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CLOB11 da BTG Asset: primeiro ETF de CLO do Brasil

imagem mostra um homem sentado em frente a telas do home broker


O mercado brasileiro de ETFs evoluiu rapidamente nos últimos anos, incorporando classes de ativos que antes eram restritas a investidores institucionais. Nesse contexto, o CLOB11 representa um marco importante ao trazer para a B3 um instrumento amplamente utilizado no exterior: os CLOs (Collateralized Loan Obligations).

Embora essa classe ainda seja pouco conhecida no Brasil, CLOs movimentam um mercado trilionário nos Estados Unidos e desempenham papel relevante no financiamento corporativo global. Portanto, o lançamento de um ETF dedicado ao tema permite ao público local acompanhar um segmento que já possui histórico sólido em economias desenvolvidas.

É importante compreender suas características, metodologia de composição e objetivos. A seguir, apresentamos uma visão detalhada do CLOB11 e do índice que ele replica. Vamos juntos?

Primeiro, o que são CLOs (Collateralized Loan Obligations)?

Os CLOs, ou Collateralized Loan Obligations, são instrumentos financeiros estruturados formados a partir de uma carteira de empréstimos corporativos. De maneira simplificada, eles funcionam como um agrupamento de diversos empréstimos concedidos a empresas, geralmente companhias com grau de crédito abaixo do nível considerado “investment grade”, mas ainda assim com capacidade relevante de pagamento.

Esses empréstimos são reunidos em um único veículo, que então emite diferentes “tranches” (fatias) de dívida. Cada tranche possui um nível distinto de risco e de prioridade em relação ao recebimento de pagamentos, o que cria uma hierarquia:

  • Tranches mais altas (AAA, AA, A):
    recebem pagamentos primeiro e, portanto, têm risco menor, porém retornos mais modestos.

  • Tranches intermediárias (BBB, BB):
    assumem mais risco, recebendo pagamentos apenas após as tranches superiores.

  • Tranche de Equity:
    é a última camada da estrutura e carrega o maior risco, mas também o maior potencial de retorno.

Ao reunir dezenas ou até centenas de empréstimos corporativos, frequentemente entre 150 e 450 operações distribuídas em diversos setores, os CLOs oferecem um nível elevado de diversificação dentro do próprio instrumento. Isso reduz o impacto do desempenho individual de qualquer empresa na carteira total.

Além disso, os fluxos de pagamento dos empréstimos (juros e amortizações) servem como lastro para remunerar cada tranche de acordo com sua posição na hierarquia. Essa estrutura é amplamente utilizada nos Estados Unidos, onde compõe um mercado que supera US$ 1 trilhão.

De forma geral, os CLOs fazem parte do universo da renda fixa estruturada e possuem características próprias de risco, liquidez e comportamento ao longo de diferentes ciclos econômicos. Por isso, são comumente utilizados por gestores especializados em estratégias de crédito global.

O que é o CLOB11?

O CLOB11 é um ETF listado na B3 que replica o Dynamic Balanced CLO Index, criado pela Teva Índices. Esse índice acompanha o retorno total de uma carteira formada por CLOs com diferentes ratings, principalmente AAA e BBB, adotando uma metodologia dinâmica para ajustar a alocação entre esses níveis de risco.

O lançamento ocorreu a partir de uma parceria entre o BTG Pactual Asset Management e a Janus Henderson, gestora global com ampla experiência em estratégias envolvendo CLOs e que possui US$ 28 bilhões sob gestão.

É um produto que busca transportar para o mercado local um modelo já conhecido no exterior, oferecendo maior transparência e padronização na exposição a esse segmento.

Por que o CLOB11 é relevante no contexto do mercado brasileiro?

1. Ineditismo da classe de ativos na B3

Até o lançamento do CLOB11, não havia no Brasil um ETF que expusesse o investidor ao mercado de CLOs. Esses instrumentos, bastante utilizados no exterior como forma de securitização de empréstimos corporativos, agora passam a integrar o universo de produtos acessíveis via bolsa local.

