O fundo soberano da Arábia Saudita tem uma grande relação com a crise financeira que o Credit Suisse está passando. Mas antes de entender qual o nível de intimidade dos dois, vamos primeiro pontuar o que aconteceu com o famoso banco suíço de investimentos.
O Credit Suisse teve desvalorização de 24% e teve as negociações suspensas por vários momentos. Teve dias que o papel chegou a cair 30% e com as ações caíam, o medo de gerar um risco sistêmico aumentou.
E depois da segunda quinzena de março, tudo foi por água abaixo. A notícia de que um dos principais acionistas do Credit Suisse, o Saudi National Bank, não colocaria mais recursos na instituição financeira abalou todo o sistema.
Segundo o presidente, Ammar Al Khudairy, se o banco saudita aumentasse a sua participação haveria problemas regulatórios. Além disso, um dia antes do problema estourar, o banco suíço disse em comunicado que teria “fraquezas materiais” nos controles internos.
A consequência disso é não conseguir mais realizar os relatórios financeiros consolidados com confiança. Inclusive, não é algo de hoje, a verdade é que o problema se arrasta desde 2019 e pode já ter afetado os relatórios anteriores.
Histórico do Credit Suisse
Em outubro de 2021, a instituição financeira começou uma reestruturação com a expectativa de que conseguisse um aumento de capital de US$ 4 bilhões. A oportunidade chamou atenção dos investidores do Oriente Médio.
Já em 2022, o banco suíço fechou o seu balanço com seu pior resultado em 14 anos, apresentando uma perda líquida de 7,3 bilhões de francos.
A coluna de Assis Moreira, no Valor Econômico, noticiou que dois fundos foram responsáveis pelo prejuízo de 2022.
- O primeiro seria pela perda de 5 bilhões de francos com o fim do fundo especulativo americano Archegos;
- O segundo seria pela liquidação dos fundos Greensill, que é uma empresa britânica com prejuízo na casa de US$ 10 bilhões.
Por último, o grupo suíço UBS Group AG adquiriu o Credit Suisse, em março. O valor da aquisição foi de 3,25 bilhões de dólares e operação foi confirmada pelo Banco Nacional da Suíça (SNB, na sigla em inglês).
Especialistas do mercado financeiro acham que o Credit Suisse é grande demais para quebrar. Outros acham que não, que pode ser grande demais para ser salvo.
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Papel da Arábia Saudita no Credit Suisse
Agora, você deve estar se perguntando sobre qual de fato a ligação entre o fundo soberano da Arábia Saudita e o Credit Suisse. Bom, começa pelo fato do Saudi National Bank não investir mais seu dinheiro na instituição financeira da suíça.
O banco da Arábia Saudita é o maior acionista e um dos proprietários é o mesmo responsável pelo fundo soberano do país, o príncipe Mohammed. Tanto que ano passado, as ações do Credit Suisse chegaram a subir até 7,5% apenas com a possibilidade de que o príncipe da Arábia Saudita assumisse uma participação no banco da Suíça.
Isso acabou acontecendo mais para frente. O que mostra de como os fundos soberanos do Oriente Médio estão conseguindo aumentar sua atuação em todo mundo. Pois a decisão do príncipe herdeiro foi capaz de quase quebrar o banco suíço.
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Você deve estar se perguntando como um fundo soberano é capaz de movimentar quantias bilionárias de dinheiro. A região adquiriu participações em empresas e times de futebol, além dos ganhos com os preços do petróleo e do gás natural.
Ou seja, os chamados “petrodólares” se tornaram importantes para o Credit Suisse e outros negócios pelo mundo. A Copa do Mundo no Catar ilustra bem esse movimento de tecnologia e poder.
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