Na hora de montar uma carteira diversificada, é importante considerar não apenas a distribuição do capital em uma variedade de veículos de investimento. Também é preciso olhar para a relação que existe entre esses veículos. Por isso, a correlação negativa é um conceito central.
Afinal, diversificar uma carteira tem o objetivo de representar diminuição dos riscos de prejuízo sem perder o potencial lucrativo dos investimentos. Ou seja, além de selecionar seus investimentos com cautela, é fundamental compreender o nível de harmonia entre eles.
Quer entender melhor o que é correlação negativa e como esse conceito pode ajudar você a construir uma carteira diversificada? Então continue a leitura e saiba mais sobre esse e outros gêneros de correlação entre ativos!
O que é correlação negativa?
Ao selecionar alternativas para uma carteira diversificada, existem detalhes importantes que devem ser considerados. Além dos seus objetivos financeiros e perfil de investidor, considere a correlação negativa — que reflete a tendência oposta da variação de dois ou mais investimentos.
Ou seja, esse conceito é um indicador que mede o movimento inversamente proporcional dos preços de dois instrumentos financeiros. Por exemplo, considere a relação entre Ibovespa — principal índice da bolsa de valores brasileira — e o dólar.
É comum os investidores tomarem o Ibovespa como um termômetro da economia do país, o que contribui para suas decisões de investimento. Dessa forma, quando o índice cai, o mercado assume que a economia está enfraquecendo e busca outras opções para proteção de capital.
Uma saída frequente é a moeda americana, alternativa considerada por muitos como opção protetiva e reserva de valor. Isso faz com que o preço do dólar se valorize ante o real, e por esse motivo, diz-se que o Ibovespa e o dólar costumam ter correlação negativa.
Ou seja, quando um se valoriza, espera-se que o outro perca valor, e vice-versa. Contudo, vale destacar que essa não é uma relação de necessidade. Isto é, essa tendência é apenas estatística. Na prática, a dinâmica pode nem sempre acontecer dessa forma.
Quais são outros tipos de correlação entre ativos?
Além da correlação negativa, existem ainda dois outros conceitos de correlação entre valores que vale a pena conhecer para tomar decisões mais coerentes com seu planejamento financeiro.
A seguir, conheça a correlação neutra e a correlação positiva!
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Correlação positiva
Como você viu, a correlação negativa descreve o movimento oposto das variações entre instrumentos financeiros. Porém, esse movimento também pode ser concordante, com dois valores variando na mesma direção.
Quando isso acontece, dizemos que existe uma correlação positiva. É o caso da cotação de barris de petróleo e do preço das ações da Petrobras. Quando o preço internacional do petróleo se movimenta, a empresa brasileira tende a acompanhar essa variação.
Correlação neutra ou descorrelação
Por sua vez, a correlação neutra, ou descorrelação, configura o movimento independente dos valores entre os instrumentos financeiros. Ou seja, nesse caso, os fatores que influenciam a volatilidade de dois instrumentos não têm proporcionalidade relevante entre si.
Tome como exemplo o ouro e os fundos imobiliários. Por mais que a própria economia seja um plano comum em que invariavelmente tudo está conectado, não existe qualquer evidência de reciprocidade entre o preço do metal e o setor de imóveis.
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Qual a importância da correlação negativa para sua carteira de investimentos?
A correlação negativa entre instrumentos financeiros é importante porque permite que o investidor construa uma carteira de investimentos realmente diversificada. Ou seja, com investimentos que se comportam de forma diferente e podem reduzir o impacto de eventos isolados da economia.
Isso é possível porque eventuais quedas de uma parcela do seu portfólio podem ser compensadas pela valorização de outras. Porém, a diversificação que leve em conta a correlação entre os investimentos deve ser feita de maneira estratégica para não reduzir o potencial lucrativo.
A seguir, confira como você pode fazer essa análise!
Como usar a correlação negativa na hora de investir?
A medida da correlação entre dois ou mais instrumentos financeiros é feita a partir de um cálculo cujo resultado é dado em uma escala métrica que varia de -1 a 1, sendo que:
- -1 = correlação negativa perfeita;
- 0 = correlação neutra ou descorrelação;
- 1 = correlação positiva perfeita.
Os valores de correlação perfeita têm apenas validade teórica, não sendo garantidos na realidade. Mas servem de referência didática para considerar a seleção mais adequada das alternativas de diversificação.
O melhor cenário de diversificação é aquele com máxima descorrelação possível, sendo preferível a tendência à correlação negativa em detrimento da correlação positiva. Isso porque a correlação positiva expõe a carteira do investidor a mais probabilidades de prejuízo.
Afinal, maiores percentuais dos investimentos podem ser afetados por um mesmo cenário crítico. Por outro lado, quanto mais próxima de -1 é a correlação negativa entre os instrumentos de investimento, menor é o potencial lucrativo dessa combinação de alternativas.
Esse cenário também pode não ser o ideal, pois uma correlação perfeitamente negativa descreve uma variação espelhada. Ou seja, qualquer ganho de um investimento seria anulado pelo prejuízo proporcional de outro.
Sendo assim, o melhor caminho é estruturar uma carteira de investimentos em que as opções tenham o mínimo correlação entre si. A preferência é pela tendência negativa, mas não em uma carteira totalmente espelhada.
Investimentos por setor
Para selecionar alternativas descorrelacionadas, uma estratégia é considerar uma composição de carteira com investimentos de setores distintos. Assim você pode estudar diversos potenciais de ganho em cada área assegurando o mínimo de correlação entre as oportunidades.
Outra estratégia é aprender a calcular a fórmula de correlação entre ativos. Para isso, vale a pena buscar mais informações sobre a teoria moderna de gestão de portfólios proposta por Harry Markowitz, se for do seu interesse.
Neste artigo, você aprendeu o que é correlação negativa entre investimentos e como esse conceito pode ajudar você a construir uma carteira estratégica. Antes de decidir aportar em uma oportunidade, vale a pena analisar a harmonia entre as alternativas!
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