Quem se interessa pelo mercado financeiro e investimentos precisa ter diversos conhecimentos sobre economia. Um conceito importante para entender políticas monetárias e relacionamentos internacionais são os regimes cambiais.
Eles fazem parte da política de câmbio, que afeta relações internacionais e cotações de moedas. Além disso, devem ser considerados no risco de mercado. Assim, afetam direta e indiretamente investidores e cidadãos brasileiros.
Quer aprender mais sobre os regimes cambiais? Neste conteúdo você entenderá o que são, seus tipos e vantagens e desvantagens de cada um deles.
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O que são regimes cambiais?
Antes de entender cada espécie de regime cambial, é fundamental que o investidor conheça esse conceito. Nesse sentido, os regimes cambiais — conhecidos também como sistemas cambiais — determinam como se realizam negociações financeiras entre países.
Você pode entendê-los também pela maneira como as taxas de câmbio são formadas. Considerando que o câmbio é a relação entre duas moedas, é possível se perguntar: como sabemos quanto o real vale em relação ao dólar? Quem determina essa cotação e quais critérios são utilizados?
Os regimes cambiais respondem a essas perguntas. Eles são as formas pelas quais as autoridades financeiras de um país, como o Banco Central (Bacen), definem a valorização e desvalorização da moeda em relação a outras.
O poder de compra e o valor de uma moeda são definidos por diversas regras, chamadas de regimes cambiais. Cada país adota o seu regime de acordo com suas políticas monetárias, situação econômica e outros fatores.
Assim, os regimes cambiais têm consequências externas, mas também internas. Eles afetam o mercado de um país, alterando o poder de compra de seus cidadãos. Logo, se relacionam com a inflação, a capacidade de empresas exportadoras e importadoras e as reservas do mercado.
Quais são os regimes cambiais existentes?
Você já entendeu que os regimes cambiais são sistemas com regras para definição da relação de câmbio em um país. Agora é preciso conhecer os principais regimes cambiais utilizados pelas nações.
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Antes, é preciso saber que esses regimes cambiais também demonstram o nível de intervenção de um Governo em relação ao câmbio. Confira a seguir:
Câmbio fixo
O câmbio fixo é o regime cambial que demonstra a maior intervenção estatal em relação ao câmbio. Com ele, o Governo do país determina um valor fixo para a sua própria moeda, utilizando uma moeda estrangeira de referência.
Nesse caso, o Estado, de acordo com suas políticas e estudos financeiros, determina o valor de sua moeda artificialmente. Para isso é utilizada outra moeda como parâmetro. O Governo trava o preço da moeda estrangeira, ancorado nessa paridade.
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A principal vantagem do câmbio fixo é a manutenção de uma estabilidade na relação cambial. Aqui não há oscilação na cotação de moedas. Desse modo, pode ser mais fácil controlar a inflação e atrair investimentos estrangeiros.
Por outro lado, há uma desvantagem clara: esse controle é artificial, ou seja, não reflete a situação real da moeda. Ainda, o Governo precisa adotar meios de manter o valor das moedas, o que depende de altos gastos de recursos financeiros.
Banda cambial
Já no regime da banda cambial, o Governo do país, por meio de sua autoridade monetária, define limites de flutuação da moeda em relação a um parâmetro. Apesar de ainda haver controle estatal, ele é mais flexível que o câmbio fixo.
Ao definir esses limites, o Bacen precisa controlar o valor de sua moeda frente à referência, por meio da compra ou venda do dinheiro estrangeiro. Isso afeta o mercado por conta da oferta e demanda, controlando os preços.
A principal vantagem da banda cambial é a relativa estabilidade de preços. Com isso, as incertezas em relação ao comércio e outros setores que são afetados pela relação cambial diminuem bastante.
Além disso, esse regime demanda menos recursos do Governo para manter a constância. Afinal, há uma margem para oscilação da moeda. Dessa maneira, se o câmbio está dentro dessa margem, não há necessidade de intervenção estatal nos preços, como a compra e venda de moeda.
No entanto, a medida também é artificial e não reflete precisamente a situação econômica do país. Com isso, pode-se criar um cenário favorável pontualmente, mas que acarreta consequências a longo prazo.
Câmbio flutuante
Por fim, temos o câmbio flutuante. Esse é o regime cambial com menos intervenção governamental no preço das moedas. Portanto, o câmbio é determinado por meio da lei da oferta e demanda dentro de um país.
Aqui, o Governo permite que as oscilações ocorram livremente — apenas intervindo em situações especiais e esporádicas. Ao perceber uma necessidade de intervenção, ele pode comprar ou vender moedas estrangeiras, mas não adota isso como atuação padrão.
A principal vantagem nesse tipo de regime é a menor intervenção estatal. Desse modo, ele consegue retratar de maneira natural a situação econômica de um país sem a necessidade de artificialização.
Como aspecto negativo, é possível citar a maior volatilidade da cotação de uma moeda. Afinal, as taxas podem variar diariamente de acordo com a entrada ou saída de moedas estrangeiras no país, por meio de investimentos e outras operações.
Ademais, é preciso adotar outros meios para controle inflacionário no regime do câmbio flutuante. Isso porque o câmbio interfere na inflação de um país, já que muitos dos insumos e produtos consumidos dependem da compra em moedas estrangeiras.
No Brasil, que adota esse tipo de câmbio, o controle da inflação é feito por meio da taxa Selic, utilizada como parâmetro básico de juros no país. Como ele afeta a concessão de crédito para consumidores e fornecedores, é usada para interferir na inflação.
Conclusão
Como você viu, os regimes cambiais são ferramentas importantes para a economia dos países. Elas definem as relações entre moedas e sua cotação, podendo afetar a inflação, o abastecimento do mercado interno e relações internacionais. Então vale a pena se manter atualizado sobre o tema!
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