2. Expansão da indústria de ETFs no Brasil

A BTG Asset tem ampliado sua atuação nesse mercado, que já ultrapassa bilhões em patrimônio sob gestão. O CLOB11 surge como parte desse movimento de diversificação de temas disponíveis para negociação.

3. Expansão do acesso a crédito estruturado internacional

A estrutura de CLOs permite acompanhar uma cesta ampla de empréstimos corporativos, muitas vezes com centenas de operações pulverizadas em diferentes setores da economia. Trazer essa classe para a B3 simplifica o acesso a um mercado global que até então exigia estruturas mais complexas.

O que é o Índice Dynamic Balanced CLO?

O Dynamic Balanced CLO Index foi desenvolvido para refletir a performance de uma carteira combinada de estratégias de crédito securitizado com ratings AAA e BBB.

Ele possui alguns elementos metodológicos importantes:

Metodologia dinâmica

O índice realiza rebalanceamentos trimestrais. Nesses períodos, a alocação entre as carteiras AAA e BBB é ajustada com base em métricas de retorno ajustado ao risco.

Gatilhos quantitativos

A metodologia inclui mecanismos que aumentam a exposição a ativos de maior risco em momentos de queda acentuada nos preços, buscando capturar eventuais movimentos de recuperação.

Elegibilidade dos ativos

Somente CLOs com ratings AAA e BBB entram na composição, filtrados conforme critérios de risco definidos pela Teva Índices.

Essa combinação cria um índice estruturado, com regras claras e objetivo de representar uma cesta diversificada desse segmento de crédito.

Como o CLOB11 funciona?

O ETF tem como política investir ao menos 95% do patrimônio em ativos que compõem o índice ou em instrumentos que repliquem sua variação, como contratos futuros. O restante pode ser aplicado em ativos permitidos pelo regulamento, sem impacto material na replicação.

A liquidez é D+2, o que significa que resgates e liquidações ocorrem dois dias úteis após a negociação. A taxa global é de 0,50% ao ano, somando administração, gestão e distribuição.

O ETF também segue regras de transparência típicas dos produtos de índice, permitindo que investidores acompanhem a metodologia de forma clara e previsível.

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Características estruturais dos CLOs que compõem o CLOB11

Os CLOs são formados por carteiras de empréstimos corporativos, organizados em tranches com diferentes níveis de risco e retorno. Essas tranches são classificadas dos ratings mais elevados (AAA) aos de maior risco (BB e Equity).

O mercado americano de CLOs é estimado em cerca de US$ 1,1 trilhão, com participação ampla de instituições financeiras, fundos globais e investidores institucionais.

Dentro do CLOB11, a exposição predominante se concentra nos níveis AAA e BBB, o que reflete a metodologia do índice e sua proposta de equilíbrio entre qualidade de crédito e retorno esperado.

Tabela do CLOB11

Características Descrição
Estratégia Crédito securitizado internacional
Índice de Referência Dynamic Balanced CLO Index
Objetivo de Retorno SOFR + 2%
Liquidez D+2
Tributação 25%
Taxa Global* 0,50% a.a.
Data de Início** 15/12/2025

* Inclui taxa de administração, taxa de gestão e taxa máxima de distribuição.
** A estratégia já estava disponível anteriormente via veículo em Cayman.

Considerações sobre o CLOB11

A criação do CLOB11 marca um avanço relevante no desenvolvimento do mercado de ETFs no Brasil, especialmente porque introduz uma classe de ativos presente há anos em portfólios globais de crédito estruturado.

O ETF oferece uma forma de acompanhar a performance de um índice de CLOs com metodologia transparente e regras bem definidas, permitindo que investidores entendam com clareza o tipo de exposição envolvida.

Como em qualquer ativo financeiro, cabe a cada investidor analisar objetivos, prazos e perfil de risco antes de considerar a utilização do produto em sua carteira.

Se você deseja compreender melhor como ETFs internacionais funcionam e como diferentes classes de ativos podem se complementar, a equipe da Renova Invest está disponível para explicar os conceitos e ajudar na educação financeira.

Fale com nossos especialistas para saber mais sobre estratégias globais e suas aplicações.

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