Ao investir na bolsa de valores, o investidor precisa conhecer o funcionamento de alguns processos — como o rateio linear. Esse é um método utilizado quando a demanda por ações ou cotas de fundo de investimento imobiliário (FIIs) é maior que a oferta no IPO.
Nesse caso, significa que nem todos os interessados poderão receber a quantidade de ativos desejada. Logo, é preciso utilizar um método para distribuir os investimentos emitidos com os investidores que manifestaram o interesse na aquisição.
Quer entender em detalhes o que é o rateio linear e como ele funciona? Acompanhe este artigo e descubra, ainda, os outros tipos de rateio que podem ocorrer na bolsa de valores!
O que é rateio linear?
Antes de explicar o que é rateio linear, é importante repassar o conceito de oferta pública inicial ou initial public offering (IPO). Ele é o processo em que uma empresa ou fundo realiza a sua primeira emissão de ações ou cotas na bolsa de valores.
O IPO envolve diversas etapas e precisa de uma série de documentações para seguir as regras do mercado e obter a autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Depois de finalizado, torna-se mais uma oportunidade para os investidores se tornarem sócios ou cotistas.
Entre os procedimentos realizados no IPO está o de registrar os investidores que desejam comprar as ações, por exemplo. Essa fase é chamada de reserva de ações e é importante para determinar o preço dos papéis. Isso porque se a procura for alta, o preço tende a se elevar.
Além de definir o preço das ações, a informação ajuda a saber qual é a relação entre o número de interessados e a quantidade de papéis que será emitida. A reserva não é garantia de adquirir o número de ações desejadas, pois a busca pode ser grande.
Para cenários em que a demanda supera a oferta, existem os rateios — como o rateio linear. Nesse método, é limitado um valor máximo para cada investidor adquirir de ações, independentemente da quantidade de papéis que ele reservou.
Como funciona esse processo?
Agora que você viu o que é o rateio linear e qual é o seu objetivo na oferta pública inicial, precisa compreender como funciona esse processo. Para isso, é interessante utilizar uma situação fictícia como exemplo.
Imagine que uma companhia fez a oferta pública inicial de ações no valor total de R$ 150 milhões e três investidores estão interessados:
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que pode turbinar seus ganhos.
- o primeiro deseja adquirir R$ 40 milhões;
- o segundo deseja adquirir R$ 55 milhões;
- o terceiro deseja adquirir R$ 80 milhões.
Note que o valor total reservado pelos interessados supera o valor total de ações que será ofertado. Então é preciso fazer o rateio — que pode ser linear. Nesse caso, será dividido o valor total emitido pela empresa pelo número de investidores que têm intenção de compra.
No exemplo fictício, 150 milhões de reais seriam divididos por três investidores. Logo, cada um poderia adquirir no máximo R$ 50 milhões em ações. Note que o primeiro investidor poderá adquirir 100% do que reservou e ainda sobrarão R$ 10 milhões para o rateio entre os demais interessados.
Assim, para os outros dois investidores o rateio é de R$ 100 milhões + R$ 10 milhões (R$ 110 milhões). Desse modo, cada um poderá adquirir R$ 55 milhões de ações. Com isso, o segundo investidor consegue comprar 100% do que reservou dos papéis.
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Já o terceiro adquire somente uma parte do que havia reservado. Como você pode ver, o rateio linear é um método de distribuição dos papéis que acaba beneficiando os investidores menores, pois não faz cálculos proporcionais.
Quais outros tipos de rateio linear que existem?
Depois de acompanhar o funcionamento do rateio linear, vale a pena entender que há outros métodos de rateio. Veja a seguir!
Rateio por ordem de chegada
Nesse processo, as regras são diferentes, pois é determinado um horário para a realização da oferta dos papéis. No momento estabelecido, os investidores precisam estar prontos para reservar a quantidade desejada.
Desse modo, quando o total do que foi emitido é reservado pelos interessados, as reservas terminam. Como o próprio nome demonstra, quem chega primeiro consegue adquirir o que deseja, independentemente da quantidade reservada.
Rateio tradicional
Há, por fim, o rateio tradicional em que a distribuição ocorre seguindo a proporção de oferta e demanda. Veja o exemplo: a empresa está emitindo ações no valor total de R$ 100 milhões. No entanto, o valor reservado pelos interessados é de R$ 200 milhões.
Aqui, é preciso dividir esses dois valores para encontrar a proporção — o que, nessa situação, seria de 50%. Ou seja, a companhia só consegue atender à meta da demanda. Logo, o rateio proporcional define que cada investidor só poderá adquirir 50% dos papéis reservados.
O que significa a cláusula de lock-up?
Como você viu, no rateio linear todos os investidores que reservaram ações na subscrição conseguem adquirir os papéis. Entretanto, pode ocorrer de um interessado não conseguir comprar o montante total desejado.
Nesse caso, ele precisará esperar para comprar as ações no mercado secundário. Ou seja, aguardar o investidor que comprou no IPO vender seus papéis. Porém, isso pode demorar um tempo, pois algumas companhias utilizam a cláusula de lock-up.
Esse é um termo que obriga os investidores a ficarem um determinado período com as ações, antes de negociá-las na bolsa de valores. E por que isso ocorre? O motivo é simples: para evitar uma variação muito alta dos preços dos papéis nos primeiros pregões em que são negociados.
Assim, é uma forma de limitar a especulação por um tempo e prevenir que haja grande volatilidade no preço das ações. Isso poderia afetar os investidores e o valor de mercado das empresas — razão pela qual determinadas companhias optam pelo lock-up.
Com este artigo, você aprendeu o que é e como funciona o rateio linear no IPO. O método ajuda a garantir a distribuição de ações ou cotas de acordo com a demanda. Assim, é um conceito importante para quem tem interesse em investir na bolsa de valores.
Você quer entender mais detalhes de como ocorre a oferta pública inicial? Descubra mais sobre o IPO e como funciona esse processo!