Depois de uma entrada nos holofotes e bom desempenho de iniciante, é hora de dar tchau: o Nubank (NUBR33) está de saída da bolsa brasileira. Na quinta-feira (15), a fintech comunicou que deixará de ser listada na B3. O motivo? Maximizar as eficiências e minimizar custos operacionais de ser uma companhia aberta em dois mercados.
De acordo com eles, a justificativa é que com a saída, conseguirá reduzir cargas de trabalho duplicadas que seriam desnecessárias em requisitos regulatórios. Isso porque tendo listagem nos EUA e no Brasil, a fintech precisa manter estruturas operacionais e administrativas diferentes, ou seja, cada uma para atender às normas específicas dos mercados em que seus papéis são negociados.
Essa decisão que pegou muitos brasileiros de surpresa veio em menos de um ano depois da abertura de capital. Tanto que a notícia não foi bem aceita pelos investidores brasileiros. Na sexta-feira (16) pela manhã, o BDR do Nubank caiu quase 7% na bolsa brasileira.
Além disso, o assunto repercutiu nas redes sociais e tomou conta do Twitter. Muitos reclamaram da decisão do famoso cartão roxinho. Agora, o Nubank continua tendo seus BDRs negociados na bolsa brasileira, mas vai “rebaixar” o nível destes para não precisar mais responder às regras impostas pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) às empresas de capital aberto no Brasil.
Resumindo de forma bem prática: a fintech ficará na mesma posição de outras empresas de tecnologia estrangeiras como Apple, Facebook e Google, que têm BDRs de nível I listados no país.
Desistir do Nubank é uma boa opção?
O CEO e estrategista-chefe da Empiricus Research, Felipe Miranda, disse que a resposta é sim. Inclusive, ele comentou que já sabia que investir nas ações NUBR33 era uma verdadeira de uma “furada”.
Por que? Ele acompanhava os sinais do cenário macroeconômico em relação ao Nubank. Com a alta dos juros e inflação, é difícil o valor se manter, ainda mais com o IPO consolidado em um momento em que tudo era mais vantajoso. O oposto do que está agora, antes a taxa de juros era baixa, a inflação estava controlada e a promessa de lucros era boa, tudo que um investidor quer ouvir quando o seu dinheiro não rende muito em títulos públicos.
No caso do Nubank, os investidores caem de cara no chão e estão vendo as ações tropeçarem. Como o banco digital está passando por dificuldades para manter seu rendimento, prefere reduzir os custos e operações para se manter no mercado. E pensando bem, talvez qualquer um no lugar de tomador de decisões da empresa, faria o mesmo.
Posso ter o “roxinho” na minha carteira?
Sim! Isso não significa que o Nubank não possa fazer parte da sua carteira. A dica do Felipe Miranda é montar uma posição vendida nas ações NUBR33 e buscar mais lucro com a queda do papel. O fato da fintech já ter perdido quase 50% do seu valor de mercado até o último fechamento (15) pode ser só o começo.
3 motivos para seguir a dica de ouro
O CEO da Empiricus Research deu 3 motivos para acreditar que as ações da fintech vão cair ainda mais:
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- Dificuldade de monetizar usuários
A monetização dos usuários é um dos maiores desafios para que o Nubank se mantenha rentável. A base do banco digital é de clientes nas classes C, D e E. O que significa que há poucas pessoas com dinheiro disponível para comprarem produtos financeiros.
A empresa atraiu esse público por conta de cartões de crédito sem anuidade e conta corrente que rendia 100% do CDI diariamente. Essas condições podem ser bem atrativas, mas por outro lado, prejudicaram em grande escala a fintech, gerando uma receita 14 vezes menor que a média dos grandes bancos brasileiros.
- Aumento da inadimplência
A inadimplência é outro ponto que prejudica bastante. Vivemos em um cenário econômico difícil e foi suficiente para que a dinâmica da inadimplência piorasse no Brasil, como aconteceu na crise de 2015 e 2016. Claro que os benefícios dados ao cliente para atrair mais pessoas também contribui nessas horas, dando mais margem para dívidas. O Nubank teve uma piora notável no indicador da inadimplência.
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- Ações caras demais
Além de tudo isso, Miranda acredita que o valor de mercado do Nubank é exagerado. Através de um relatório divulgado aos investidores em janeiro de 2022, o analista fez as contas e concluiu que o banco digital está caro demais.
Por isso que ele recomenda aos investidores que montem uma operação combinada para buscar mais lucros na venda das ações do Nubank e a compra do papel do banco brasileiro mais barato do país. Ou seja, de um lado, você monta uma posição vendida no Nubank e, no outro, compra as ações de um banco mais barato.
Atualmente, os 5 maiores bancos do Brasil, 4 têm ações listadas na bolsa brasileira. São eles: Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4), Banco do Brasil (BBAS3) e Santander (BCSA34). E, não é novidade que todos são negócios sólidos e que costumam distribuir bons dividendos aos acionistas.
O que muda para o cliente?
Ao mesmo tempo em que começou sua curta história na bolsa brasileira, o banco digital também lançou o NuSócios, em que cerca de 7,5 milhões clientes de todo o país receberam um BDR e se tornaram donos de um pedacinho da empresa. Esses investidores poderão trocar seus recibos antigos pelos novos na proporção de 1:1.
Sendo assim, outra alternativa é vender os BDRs atuais, processo que será facilitado pela empresa ou trocar os BDRs por ações do banco digital na Nyse, em que cada um deles equivale a 1/6 do papel negociado. Para isso, basta ter conta que esteja ativa em uma corretora nos EUA.
Mas, afinal: o Nubank vai sair da bolsa?
No fim de tudo, o que acontece de fato é que o Nubank continua sendo uma empresa de capital aberto e as suas ações continuarão a ser listadas na bolsa de Nova York, a NYSE. Enquanto isso, os BDRs continuam listados na Bolsa Brasileira.
O banco segue sendo supervisionado pela Securities and Exchange Commission (SEC), que é a entidade reguladora do mercado nos Estados Unidos. Já os BDRs Nível I ainda serão negociados na B3.
Os documentos divulgados aos investidos pelo Nubank, com a apresentação de resultados, então disponíveis na página de Relações com Investidores.
Bônus de leitura: tudo sobre o BDR do Nubank!
O primeiro lançamento do Nubank foi um cartão de crédito internacional sem taxas ou anuidades. Desde então, a diversidade de produtos aumentou, tornando a empresa uma das mais completas plataformas de soluções financeiras.
Antes de investir, no entanto, é importante conhecer as características da empresa e dos ativos. Afinal, fazer uma boa análise de qualquer investimento é fundamental para tomar decisões mais acertadas.
Conheça aqui as principais características do BDR do Nubank!
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