A inflação fechou o ano de 2022 em 5,79% , segundo o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) divulgado em janeiro. Diante dos acontecimentos no ano passado, como a volta da atividade econômica, guerra entre Rússia e Ucrânia e corrida eleitoral, o índice não ficou muito fora do esperado.
Mas, para era saber se o seu dinheiro realmente está rendendo acima do índice, os especialistas no mercado financeiro utilizam a métrica do ganho real, que é feito através da divisão do rendimento do investimento pela inflação.
Quando um ativo supera esse índice, significa que o dinheiro aplicado se valorizou. Caso ao contrário, significa que não rendeu o suficiente. Em sua maioria, os ativos em renda variável sofreram mais com as instabilidades, o que justifica o rendimento negativo comparado com a inflação.
Confira a seguir quanto a poupança, Bolsa, FIIs e outros investimentos renderam comparado a inflação no ano passado, segundo o levantamento do TradeMap:
CDI
- Rentabilidade em 2022: 12,39%
- Rentabilidade descontada a inflação: 6,24%
Poupança
- Rentabilidade em 2022: 7,9%
- Rentabilidade descontada a inflação: 2%
Ibovespa
- Rentabilidade em 2022: 4,69%
- Rentabilidade descontada a inflação: -1,04%
Ifix
- Rentabilidade em 2022: 2,22%
- Rentabilidade descontada a inflação: – 3,37%
Dólar
- Rentabilidade em 2022: – 6,50%
- Rentabilidade descontada a inflação: – 11,61%
Ouro
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que pode turbinar seus ganhos.
- Rentabilidade em 2022: -8,48%
- Rentabilidade descontada a inflação: -13,49%
Small Caps
- Rentabilidade em 2022: – 15,06%
- Rentabilidade descontada a inflação: -19,70%
BDRs
- Rentabilidade em 2022: – 28,05%
- Rentabilidade descontada a inflação: – 39,99%
Bitcoin
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- Rentabilidade descontada a inflação: – 68,27%
Por que é importante entender e acompanhar a inflação?
Para entender a importância de monitorar a inflação e o mercado, é necessário diferenciar os conceitos de rentabilidade nominal e real. Conhecê-los é indispensável para que você compreenda os resultados que atingiu com sua estratégia de investimentos. Considere que você investiu em um título de renda fixa, como uma letra de crédito do agronegócio (LCA), com rentabilidade prefixada de 10% ao ano.
Caso sua aplicação tenha sido de R$ 1.000, seu rendimento será R$ 100 ao final de 365 dias — visto que essa modalidade não tem incidência de Imposto de Renda (IR). Essa porcentagem é sua rentabilidade nominal. Ou seja, representa o total que o investimento retornou.
Por sua vez, a rentabilidade real coloca esse número em perspectiva em relação à inflação. Assim, caso o IPCA do mesmo período seja de 15%, por exemplo, o rendimento real foi negativo. Ou seja, mesmo obtendo retornos, eles não foram suficientes para alcançar ou superar a inflação.
Dessa forma, acompanhar o mercado e as expectativas para a inflação é um aspecto fundamental em sua estratégia. Esse entendimento permitirá que você encontre os investimentos que podem ser mais adequados para o cenário de inflação elevada e, consequentemente, ter a chance de alcançar rentabilidades mais interessantes.
Quais investimentos podem proteger você da inflação?
Como você viu, a inflação pode impactar negativamente os rendimentos de sua carteira. Por isso, com o cenário de instabilidade que deve se estender ao longo de 2022, é importante saber como proteger seu patrimônio, não é mesmo?
Conheça as principais alternativas para ter rendimentos acima da inflação!
Tesouro IPCA+
Um dos títulos mais buscados para se proteger das variações da inflação é o Tesouro IPCA+. Ele é emitido pelo Governo Federal e negociado na plataforma do Tesouro Direto.
O título se caracteriza por ser híbrido. Isso significa que sua rentabilidade combina uma taxa prefixada e outra pós-fixada — que acompanha as oscilações do IPCA. Assim, ele garante retornos acima da inflação.
