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Radar: O que fazer com Petrobras?

Nota de Real em detalhes.
Nota de Real em detalhes.

Reavaliando expectativas. A semana foi movimentada nos mercados financeiros locais e internacionais.

Acompanhamos a mudança no comando da maior empresa da Bolsa brasileira, expectativas de juros mais altos no Brasil, novos sinais de corte de juros nos Estados Unidos e muito mais.

Continue a leitura e entenda o que aconteceu de mais importante nos mercados nos últimos dias.

Mercados na semana

  • Ibovespa: +0,43% | 128.151 pontos
  • S&P 500: +1,54% | 5.303 pontos
  • Nasdaq: +2,11% | 16.686 pontos
  • Dólar: -1,07% | R$ 5,1019
  • Bitcoin: +10,10% | US$ 66.942
Foto de Magda Chambriard, presidente da Petrobras.
(Antonio Cruz/Agência Brasil)

A decisão de R$ 70 bilhões da Petrobras

6 presidentes em 3 anos. A estatal anunciou nesta semana mais uma troca em seu comando, com a saída de Jean Paul Prates logo após a divulgação de seus resultados trimestrais e a chegada de Magda Chambriard.

Leitura rápida: Quem é Chambriard

A nova CEO começou sua carreira na própria Petrobras em 1980, por onde permaneceu até 2002, quando foi para a ANP, a agência reguladora de petróleo e gás no Brasil.

Ela passou por diversas funções na agência antes de assumir o cargo de presidente da ANP durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff, entre 2012 e 2016. Nos últimos anos, dedicava-se a serviços de consultoria.

Essa decisão, no entanto, custou R$ 70,5 bilhões em valor de mercado ao longo da semana – as ações preferenciais se desvalorizaram 11,76% na semana, e as ações ordinárias perderam 12,60%.

Relembrando: os atritos entre Prates e membros do governo se tornaram públicos desde a decisão da petroleira em reter a distribuição de dividendos extraordinários no início de março – Prates era contra a retenção.

Posteriormente, foi anunciada a distribuição de 50% dos valores, como era a proposta original da diretoria executiva.

2 motivos para o descontentamento do mercado:

  1. Intervencionismo: a troca no comando reacendeu o receio de influência política do governo na Petrobras e as críticas à governança da companhia. Chambriard é vista como um perfil mais desenvolvimentista.
  2. Impacto nos dividendos: Chambriard deve receber a missão de acelerar os investimentos em refinarias e aumentar a oferta de gás natural, segundo noticia a imprensa. O possível aumento dos investimentos eleva a incerteza quanto às próximas distribuições de dividendos.

Momentos antes de ser apontada como CEO da Petrobras, Chambriard defendeu em evento com investidores a exploração da Foz do Amazonas e da Bacia de Pelotas, investimentos em refino, eólicas em terra e outros – veja mais aqui.

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O que fazer com seus investimentos

Em relatório após a nomeação de Chambriard, a equipe de análise do BTG Pactual reconhece a surpresa com a decisão e o impacto negativo nas ações no curto prazo. No entanto, defendeu a manutenção da recomendação de compra.

Os analistas relembram que a nova CEO vem de um perfil técnico e dizem acreditar que ela seguirá uma postura pragmática.

“Embora reconheçamos que o aumento da volatilidade nos preços das ações da Petrobras e a percepção de risco limitem um valuation preciso dos múltiplos da companhia, preferimos permanecer consistentes com nossas decisões anteriores e evitar reações exageradas a movimentos repentinos do governo.

Em última análise, continuamos a acreditar que a empresa buscará novas fusões e aquisições e adotará estratégias para reduzir a volatilidade dos preços dos combustíveis. Entretanto, até o momento, temos poucas evidências que sugiram que essas medidas ameaçarão nossas estimativas de dividend yield de dois dígitos em 2024 e 2025.”

Relatório do BTG Pactual de 15/05/2024

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O que mais aconteceu no noticiário corporativo:

Moeda de real em pé, encostada em pilha de moedas deitadas.

Sem mais cortes?

