Se você quer se tornar um investidor de sucesso, precisará aprender a calcular a depreciação de ativos. Esse conceito é importante no mercado financeiro, pois permite reduzir a margem de erro nas suas projeções de investimentos.
No momento de investir em ações de uma empresa listada na bolsa de valores, por exemplo, é fundamental levar em consideração a depreciação de seus ativos. Isso porque, com o tempo, os resultados da companhia podem ser impactados pela redução do valor de seus bens.
Portanto, antes de investir, confira o que é a depreciação de ativos e como calcular. Ao final, você terá mais conhecimento para melhorar sua tomada de decisão.
Boa leitura!
O que é depreciação?
Em finanças, a depreciação é um recurso contábil que tem a função de atribuir um custo financeiro para um bem ao longo de sua vida útil. Porém, não é qualquer bem que sofre depreciação — isso acontece apenas com os ativos tangíveis.
Eles são bens de natureza permanente e que existem fisicamente. Por exemplo, imóveis, veículos, máquinas, equipamentos, estoque, entre outros.
Esses tipos de ativos apresentam, também, uma outra característica importante: a sua vida útil econômica. Afinal, um veículo perde valor a cada ano que passa, considerando sua utilização, desgaste das peças, surgimento de modelos mais avançados, e assim por diante.
Portanto, esse efeito de “desvalorização” é conhecido como depreciação. Como você viu, analisar essa questão quando se pretende investir em uma empresa é relevante, já que muitos de seus bens sofrem com a depreciação, afetando o patrimônio.
Como funciona a depreciação?
Após conhecer o conceito de depreciação, é válido aprender sobre o seu funcionamento. Na prática, a depreciação funciona como uma forma de reajustar o valor dos bens ao longo do tempo — de acordo com diversos fatores.
Contudo, não é preciso utilizar o bem para que ele seja depreciado. Isso porque eles naturalmente se desgastam com o tempo. Por exemplo, um computador que fica sem uso em um escritório poderá se tornar obsoleto em poucos anos, já que a tecnologia evolui com rapidez.
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Nesse sentido, é calculado um percentual de desgaste sobre o valor original do bem para identificar o seu valor atual. Contudo, vale destacar que o resultado nunca será zero, levando-se em conta que o desconto é percentual e, assim, sempre existirá um valor para o bem — ainda que residual.
O que é e para que serve a taxa de depreciação?
Outro conceito que você pode encontrar ao analisar a depreciação de empresas é a chamada taxa de depreciação. Em regra, ela serve para registrar o desgaste efetivo dos bens de uma companhia, seja pela ação do tempo, perda de utilidade ou pela obsolescência — para fins tributários.
Quando uma empresa realiza o reconhecimento da depreciação de seus bens, ela pode se beneficiar no que se refere à tributação. Como a depreciação é contabilizada como uma despesa, isso reduz o lucro contábil da companhia e, por consequência, o recolhimento de Imposto de Renda (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).
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Entretanto, a taxa de depreciação é uniforme e considera o tipo do bem. Isso significa que, mesmo se ele for muito ou pouco utilizado, a taxa de depreciação aplicada será igual. Ademais, a depreciação somente deixa de ser aplicada quando a empresa vende aquele item.
Para companhias tributadas pelo lucro real, o cálculo e reconhecimento da depreciação são obrigatórios. Ainda, a contabilização é oficializada no momento de fazer a Declaração Anual de Ajuste do Imposto de Renda.
Como a depreciação de um ativo é calculada?
Agora que você já sabe o conceito e o funcionamento de depreciação, ainda é preciso aprender como ela é calculada. Existem diversos métodos para calcular a depreciação de um ativo.
Confira os principais:
Método linear
A depreciação linear é o método mais utilizado pelas empresas, sendo que ela leva em consideração a desvalorização temporal de seus bens. Seu cálculo é simples e define a desvalorização de forma regular ao longo da vida útil do ativo. Veja sua fórmula:
DA = (VI – VR) ÷ N
Onde:
- DA: Depreciação Anual;
- VI: Valor inicial;
- VR: Valor residual;
- N: Vida útil (em anos).
Imagine, por exemplo, um equipamento adquirido por R$ 5 mil, que tenha uma expectativa de vida útil de 10 anos. Agora, suponha que seu valor após esse período seja de R$ 1 mil (valor residual). Nesse caso, a depreciação linear seria de R$ 400 ao ano.
Confira:
DA = (5.000 – 1.000) ÷ 10
DA = 400
Método da soma de dígitos
Nesse método, utiliza-se a soma dos dígitos dos anos de forma decrescente (não linear). Assim, a desvalorização será mais acentuada nos primeiros anos e menos nos últimos, até alcançar o total de vida útil do bem. O cálculo é mais complexo do que o método linear.
Para fazê-lo, inicialmente são somados os algarismos do período de vida útil do ativo. Por exemplo, para um bem com 4 anos de vida, será utilizado na conta o número 10 (1 + 2 + 3 + 4 = 10).
Na sequência, para determinar a depreciação por ano, deve ser multiplicado o valor a ser depreciado pelo total de anos restantes e, depois, o resultado é dividido pela soma dos algarismos. Pode parecer complexo, mas veja um exemplo.
Considerando um bem no valor de R$ 10 mil, os resultados seriam:
- ano 1: 10.000 x 4 ÷ 10 = 4.000,00;
- ano 2: 10.000 x 3 ÷ 10 = 3.000,00;
- ano 3: 10.000 x 2 ÷ 10 = 2.000,00;
- ano 4: 10.000 x 1 ÷ 10 = 1.000,00.
Método das horas de trabalho
Como o próprio nome indica, no método por horas de trabalho, o bem é depreciado de acordo com o uso diário. São três possibilidades:
- depreciação normal: turnos de 8 horas/dia;
- depreciação acelerada: 2 turnos de 8 horas/dia (a perda anual é multiplicada por 1,5);
- depreciação máxima: 3 turnos de 8 horas/dia (a perda anual é multiplicada por 2);
Método das unidades produzidas
Nessa metodologia, a depreciação de uma máquina é feita a partir da divisão do número de unidades produzidas pela estimativa de unidades a serem produzidas durante a sua vida útil. De toda a forma, como são apenas projeções, o resultado pode não ser semelhante à realidade.
Como você conferiu, a depreciação é uma forma de reavaliar o valor de um bem ao longo de sua vida útil. Então não deixe de levar isso em consideração quando for investir em ações, já que a depreciação pode afetar o valor dos bens de uma companhia e seus resultados.
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