Nas últimas semanas, as ações da Americanas sofreu um tombo de mais de 77%. Desde o anúncio problemático de inconsistências contábeis na casa dos R$ 20 bilhões em seu balanço, os investidores que possuem esses papéis ou títulos de dívida da empresa estão se perguntando o que fazer.
Ao mesmo tempo, tem quem olhe para a baixa da ação e pense se não seria um bom momento para comprar o ativo e investir. Por mais de que maneira geral, os analistas não decretam o fim – de fato – da Americanas, algumas fontes disseram à agência Bloomberg, que apesar do rombo, as instituições financeiras não planejam acelerar o vencimento da dívida como poderiam. Mas isso caso a empresa receba um aumento de capital imediato.
Um ponto interessante é que assim como outras empresas do setor de varejo, as ações da Americanas já vinham sendo impactadas ao longo dos últimos dois anos devido ao cenário macroeconômico de juros altos e inflação alta. Sem contar a competitividade com outros players estrangeiros, que ganharam força durante a pandemia da Covid-19.
O que está acontecendo?
Na última quinta-feira (26), em comunicado de esclarecimento à B3 e Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre as fortes oscilações das suas ações nos últimos pregões. A Americanas (AMER3) informou que seus papéis estão sendo o foco de especulações sobre os quais não consegue controlar.
Esses questionamentos foram feitos sobre o sobe e desce das ações entre os dias 12 e 25 de janeiro, que foi quando depois da divulgação das dívidas financeiras, que culminaram com o pedido de recuperação judicial da varejista no dia 19 do mesmo mês.
Por exemplo:
- No dia 12 de janeiro, as ações fecharam em queda de 77,3%;
- No dia 19 de janeiro, a baixa foi de 42,53%;
- No dia 20, despedida do Ibovespa, as ações caíram 29%, ficando abaixo de R$ 1;
- No dia 23, os ativos foram para 12,68%, e subiram 17,50% na véspera.
“A companhia esclarece que, desde a divulgação do fato relevante do último dia 11 de janeiro e de seu pedido de recuperação judicial, tem tentado ao máximo deixar o mercado devidamente informado”, defendeu. A companhia complementou que não há fato relevante específico que tenha motivado toda essa oscilação na cotação.
Vale destacar que a volatilidade não é bem uma surpresa, uma vez que analistas destacam que os ativos das companhias em recuperação judicial costumam ter reações extremas na Bolsa. O movimento ainda é impulsionado pelo “cabo de guerra” da varejista com os bancos em meio a uma intensa batalha jurídica.
O que fazer com as ações da Americanas?
A pergunta que não quer calar, não é mesmo? O assessor de investimentos e sócio Renova Invest explicou que nessas horas, a cautela e observação faz diferença. Para ele, o case da Americanas é muito pragmático, ainda mais que a ação virou quase pó.
Em um momento de recuperação judicial, incertezas e restruturação a longo prazo, não é o ideal para tomar decisão. Lopes argumenta que qualquer recomendação em cima da companhia é pura especulação, o que vale tanto para a venda como para a compra de ações. “Não tem como recomendar a compra de uma empresa que praticamente aparenta ter tido fraude nos balanços”, disse.
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Todo mundo está aguardando uma posição e os próximos capítulos para ter uma estratégia, então suspeite de conselhos milagrosos, como se desse para surfar na onda e fazer dinheiro rápido. Acompanhe as notícias e fique de olho no mercado financeiro, justamente para entender o movimento da empresa e se é possível o mesmo acontecer com outras companhias.
É por isso que situações como o da Americanas mostram como diversificar a carteira vale mesmo a pena, ou seja, não é um conselho qualquer. Mesclar o portfólio, tanto em classes de ativos, como em setores e empresas, ajuda a evitar rombos desse tipo. “O grande segredo é a diversificação”, concluiu Lopes.
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