A troca no comando da Petrobras ofuscou parte do noticiário econômico da semana, mas isso não significa que não tivemos outros desdobramentos relevantes no cenário nacional. Atenção para o mercado de juros.

O que aconteceu?

No início da semana, o Banco Central divulgou a ata da polêmica decisão da semana passada, quando um Copom dividido decidiu pelo corte de 0,25 ponto percentual na taxa Selic, para 10,50% ao ano (Não se lembra da história? Relembre aqui).

A ata afastou a tese de um Banco Central mais leniente com o combate à inflação ao revelar que mesmo membros que votaram por um corte maior nos juros observaram a necessidade de uma política monetária contracionista.


“Todos os membros concordaram que a adoção de uma política monetária mais contracionista, mais cautelosa e sem indicações futuras sobre os próximos movimentos mostrava-se mais apropriada diante do cenário global incerto e do cenário doméstico marcado por resiliência na atividade e expectativas desancoradas”

Ata do Copom, 14/05/2024

Recalculando rota

Durante a semana, economistas de diversas instituições retornaram às suas planilhas para refazer contas.

Ganhou força a tese de que o Copom irá manter a Selic nos níveis atuais na reunião de junho – se confirmada, esta seria a primeira manutenção nos juros desde agosto do ano passado.

Em relatório, o BTG reconheceu que a chance de manutenção dos juros em 10,50% aumentou consideravelmente, mas ainda enxerga uma apertada maioria pelo corte para 10,25%.

O que mais aconteceu na economia:

Touro e Urso em cima de jornal com cotações do mercado financeiro, simbolizando o Bull Market e o Bear Market.

“Record High”

De volta aos recordes. Pela primeira vez desde março os três principais índices de ações nos Estados Unidos – Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq Composite – fecharam em suas máximas históricas. O marco ocorreu na quarta-feira.

Gráfico de fechamento das principais bolsas do mercado americano no ano de 2024, até 17 de maio.

O que aconteceu?

  • Sempre ele: os juros. O otimismo da semana foi influenciado por novas leituras de inflação sustentando a tese de corte de juros na reunião do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, de setembro.
  • Na semana, foram divulgados os preços ao consumidor de abril, por meio do CPI. O indicador cresceu menos que o esperado, sinalizando um retorno à tendência de desaceleração.
  • O CPI foi de 0,3% em abril, acumulando alta de 3,4% na comparação anual. Especialistas projetavam números ligeiramente mais altos, mas, diante de sucessivas frustrações, a leitura foi bem recebida pelos mercados.
  • A meta do Fed é de uma inflação anual de 2%, mas a leitura preferida para acompanhar os preços vem por meio do Core PCE, que tem sua próxima divulgação apenas no fim do mês.
  • Esta foi uma primeira sinalização positiva, mas os investidores seguirão acompanhando os próximos dados de mercado de trabalho e inflação, além de eventuais declarações de membros do Fed.

Outros fatos que marcaram o noticiário internacional:

Representação de dois celulares com moedas sendo transferidas de um para o outro, representando transferências digitais.

Portabilidade digital de investimentos

Se você já tentou transferir ações e outros investimentos de renda variável de uma corretora para outra, irá se lembrar de que era preciso preencher formulários e entrar em contato com as corretoras, em um processo que nem sempre era facilitado.

Nesta semana, a B3 lançou uma importante novidade ao mercado: agora, os investidores já podem solicitar a transferência digital dos ativos entre corretores. O prazo é de apenas dois dias úteis.

A operação é feita pelo próprio investidor, sem precisar preencher formulários ou entrar em contato diretamente com as corretoras. Todo o processo é feito pela Área do Investidor da B3 – você pode conferir o passo a passo no próprio site da Bolsa.

Algumas das principais instituições já aderiram à portabilidade digital, entre elas BTG Pactual, XP, Itaú, Santander, entre outras.

A facilidade está disponível para os seguintes produtos: Ações, ETFs, Fundos Listados (incluindo fundos imobiliários), BDRs, Ouro, Debêntures listadas, CRIs/CRAs listados, Direitos e Recibos.

Veja também:

Como a semana se refletiu nos seus investimentos?

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