Já ouviu falar sobre mercado secundário de renda fixa? Lá, é possível vender um CDB de 5 anos, antes da data de vencimento. É uma forma de não deixar a oportunidade passar e ganhar um dinheiro, caso não possa esperar o prazo estipulado.
Caso ainda não saiba como funciona esse mercado, vamos explicar tudo o que precisa fazer esse artigo.
O que é mercado primário?
Antes de entender como funciona o mercado secundário, é necessário reforçar alguns conceitos, como o de mercado primário. Nele, empresas, instituições financeiras e Governo Federal podem disponibilizar títulos e valores mobiliários.
Eles são negociados na bolsa de valores ou na plataforma do banco de investimentos, a depender do ativo ou produto. Nesse caso, as negociações ocorrem diretamente entre os emissores e os investidores.
O principal objetivo dessas companhias e instituições é levantar recursos para viabilizar projetos. Elas oferecem, então, valores mobiliários para os investidores por meio do mercado financeiro.
Na renda fixa, o dinheiro investido funciona como um empréstimo. Assim, os investidores recebem o valor aportado acrescido dos juros na data do vencimento do título. Ou, no caso dos ativos negociados em bolsa, passam a se expor às oscilações do mercado.
O que é mercado secundário e como funciona?
Agora chegou a vez do mercado secundário. Para entender melhor o mercado secundário é importante saber as características dos investimentos. As ações, por exemplo, não têm uma data de resgate pré-definida.
Por outro lado, os títulos de renda fixa apresentam data de vencimento, muitas vezes de longo prazo. Nas duas situações, o mercado secundário pode ser importante para se desfazer de uma aplicação ou ativo em caso de urgência ou de oportunidades mais interessantes.
Nele, as negociações acontecem entre investidores. Devido a esse fator, os emissores não têm participação. Ou seja, o valor pago pelo comprador do ativo é recebido pelo vendedor, não pela empresa, instituição ou pelo Governo.
Dessa maneira, o mercado secundário é uma forma de oferecer liquidez aos títulos e valores mobiliários emitidos no mercado primário. Outro ponto que merece destaque é que ele segue a lei da oferta e demanda nas negociações, expondo títulos de renda fixa às oscilações do mercado.
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Ou seja, o mercado secundário une as duas pontas, enquanto um lado quer vender e o outro quer comprar.
Por exemplo, existem no mercado ativos “super líquidos”, como os títulos públicos. Isso porque existem mercados praticamente sem liquidez ou com liquidez muito baixa, como o mercado de COE, mercado de emissões bancárias e os de crédito privado.
A finalidade principal do mercado secundário é oferecer aos investidores a liquidez para os ativos menos líquidos.
E como é o mercado secundário na prática?
Se o investidor quiser vender um CDB pré-fixado, que foi comprado a uma taxa de 10% ao ano e está faltando 3 anos para o vencimento, o primeiro é preciso informar o desejo de venda no sistema da sua instituição financeira, através do seu assessor.
Depois disso, será feito a cotação deste papel no mercado, de forma que seja atrativa o suficiente suficiente para que encontre um comprador. Por exemplo, um CBD oferecido a 12,5% ao ano.
Os compradores interessados irão aparecer mais facilmente e assim, o vendedor irá ficar satisfeito. O próximo passo é receber o recurso e a liquidez para o seu título.
Entenda os custos do mercado secundário
E será que tem custos? É o que dizem: não existe almoço grátis. Caso você tenha um CBD contratado a uma taxa de 10% ao ano no mercado primário, terá de oferecer 12,5% ao ano para ser atrativo, certo?
Portanto, terá que abrir mão de 2,5% ao ano de rentabilidade, ou seja, a diferença entre a taxa de emissão e a taxa que gera atratividade, chamada de “taxa de mercado”.
O custo para tornar o papel atrativo vem na forma de “deságio”. Isso quer dizer que:
- O investimento em renda fixa que você quer vender no mercado secundário tem o valor de R$ 100 mil;
- Para tornar mais atrativo, você terá de dar um deságio de 2,5% a.a. x 3 anos, que é o tempo que falta para liquidar este ativo;
- Este CDB de R$ 100 mil será resgatado por R$ 92.500 mil.
É assim que funciona o mercado secundário. Não esqueça que o deságio é em cima do valor da posição atual do investidor.
Veja também o que é o mercado secundário de CDB
Como você viu, os títulos podem ser disponibilizados pelas emissoras nas plataformas de bancos de investimento — essa é a maneira mais comum de investir.
No entanto, também existe a possibilidade de realizar as negociações por meio do mercado secundário. Por exemplo, ele deve ser utilizado nos casos em que é necessário fazer o resgate antecipado de um título que não tem liquidez diária.
Assim, os CDBs vendidos nesse mercado pertencem aos investidores que desejam se desfazer do investimento, disponibilizando-o aos interessados. Porém, o título estará exposto ao preço de mercado, de forma que existe o risco de ter prejuízos na venda antecipada.
Um ponto de atenção nesse momento são as variações de rentabilidade que podem surgir para o vendedor, que não garantirá o retorno indicado no título. Para o comprador, por outro lado, pode ser possível encontrar aplicações vantajosas que não estão mais disponíveis em plataformas.
Cabe ressaltar que o acesso ao mercado secundário de renda fixa deve ser feito com o suporte do seu banco de investimentos. Nesse caso, você pode contar com o auxílio de um assessor de investimentos e de uma instituição para intermediar a transação.
Quais são os riscos e oportunidades do mercado secundário de CDB? Confira aqui.
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