como o inverso do P/L menos as taxas reais de 10 anos) é de 4,7%, 1 a 2 desvios-padrão acima de sua média histórica.

Continuamos otimistas em relação às perspectivas da economia brasileira em 2024, mas, se a crise de confiança não for resolvida rapidamente, um real “mais fraco por mais tempo” poderá pressionar a inflação e forçar o Banco Central a manter a taxa Selic em um nível elevado. As altas taxas de juros de longo prazo também podem prejudicar os investimentos e a atividade econômica em 2025.

Para que as ações locais se recuperem, o mercado precisa recuperar a confiança nas políticas monetária e fiscal do Brasil.

As taxas de longo prazo dos EUA estão finalmente caindo…mas isso pode não ser suficiente

Depois de atingir um pico de 4,7% no final de abril, as taxas de 10 anos dos EUA agora estão em 4,4%. Uma queda maior certamente ajudaria os mercados emergentes, e as ações brasileiras em particular. Mas o governo brasileiro tem muito trabalho pela frente para que os preços dos ativos locais melhorem.

Locais e estrangeiros continuam a vender ações brasileiras

Os estrangeiros têm sido vendedores líquidos consistentes de ações locais este ano. Em junho, eles venderam R$4,8 bilhões, aumentando os resgates no acumulado do ano para R$40,7 bilhões.


Comparando os valores acumulados no ano, quase todo o dinheiro que entrou no mercado em 2023 (R$44,9 bilhões) saiu no primeiro semestre de 2024.

Para que o apetite dos investidores estrangeiros por ações brasileiras aumente, as taxas dos EUA devem cair e o governo local precisa restaurar a confiança em suas contas fiscais.

Devido ao grande fluxo de saída no acumulado do ano, as alocações dos fundos globais expostos a mercado emergentes (GEM) em ações brasileiras caíram para 6,1% em maio (-150bps no acumulado do
ano). Da mesma forma, os fundos de ações globais e os fundos dedicados à América Latina também reduziram suas alocações no Brasil para 0,4% e 53,5% em maio, respectivamente. De fato, essa tendência é perceptível em todos as quatro categorias.

Trocas da carteira recomendada no mês de julho

Como é provável que o cenário mais incerto e volátil prevaleça nos próximos meses, decidimos reduzir nossa exposição a ações domésticas cíclicas/sensíveis à taxa de juros e, ao mesmo tempo, adicionar um pouco mais de exposição cambial e defensiva.

Ainda acreditamos que o Ibovespa está barato (9x P/L 12 meses à frente), mas não vemos nenhum catalisador importante no curto prazo.

Equatorial substitui Renner

Aumentamos nossa exposição a serviços básicos acrescentando a Equatorial, substituindo a Renner, que tem um valuation barato, mas não tem gatilhos de curto prazo. A EQTL é negociada a uma TIR real de 11,7%, um prêmio de 529bps em relação às taxas reais de longo prazo (vs. média histórica de 408bps).

Em junho, foi publicado o decreto com as diretrizes para a renovação das concessões de distribuição, estabelecendo uma renovação não onerosa e representando uma importante redução de risco para as empresas de distribuição.

Com a inclusão da Equatorial, passamos a ter 20% da exposição da 10SIM em Serviços Básicos (Eletrobras é o outro nome com 10%).

Embraer sai, Klabin entra

Em termos de exposição cambial, substituímos a fabricante de aviões Embraer (+69% no acumulado do ano) pela produtora de Papel & Celulose Klabin, um de nossos nomes preferidos para exposição a um cenário de real mais fraco e negociado com um valuation mais atraente (6,5x EV/EBITDA). Ela também deve apresentar resultados sólidos no segundo trimestre.

JBS no lugar de Localiza

Também estamos adicionando o frigorífico JBS, substituindo a Localiza – outra ação negociada com valuation muito atraente, mas sem catalisadores de curto prazo.

