No vermelho. A semana foi marcada pela queda nos principais índices de ações, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.
Os últimos dias também foram marcados por momentos de menor liquidez nos mercados, com feriados nos Estados Unidos e no Brasil retirando parte das negociações da semana.
Apesar do resultado negativo, ampliando um pouco mais nosso olhar para o mês, a semana não foi suficiente para apagar os bons números do mercado americano no mês.
Já o mercado brasileiro tem seguido na contramão dos mercados internacionais desde meados do mês, quando houve o racha na decisão do Copom. Veja no gráfico abaixo:
Mercados na semana
- Ibovespa: -1,71% | 122.098 pontos
- S&P 500: -0,51% | 5.278 pontos
- Nasdaq: -1,10% | 16.735 pontos
- Dólar: +1,58% | R$ 5,2492
- Bitcoin: -1,40% | US$ 67.588
O preferido do BC americano
Ao longo da semana, os investidores permaneceram na expectativa pela divulgação do núcleo do PCE, que foi divulgado apenas nesta sexta-feira.
Esse é o principal indicador de inflação que o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, acompanha para suas decisões de juros. Ele exclui da conta itens considerados mais voláteis na economia, como alimentos e energia.
O que aconteceu?
- O núcleo do PCE desacelerou de uma alta de 0,3% em março para 0,2% em abril. O resultado foi ligeiramente melhor do que se esperava, mas não o suficiente para trazer muito otimismo aos investidores.
- Já na comparação anual, o número veio conforme se projetava: 2,8% em 12 meses. Vale lembrar: a meta do Fed é trazer essa inflação de forma consistente para 2% ao ano.
- Esse é o terceiro mês consecutivo que a inflação de 12 meses se mantém neste patamar. O resultado de abril, embora esperado, foi recebido com uma percepção de que a inflação segue persistente.
- Vale lembrar: o presidente do Fed, Jerome Powell, tem reiterado que precisa de mais confiança antes de cortar os juros. Os investidores seguem aguardando novos dados que reforcem uma trajetória descendente da inflação.
A próxima reunião do Fed para decidir os juros acontece em duas semanas, com a decisão no dia 11 de junho, mas investidores ainda esperam que o primeiro corte de juros acontecerá somente em setembro.
O que mais movimentou o noticiário internacional:
- Inflação na Europa. Preços aceleram em maio antes de decisão sobre juros.
- Mais estímulos? Na China, atividade industrial decepciona ao entrar em contração.
- Eleições nos EUA. Trump é condenado, mas o que isso significa para as eleições?
- Sequência de recordes. Ouro já bateu 19 recordes históricos neste ano.
Antes da queda, o recorde
Os mercados americanos encerraram a semana em queda, mas vale registrar: o índice Nasdaq Composite chegou a atingir, mais uma vez, um recorde histórico de pontuação.
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O índice foi influenciado positivamente pelas ações da Nvidia, que seguem em forte valorização. A companhia tem surpreendido pela sua atuação referente à evolução da IA – relembre a história aqui.
Na máxima da semana, as ações chegaram a se valorizar perto de 9%. Ela se aproxima da marca dos US$ 3 trilhões e ameaça a posição da Apple como segunda companhia mais valiosa do mercado.
Outro lado
Mas, se há vencedores nessa ascensão da inteligência artificial, também há possíveis perdedores. Nessa semana, a Salesforce se destacou no mercado americano ao despencar mais de 20%.
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O culpado? Uma possível ameaça da IA sobre seus negócios. A retração do Salesforce também colocou pressão sobre outras companhias do setor de tecnologia e incentivou um movimento de realização de lucros.
Mais destaques na IA:
- Novos competidores. Elon Musk anuncia investimento de US$ 6 bi para criar a xAI.
Desancoragem
No Brasil, uma expressão vem ganhando cada vez mais importância nos mercados: desancoragem de expectativas.
Isso acontece quando os especialistas projetam uma dinâmica dos preços fora da meta de inflação, o que normalmente acontece em momentos de choques ou diminuição de credibilidade do Banco Central.
E por que isso importa?
Na semana anterior, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, admitiu que a desancoragem das expectativas levou a uma mudança na política monetária.
Essa desconfiança aumentou após a divisão na última reunião do Copom, em 08 de maio. Mas Campos Neto defendeu que essa situação tende a retroceder à medida que a autoridade monetária conseguir reforçar que a decisão foi técnica.
A ver os próximos passos. A próxima decisão do Copom acontece em 19 de junho.
Ok, e o que mais aconteceu na semana?
- Inflação acelerou, mas não preocupou. O IPCA-15 avançou de 0,21% em abril para 0,44% em maio, mas esse número veio levemente abaixo do que se esperava.
- Economistas relataram que a composição do indicador teve um comportamento benigno, com desinflação no setor de serviços e queda nos núcleos.
- Mercado de trabalho forte pode reduzir chances de novos cortes de juros. Foram dois indicadores nesse sentido: a criação de 240 mil novos postos de trabalho com carteira assinada em abril e a redução do desemprego para 7,5%, o menor nível em 10 anos.
- Contas públicas abaixo do esperado. O governo central registrou um superávit primário de R$ 11,1 bilhões em abril, abaixo do projetado por economistas. Esse é o pior resultado para o mês desde 2020. O fiscal segue sendo um dos principais pontos de atenção na economia.
Você também deve ler:
- Impactos da tragédia. PIB para baixo, inflação para cima… economistas revisam projeções com efeitos do RS.
- Ainda precisa aprovar no Senado. Câmara aprova taxação de compras internacionais de até US$ 50.
Luz no fim do túnel
A Light enfim conseguiu avançar em seu plano de recuperação judicial ao conseguir a aprovação dos credores.
Leitura rápida:
- Entre os principais pontos, a companhia fará um aumento de capital de até R$ 3,2 bilhões e irá converter R$ 2,2 bilhões em dívidas em novas ações – os principais acionistas se comprometeram a aportar R$ 1 bilhão.
- Vale lembrar: a dívida total da companhia supera os R$ 11 bilhões.
- Credores com até R$ 30 mil a receber terão direito ao pagamento integral. Esses recursos devem ser pagos 90 dias após a homologação do plano na Justiça.
- A previsão é que a homologação aconteça até julho.
O que mais aconteceu no noticiário corporativo:
- Com desconto. Americanas paga “apenas” R$ 2 bi para quitar dívidas.
- Reestruturação. Gol lança plano financeiro de 5 anos.
- Por 100 euros. Em RJ, Grupo Dia vende rede de supermercados no Brasil.
- Aproveitou? JBS conclui emissão de CRA com o maior prazo já visto no mercado.
- Briga acirrada. Nubank ultrapassa Itaú como banco mais valioso na Bolsa.
Não se assuste
Se você tem fundos de investimentos, um lembrete importante: nesta sexta-feira acontece o “come-cotas”.
Ou seja, ao conferir no seu extrato os investimentos em fundos, você pode notar uma diferença de valores em relação aos últimos dias.
O que significa o come-cotas?
- Essa é uma antecipação do imposto de renda que é cobrada sobre diversas categorias de fundos, como os multimercados e os de renda fixa. A cobrança acontece sempre nos meses de maio e novembro.
- Na prática, o recolhimento é feito via retirada de cotas do mercado. Daí o nome “come-cotas”.
Vale lembrar: o último dia de maio também marca o fim do prazo para a entrega da declaração do Imposto de Renda.
A exceção são os contribuintes do Rio Grande do Sul, que tiveram o prazo estendido para 31 de agosto.
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