Foi dada a largada. A temporada de balanços corporativos começou com algumas das empresas mais emblemáticas do cenário global divulgando seus números e gerando grandes impactos no mercado.
Nesta edição da newsletter você também vai ler sobre as expectativas para juros no Brasil e nos Estados Unidos, o avanço da reforma tributária e o que aconteceu com o Bitcoin após o tão aguardado halving.
Acompanhe!
Mercados na semana
- Ibovespa: +1,12% | 126.526 pontos
- S&P 500: +2,67% | 5.099 pontos
- Nasdaq: +4,23% | 15.928 pontos
- Dólar: -1,60% | R$ 5,1163
As Sete Magníficas
Começou a temporada de balanços corporativos nos Estados Unidos. Esse é o momento no qual os investidores conseguem avaliar a saúde financeira das principais empresas do mundo e suas perspectivas.
O destaque desta semana ficou para as grandes empresas de tecnologia, algumas que constam frequentemente nas listas de ações mais populares dos brasileiros no exterior.
Ficamos de olho principalmente em Tesla, Meta, Microsoft e Alphabet. Isso porque elas fazem parte do grupo chamado “Sete Magníficas”, que tem grande peso em alguns dos principais índices americanos. O grupo também inclui Amazon, Apple e Nvidia.
O que acompanhamos nesta semana:
- Tesla: a companhia viu seu lucro cair 55%, para US$ 1,1 bilhão, frustrando as expectativas do mercado. Mas as ações saltaram 19,7% nesta semana, recuperando parte das fortes perdas no ano. Isso porque, frente à queda nas vendas, a companhia anunciou que irá antecipar o lançamento de carros mais baratos até o final deste ano ou no início do próximo.
- Meta: a dona de marcas como Facebook, Instagram e WhatsApp teve caminho inverso: seu lucro mais que dobrou, para US$ 12 bilhões, mas a companhia apresentou projeções de receita consideradas fracas, além de prever aumento nos gastos. As ações despencaram 9,5% na semana.
- Alphabet: a controladora do Google e do YouTube viu seu lucro líquido subir 57%, para US$ 23,7 bilhões, mas a notícia que impactou os mercados foi que, pela primeira vez em sua história, a companhia irá distribuir dividendos, no valor de US$ 0,20 por ação. As ações subiram 11,2% na semana.
- Microsoft: a companhia já começa a colher frutos de seus investimentos em IA e surpreendeu o mercado com seus principais números acima do esperado, como o lucro de US$ 21,9 bilhões e a receita de US$ 61,9 bilhões. As ações subiram 1,6% na semana.
Mas afinal, com todas essas movimentações, como fica a performance acumulada das ações delas no ano? Mostramos abaixo.
Entre as Sete Magníficas, as próximas divulgações de resultado serão da Amazon (30 de abril), Apple (02 de maio) e Nvidia (22 de maio).
Leia também:
- Clube dos trilhões. Alphabet bate US$ 2 trilhões e ultrapassa Nvidia.
- Venda ou saia. Biden sanciona lei que pode banir o TikTok dos Estados Unidos.
- Nunca vai parar? NYSE avalia operações 24h na Bolsa.
- Que crise? S&P já alcança previsões de ganhos para o ano.
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Petrobras encerra polêmica
Desde que a Petrobras anunciou em março que iria reter os pagamentos de dividendos extraordinários, o assunto tem dominado o noticiário da companhia. Diversos rumores, inclusive, apontavam para a saída do CEO, Jean Paul Prates. Mas agora essa história chega a um desfecho.
A estatal anunciou que irá distribuir R$ 21,9 bilhões ao mercado, valor que corresponde a 50% dos R$ 43,9 bilhões que haviam ficado retidos.
O que irá acontecer agora:
- O pagamento será feito em duas parcelas: em 20 de maio e em 20 de junho.
- Os valores distribuídos serão corrigidos pela taxa Selic desde o fim do ano passado até a data de anúncio (25 de abril).
- Investidores que tiveram ações da Petrobras até o dia 2 de maio terão direito aos pagamentos.
- A União, principal acionista da estatal, deve receber cerca de R$ 6 bilhões. Esse valor tem sido visto como bem-vindo para perseguir a meta fiscal.
- O destino dos 50% restantes, que ainda não foram distribuídos, deve ser decidido pelos acionistas até o final deste ano.
Com o fim desta polêmica, as ações da estatal se recuperam e já se aproximam das máximas no ano.
Leia também:
Outros destaques do noticiário corporativo:
- Concorrentes da Vale negociam. BHP oferece US$ 39 bilhões, mas Anglo American acha pouco.
- Luz no fim do túnel. Conselho da Light aprova plano de RJ, mas assembleia de credores é suspensa.
- Início mais fraco desde 2016. Ofertas de ações seguem em ritmo fraco.
A realidade dos juros mais altos
Brasil e Estados Unidos cristalizaram nas últimas semanas as expectativas por um cenário onde devemos conviver com juros mais altos por mais tempo, mas agora dados de inflação ofereceram certo alívio.
Como temos tratado em nossas últimas edições, aumentaram as incertezas sobre a economia local e internacional. E cada vez mais esse cenário se reflete nas expectativas para os próximos meses.