A JBS oferece exposição cambial e deve se beneficiar dos ciclos positivos de aves (Pilgrims) e suínos nos
EUA e dos ciclos favoráveis de gado e aves no Brasil, compensando um ciclo de carne bovina mais desafiador nos EUA.

Os resultados do segundo trimestre também devem suportar a performance das ações.

Manutenções na carteira recomendada

Mantemos nossa exposição ao setor imobiliário por meio da operadora de shopping centers Allos e da construtora de imóveis de alto padrão Cyrela.

Também mantemos nossas principais opções financeiras, Itaú e Stone, e a gigante de Petróleo & Gás Petrobras. A operadora de telecomunicações TIM completa o 10SIM deste mês.

Onde investir na Bolsa em Julho de 2024

Veja, abaixo, como ficou o portfólio recomendado pela equipe de Research do BTG Pactual para este mês.

Empresa Setor Ticker Peso (%) Valor de Mercado (R$ mi) EV/EBITDA
2024 / 2025
P/L
2024 / 2025
P/VPA
2024 / 2025
Petrobras Petróleo & Gás PETR4 10% 508,539 2,9x 3,1x 3,8x 4,4x 1,1x 1,0x
Itaú Unibanco Bancos ITUB4 15% 296,266 n.a. n.a. 7,9x 7,1x 1,7x 1,5x
Eletrobras Serviços Básicos ELET3 10% 81,848 6,0x 4,9x 6,9x 7,8x 0,7x 0,7x
JBS Alimentos & Bebidas JBSS3 10% 71,579 6,4x 6,1x 11,2x 10,1x 1,7x 1,7x
Tim Telecom TIMS3 10% 38,434 4,2x 4,0x 12,6x 10,7x 1,4x 1,4x
Equatorial Serviços Básicos EQTL3 10% 35,331 7,4x 6,9x 13,8x 9,9x 1,6x 1,5x
Klabin Papel & Celulose KLBN11 10% 25,964 6,5x 7,0x 12,4x 14,1x 1,9x 2,3x
Stone Financeiro (ex-Bancos) STOC31 10% 20,687 n.a. n.a. 9,0x 7,8x 1,1x 1,0x
Allos Shoppings ALOS3 10% 11,467 7,2x 6,5x 13,0x 11,0x 0,8x 0,8x
Cyrela Construção civil CYRE3 5% 7,067 6,6x 5,7x 5,5x 4,5x 0,8x 0,7x
Fonte: Estimativas do BTG Pactual e Economática.

Compare, também, com a carteira do mês anterior.

Junho Julho
Empresa Setor Ticker Peso (%) Empresa Setor Ticker Peso (%)
Petrobras Petróleo & Gás PETR4 10% Petrobras Petróleo & Gás PETR4 10%
Itaú Unibanco Bancos ITUB4 15% Itaú Unibanco Bancos ITUB4 15%
Eletrobras Serviços Básicos ELET3 10% Eletrobras Serviços Básicos ELET3 10%
Localiza Aluguel de carros RENT3 10% JBS Alimentos & Bebidas JBSS3 10%
Tim Telecom TIMS3 10% Tim Telecom TIMS3 10%
Embraer Bens de Capital EMBR3 10% Klabin Papel & Celulose KLBN11 10%
Stone Financeiro (ex-Bancos) STOC31 10% Stone Financeiro (ex-Bancos) STOC31 10%
Lojas Renner Varejo LREN3 10% Equatorial Serviços Básicos EQTL3 10%
Allos Shoppings ALOS3 10% Allos Shoppings ALOS3 10%
Cyrela Construção civil CYRE3 5% Cyrela Construção civil CYRE3 5%
Fonte: BTG Pactual

Rentabilidade da carteira recomendada de ações

Em junho, a rentabilidade da carteira 10SIM™ foi de 0,2%, performando abaixo do Ibovespa (1,5%) e IBrX-50 (1,6%).

