Com um número acima do esperado pelos analistas, a inflação nos Estados Unidos (EUA) ficou em 8,3% no acumulado em 12 meses até agosto. O resultado foi abaixo dos 8,5% do mês anterior, de acordo com os dados divulgados na terça-feira (13) pelo Departamento do Trabalho norte-americano.
A nova estatística indica como a aposta segue sendo em taxas de juros mais altas. Isso se deve ao aumento dos preços de alojamento, alimentação e saúde, compensados parcialmente pela queda de 10,6% nos índice da gasolina.
O índice de alimentos continuou a subir, com alta de 0,8% no mês, assim como o índice de alimentação no domicílio cresceu 0,7%”. Além disso, o índice de energia recuou 5% no mês e mesmo com a queda no índice da gasolina, houve altas em eletricidade e gás natural.
O que fazer com um cenário assim? É o momento em que várias perguntas pairam na cabeça de qualquer investidor, afinal, a inflação já chegou ao pico nos Estados Unidos? Devo me preocupar com os meus investimentos? As taxas vão aumentar sem parar? Calma!
O que aconteceu?
Os Estados Unidos estão passando por poucas e boas, com uma economia que teve um aumento mensal nos índices de moradia, alimentação e assistência médica. Por outro lado, as altas foram compensadas por um declínio de 10,6% no índice de gasolina. Só que ao mesmo tempo, o índice de alimentos continuou a subir 0,8% no mês, o que fez com que o resultado não fosse lá muito animador.
O núcleo do CPI exclui alimentos e energia, e subiu 0,6% na comparação mensal e 6,3% na anual, ambos acima do estimado Antes, a projeção Refinitiv para o núcleo era de alta de 0,3% na base mensal de de 6,1% na base anual. Esses dados eram esperados pelos investidores, já que números muito diferentes dos projetados e informações sobre os núcleos da inflação poderiam surtir efeito no Fed, que promoverá novo aumento de 0,75 ponto percentual da taxa básica, ou seja, mantendo os juros num patamar alto.
A inflação serve para alguma coisa?
A inflação acontece por conta do aumento generalizado e contínuo dos preços em uma data economia. É um fenômeno que ajuda a medir o quanto os preços de produtos e serviços avançam com o decorrer do tempo e, sendo assim, o poder de compra e valor do dinheiro mudam.
Inclusive, cada economia possui a sua própria forma de medir isso. Por exemplo, no Brasil, o indicador oficial da inflação é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), enquanto nos Estados Unidos é utilizado o Consumer Price Index (CPI).
A inflação nos EUA e os mercados globais
Os acontecimentos nos Estados Unidos podem se relacionar com os mercados globais. Mas como? Bom, vamos por partes. Primeiro de tudo, o Fed – que citamos acima – é a entidade responsável por definir e implementar a política monetária do país norte-americano e entre as medidas adotadas, há aquelas que buscam o controle da inflação.
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Assim como o órgão regulatório atua no Brasil, quando há um aumento acelerado de preços, o Fed aumenta a taxa de juros da economia norte-americana. Essa tática foi implementada no primeiro semestre de 2022 e em junho do mesmo ano, a taxa avançou 0,75 pontos percentuais, que simplesmente é o maior aumento desde 1994.
Esse movimento afeta a economia global, pois com juros maiores, há um desestímulo econômico. Ou seja, o cenário passa a ser de apreensão sobre uma possível crise econômica grave dos Estados Unidos. Por ser uma das maiores economias mundiais, os acontecimentos tendem a se refletir em outros mercados e outros países podem sofrer baixas em investimentos.
Outro ponto é que pode ocasionar uma fuga de capital estrangeiro do Brasil e países em desenvolvimento. O motivo seria o aumento dos juros norte-americanos, em que os títulos do Tesouro dos EUA passam a ter maior rentabilidade.
Essas aplicações são consideradas os investimentos mais seguros do momento (e do mundo) por conta da segurança econômica do país, até por isso que tendem a atrair mais investidores. Portanto, quem investe em outros mercados pode escolher tirar o dinheiro deles para investir em títulos nos Estados Unidos.
Como a inflação dos EUA pode influenciar os seus investimentos?
Os seus investimentos no Brasil podem ser afetados porque a inflação norte-americana aumenta os juros no país e fomenta a atração de investidores para a sua economia. Ao contrário dos Estados Unidos, o Brasil é visto como instável politicamente, emergente e mais arriscado.
Afinal, um aumento no retorno de títulos americanos pode potencializar a saída de capital estrangeiro do nosso país, afetando a Bolsa de Valores brasileira (B3). A consequência desse movimento é a queda da circulação de dólar na nossa economia e a possibilidade da taxa de câmbio ser pressionada para cima.
Com a dolarização da economia brasileira e menos investidores, pode ocorrer um aumento na inflação e da volatilidade do mercado. Então, é como se entrássemos em uma cadeia de impactos, em que um puxasse o outro, deixando o risco geral mais frequente ou intenso.
Proteja os seus investimentos
Agora que você já entendeu melhor o que está acontecendo no país norte-americano e como o cenário da inflação nos EUA pode ter desdobramentos em todos os mercados mundiais, chegou a hora de pensar nos seus investimentos. A dica principal é saber como se proteger da volatilidade diante o cenário econômico atual.
A diversificação da carteira é o melhor caminho, alocando recursos em investimentos com riscos diferentes para evitar que todo o seu patrimônio se movimente da mesma forma, diluindo as perdas. O segundo passo é investir em renda fixa e renda variável, considerando mais de um mercado e a dolarização de uma fatia da sua carteira.
Você pode investir no mercado norte-americano de duas formas principais: direta ou indireta. Na primeira, é possível aplicar através de uma conta em instituições norte-americanas, como a Avenue. Na segunda, o foco está em ter oportunidades no mercado brasileiro.
Não perca tempo e aperfeiçoe seus conhecimentos, se inscreva no nosso canal do YouTube para explorar as melhores oportunidades de investimentos no mercado.
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