É indispensável estudar sobre os investimentos e as estratégias mais adequadas para aproveitar boas oportunidades e investir com sabedoria. Contudo, também é necessário compreender os fenômenos da mente humana — como a dissonância cognitiva.
Embora você ache que toma suas decisões de forma racional, levando em consideração dados, informações e experiências, também é possível agir por meio da emoção. Quando a relação entre pensamentos e sentimentos se torna conflituosa, isso pode resultar em decisões equivocadas.
Um dos fenômenos que geram essa contradição entre pensamento e ação é exatamente a dissonância cognitiva. Continue a leitura para entender mais sobre ela!
O que é dissonância cognitiva?
A dissonância cognitiva pode ser compreendida como uma emoção que gera um conflito ao acreditar em duas coisas opostas ao mesmo tempo. Ela tem esse nome porque acontece quando nossas cognições (processo de conhecimento) entram em conflito por percepções contrárias.
Em algumas situações, essa contradição faz com que pensemos de uma forma, mas tomemos atitudes em sentido oposto. Assim, trata-se de decisões irracionais que podem ocorrer por conta de crenças ou valores contraditórios, nos levando a tomar atitudes equivocadas.
Em nosso dia-a-dia, os processos mentais nos permitem perceber a realidade à nossa volta e tomar decisões diante dela. Contudo, quando essa percepção é distorcida, como no caso da dissonância cognitiva, tendemos a fazer escolhas equivocadas e até mesmo prejudiciais a nós mesmos.
O conceito de dissonância cognitiva foi desenvolvido pelo psicólogo Leon Festinger, em 1957. Percebendo esse fenômeno em diferentes cenários, o psicólogo afirmou que a dissonância cognitiva ocorre por conta do choque entre crenças diferentes que fogem à coerência humana.
Dessa forma, a emoção conflitante pode estar presente no desequilíbrio entre aspectos como:
- comportamentos;
- pensamentos;
- linguagem;
- opiniões;
- crenças;
- valores;
Como ela funciona na prática?
Agora que você conhece o conceito da dissonância cognitiva, é importante analisar como ela funciona na prática para aprofundar a compreensão. Assim, a questão ocorre quando uma pessoa apresenta percepções da realidade contraditórias entre si.
Um ponto sensível é que nem sempre os indivíduos que apresentam essa dissonância conseguem percebê-la. Isso pode ocorrer, por exemplo, com pessoas que sabem que açúcar em excesso faz mal, mas não conseguem parar de comer doces várias vezes por dia.
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Nesses casos, para reduzir o desconforto entre o saber e o fazer, é possível que um dos polos da contradição seja abandonado. Ou seja, a pessoa pode mudar as práticas e consumir menos doce, ou buscar argumentos positivos sobre o açúcar e negar os fatos prejudiciais.
Uma situação de dissonância cognitiva nos investimentos pode envolver casos de pirâmides financeiras. Esses golpes costumam prometer fortunas de maneira fácil e rápida. Mesmo sabendo que é impossível obter rendimentos exorbitantes dessa forma, as pessoas caem na fraude.
Nesses casos, tornar-se vítima pode estar ligado à emoção que o sonho do enriquecimento fácil proporciona. A crença ganha tamanha proporção que nega a própria realidade de desconfiança. Assim, a pessoa em dissonância cognitiva nega os sinais de alerta.
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Quais os impactos da dissonância cognitiva no âmbito dos investimentos?
Como foi possível notar, a dissonância cognitiva é um fenômeno que ocorre na mentalidade humana, gerando mal estar diante da contradição entre o que se pensa e o que é feito na prática.
É importante compreender que essa dissonância afeta diversas áreas da vida humana. Entre elas, está o âmbito dos investimentos. Afinal, a maneira como utilizamos nosso dinheiro envolve também nossas crenças.
Diante dessa realidade, é possível notar a contradição entre pensamento e realidade ao avaliar algumas situações. Confira exemplos!
Incapacidade de perseguir objetivos financeiros.
A dissonância cognitiva pode dificultar que você conquiste suas metas. Como exemplo, considere o objetivo de ter independência financeira. Muitas pessoas sonham com ela, mas atingir tal resultado não é uma tarefa fácil.
Para conseguir tornar realidade esse objetivo, é necessário ter condições e disciplina para poupar, economizar e investir seu dinheiro. Contudo, mesmo quem tem esse sonho e entende os passos para chegar até ele, muitas vezes, faz gastos por impulso e contrai dívidas.
O que explica que essas pessoas tenham informação, saibam o que precisa ser feito e não consigam seguir o plano? Um dos motivos é o comportamento padrão de buscar recompensas imediatas, em vez de focar no planejamento do futuro.
Além disso, percebendo a compra indevida, a mente pode criar justificativas irracionais. Por exemplo, dizer que o consumo valeu a pena, mesmo prejudicando planos futuros, pois o item estava em promoção. Aqui estamos diante da dissonância cognitiva.
Medo de investir
Outra situação fruto da dissonância cognitiva ocorre quando decisões equivocadas do passado influenciam novas escolhas, principalmente gerando medo. Isso acontece, por exemplo, quando um investidor inexperiente decide se aventurar no mercado de renda variável e perde dinheiro.
Depois disso, com medo de continuar a perder dinheiro, ele desiste dos investimentos dessa classe de investimento, taxando-os como inseguros demais. Nesses casos, a percepção é equivocada, já que existiriam formas de investir gerenciando os riscos.
A diversificação dos investimentos é exemplo de uma estratégia inteligente. Embora a renda variável apresente mais riscos, é possível investir com segurança com base em conhecimento, estudo e estratégia.
Por que é importante entender esse conceito?
Até aqui você entrou em contato com o conceito e funcionamento da dissonância cognitiva, além de seus impactos na vida financeira das pessoas. Como visto, esse fenômeno acontece, muitas vezes, sem que o indivíduo perceba.
Uma vez que essa compreensão distorcida da realidade pode prejudicar suas tomadas de decisão, é fundamental estudá-la para poder identificar os sinais relacionados a ela. Assim, caso você perceba que está sendo tomado por emoções, poderá adotar medidas para se proteger de decisões irracionais.
Nesse sentido, a melhor maneira de evitar a dissonância cognitiva é buscando conhecimento a respeito da realidade que deseja perceber. É fundamental basear suas análises em estudos sérios e qualificados, e não em emoções e impulsos.
Quanto o assunto é investimentos, vale se munir de informações confiáveis e acompanhar análises assinadas por analistas profissionais, por exemplo. Além disso, evite se informar apenas por redes sociais e, sempre que necessário, procure profissionais para ajudar você a avaliar os cenários antes de movimentar sua carteira.
Como você viu, a dissonância cognitiva é uma emoção humana fruto da contradição entre pensamentos opostos. Em muitos casos, ela leva pessoas a justificarem atitudes equivocadas com argumentos irracionais. Para evitar esse fenômeno, siga as orientações que viu neste conteúdo!
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