- No Brasil, o Relatório Focus, divulgado pelo Banco Central, mostrou um ajuste na projeção para a taxa Selic ao final deste ano para 9,50%. Cresce também o número de instituições projetando a taxa a 9,75%. A divulgação do IPCA-15 nesta sexta-feira, no entanto, ofereceu certo alívio ao mostrar um aumento dos preços menor que o esperado em abril, de 0,21%.
- Nos Estados Unidos, espera-se que o próximo corte de juros aconteça em setembro, mas segue aquecido o debate sobre possível adiamento do corte de juros para 2025. A próxima reunião do Federal Reserve (Fed) no próximo dia 1º de maio será acompanhada com grande atenção pelo mercado.
Segue o jogo. Nesta sexta-feira foi divulgado o índice preferido do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, para acompanhar a inflação. Trata-se do PCE de março. O número veio em linha com as expectativas na comparação anual (2,7% em março), assim como seu núcleo (2,8%). Mas, em um cenário de recentes frustrações, essa tem sido interpretada como uma boa notícia.
Estagflação? Um dia antes, a decepção com o PIB americano do primeiro trimestre reacendeu os debates de uma possível estagflação – cenário raro que combina baixo crescimento, alto desemprego e alta inflação. A economia americana cresceu 1,6% no primeiro trimestre em taxa anualizada, o menor ritmo em quase dois anos e muito abaixo das projeções.
Também sugerimos a leitura:
- Bem recebido. Após PCE, mercado aumenta projeções para corte de juros nos EUA em setembro.
- Dólar também reage. Moeda americana vai às mínimas do dia após indicador de inflação.
- Desancoradas. Campos Neto alerta que expectativas para inflação de longo prazo seguem altas.
A tão aguardada Reforma Tributária
As linhas gerais da reforma tributária foram aprovadas no Congresso no final de 2023 por meio de uma emenda à constituição, mas esse foi apenas o primeiro passo de uma ampla mudança no sistema de impostos brasileiro.
Para que a reforma entre em prática de fato, diversos assuntos devem ser regulamentados por meio de projetos de lei. E nesta semana o governo entregou o primeiro desses projetos a serem discutidos no Congresso.
Ao todo, devem ser enviados três projetos de lei. Assim, as discussões sobre a regulamentação devem se estender ao longo de 2024 e de 2025, iniciando o período de transição para o IVA (Imposto sobre Valor Agregado) em 2026.
Alguns dos principais pontos em discussão que você deve saber:
- Cobrança dos tributos: o texto ainda não define a alíquota, mas o secretário extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy, sinalizou para uma alíquota padrão de 26,5%. Se confirmada, essa será uma das maiores taxas do mundo.
- Definição da cesta básica: a isenção da cesta básica será mantida, mas haverá uma revisão sobre quais produtos serão considerados na cesta básica. Confira a lista proposta.
- Devolução de impostos sobre o consumo para famílias de baixa renda. No projeto, a previsão é que este benefício seja concedido para famílias com renda de até meio salário-mínimo por pessoa.
- “Imposto do pecado”, ou Imposto Seletivo: bens considerados prejudiciais ao meio-ambiente ou à saúde terão um tratamento diferenciado para desestimular seu consumo. Categorias como cigarros, bebidas alcoólicas, bebidas açucaradas e carros poluentes estão entre eles. Veja mais.
O caminho da reforma tributária:
- Discussão na Câmara: o presidente da Câmara, Arthur Lira, declarou que vai analisar o tema até o recesso parlamentar, na segunda quinzena de julho.
- Discussão no Senado: já Rodrigo Pacheco afirmou que o tema é prioridade e será aprovado ainda neste ano.
- Sanção presidencial: última etapa, após as devidas aprovações no Congresso.
A reforma tributária é debatida há cerca de 30 anos. Este é um dos temas mais aguardados no âmbito econômico – e, por isso, seguiremos acompanhando.
Também recomendamos a leitura.
- Em atenção. Projetos no Congresso aumentam pressão sobre situação fiscal.
- Pausa. STF suspende trechos de lei que prorrogava desoneração da folha de pagamentos até 2027.
- Acredita. Governo lança programa de crédito a pequenas e médias empresas.
E o mundo pós-halving?
Em nossa última edição, comentamos sobre o halving do Bitcoin, evento no qual a recompensa para mineradores da criptomoeda é reduzida à metade. Na prática, significa a diminuição na produção de novas unidades do Bitcoin.
Logo na sequência, os mineradores chegaram a ultrapassar a marca de US$ 100 milhões em receita em um único dia pela primeira vez na história. Esse evento também foi influenciado pelo lançamento de um novo protocolo, o Runes, no mesmo momento em que ocorreu o halving.
Ao longo da semana, no entanto, a geração de receita para os mineradores não se sustentou nesses níveis. E, agora, as métricas de rentabilidade já atingem as mínimas – o que significa que os mineradores podem depender mais das taxas e da valorização nos preços do token.
Em relação aos preços de mercado, a moeda recuava cerca de 1,5% nesta semana até o meio da tarde desta sexta-feira, enquanto continuava a monitorar eventos como as tensões geopolíticas e expectativas de juros altos nos EUA.
O que mais aconteceu no noticiário de criptomoedas.
- Fim do recorde. ETF de Bitcoin nos EUA tem primeira saída líquida após 71 dias no positivo.
- Fica para depois. SEC adia decisão sobre ETF de Ether.
- Anti-inflacionário. Pesquisa sugere que inflação do Bitcoin é menor que a do ouro.
Como a semana se refletiu nos seus investimentos?
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