No entanto, vale destacar que a rentabilidade só é garantida no vencimento do título. Dessa maneira, mesmo que seja possível realizar um resgate antecipado, não há garantias de lucros antes do vencimento. Afinal, o Tesouro IPCA está sujeito à marcação a mercado — que pode gerar prejuízos ao investidor.
Também é preciso ter em mente que há a incidência de Imposto de Renda sobre os lucros. As alíquotas seguem a seguinte tabela regressiva, de acordo com o tempo de alocação:
- até 180 dias: 22,5%;
- de 181 a 360 dias: 20%;
- de 361 a 720 dias: 17,5%;
- acima de 720 dias: 15%.
Títulos de renda fixa privada atrelados ao IPCA
Também na renda fixa, é possível se proteger da inflação com títulos privados atrelados ao IPCA. Assim como o título público IPCA+, eles apresentam rentabilidade híbrida — que garante rentabilidade acima da inflação no vencimento.
Dessa maneira, existem diversas alternativas que têm essas características. Entre as principais estão alguns certificados de depósitos bancários (CDBs), determinadas debêntures e algumas letras de crédito imobiliário (LCIs) e do agronegócio (LCAs).
Para as duas últimas, um aspecto que pode ser positivo, como você viu, está na isenção do IR. Com isso, é possível que seu potencial de lucros seja mais alto na comparação com outras alternativas.
Fundos de inflação
Mais um investimento que pode ser vantajoso são os fundos de inflação. Eles são um veículo coletivo cujo portfólio é composto, predominantemente, por títulos atrelados ao Índice de Mercado ANBIMA (IMA-B).
Como esses fundos contam com a presença de um gestor profissional, eles podem ser uma oportunidade prática para os investidores. Afinal, será o gestor o responsável por tomar decisões e administrar os investimentos com melhores características para a estratégia do veículo.
O que esperar da economia e do mercado financeiro em 2023?
De acordo com a análise da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a previsão de crescimento do PIB brasileiro em 2023 será de 1,2%, abaixo da média mundial de 2,2%. O relatório explica que a atividade econômica no Brasil acelerou acima do esperado no primeiro e segundo trimestres deste ano, porém, o crescimento perdeu força no terceiro trimestre.
A expansão menor da economia brasileira projetada reflete a deterioração das previsões globais, da política fiscal mais apertada e dos efeitos dos aumentos dos juros nos últimos meses para conter a temida inflação.
Inclusive, mesmo ficando novamente abaixo da média mundial, o PIB brasileiro irá crescer mais que o americano e da zona do euro, em que ambos contam com expansão estimada em 0,5% e da média de 38 países da OCDE, projetada em 0,8%. A instituição prevê uma leve melhoria do PIB brasileiro em 2024, com crescimento estimado em 1,4%, abaixo da média mundial, que deve ser de 2,7%.
“Preços mais baixos das commodities e a desaceleração econômica em grandes parceiros comerciais vão reduzir a demanda externa. Condições de crédito mais rigorosas vão limitar o consumo dos lares, como também uma desaceleração na geração de empregos em 2023 no Brasil”, diz o estudo.
Já sobre o investimento privado, será um ponto que vai continuar subindo no Brasil por conta da maior confiança empresarial. A previsão para o novo ano é de que a política monetária siga restritiva e a atual taxa de juros deve se manter no mesmo patamar.
E a inflação? Assunto que não saiu das notícias de jornais e relatórios macroeconômicos. Bom, o mesmo estudo prevê ainda que o índice no nosso país deverá diminuir durante o período de projeção à medida que os efeitos dos preços mais altos da energia e dos alimentos se ajustarem. Segundo a OCDE, a taxa deverá cair de 8,9% ao ano em 2022 para 4,2% em 2023, subindo para 4,5% em 2024 com o aumento da retomada econômica.
Outro ponto importante é que, se a isenção de tributos federais sobre os combustíveis e o aumento do programa de renda, o Auxílio Brasil, forem mantidos, pode ser complicado para o Brasil conciliar isso com as regras orçamentárias. A necessidade de uma política fiscal mais restritiva têm sido bastante discutida para reduzir o déficit e com isso, conter a dívida pública em 2023.
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