Desde 31 de dezembro de 2023, nossa carteira 10SIM caiu -8,0%, contra -7,7% do Ibovespa e -6,1% do IBX-50. A taxa interbancária do CDI subiu +5,2% no período.

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ No ano IBOV Carteira Acum. IBOV Acum.
2009 0,2% 13,3% 4,8% 19,1% 11,5% 19,1% 11,5%
2010 -5,5% 0,3% 0,1% -1,1% -2,8% -2,4% 12,3% -1,4% 8,6% 4,8% -2,4% 2,3% 12,0% 1,0% 33,4% 12,7%
2011 -2,2% 2,7% 1,6% 0,6% -1,4% -2,2% -4,6% -1,0% -10,8% 9,5% 0,2% 2,1% -6,5% -18,1% 24,7% -7,7%
2012 3,2% 10,3% -0,2% -0,8% -8,7% -0,1% 2,3% 5,1% 6,9% 3,0% 2,1% 8,1% 34,4% 7,4% 67,6% -0,9%
2013 6,1% -1,9% 1,4% 1,9% -2,1% -6,1% -0,5% 5,1% 2,8% 5,3% -0,6% -3,5% 7,3% -15,5% 79,9% -16,3%
2014 -6,1% -0,7% 4,0% 1,5% 0,2% 5,6% 1,9% 6,4% -10,8% 6,8% 0,8% -8,6% -0,9% -2,9% 78,3% -18,7%
2015 -6,3% 6,2% 3,6% 3,5% -3,1% -0,1% -5,5% -6,8% 2,4% 1,5% 3,6% -0,4% -2,4% -13,3% 73,9% -29,5%
2016 -5,5% 3,2% 4,4% 7,2% -6,0% 6,8% 12,9% 0,9% -0,2% 10,9% -6,5% -2,5% 26,0% 38,9% 119,1% -2,1%
2017 11,2% 3,9% -5,6% 1,7% -4,2% -2,1% 5,7% 4,3% 2,9% -0,9% -4,6% 2,9% 14,7% 26,9% 151,4% 24,2%
2018 10,2% -0,4% 1,6% 1,5% -6,7% 0,1% 1,9% -2,7% 2,5% 5,0% -0,7% 0,2% 12,3% 15,0% 182,3% 42,9%
2019 8,3% 2,1% -2,1% 2,3% -1,6% 5,2% 4,8% -0,1% 4,3% 1,2% 0,8% 6,7% 39,9% 31,6% 294,9% 88,0%
2020 1,7% -9,2% -30,7% 8,0% 7,7% 8,3% 9,0% -3,6% -4,1% -1,1% 16,2% 9,2% 1,8% 2,9% 302,0% 93,5%
2021 -3,9% 2,2% -2,7% 5,6% 8,8% -1,1% -3,1% -0,9% -7,6% -8,9% -5,6% 4,6% -13,3% -11,9% 248,5% 70,4%
2022 10,5% 3,8% 6,1% -3,9% 1,1% -14,0% 6,4% 9,9% 3,2% 12,1% -12,4% -1,3% 18,9% 4,7% 314,4% 78,4%
2023 5,7% -6,8% 0,0% 2,5% 5,1% 10,0% 4,5% -6,6% 0,8% -3,9% 13,1% 3,5% 29,4% 22,3% 436,1% 118,1%
2024 -0,9% 1,9% 1,1% -4,2% -6,2% 0,2% -8,0% -7,7% 393,0% 101,4%
Fonte: BTG Pactual, Economática, (*) rentabilidade considerando o último preço de fechamento

Desde outubro de 2009, quando Carlos E. Sequeira assumiu a carteira 10SIM, o portfólio acumula alta de 393,0%, contra 101,4% do Ibovespa e 140,6% do IBX-50.

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A escolha de qual carteira seguir depende de critérios como seus objetivos financeiros e do seu perfil de risco.

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