Radar: Por que a Bolsa teve seu melhor mês do ano

Moedas e lupa com detalhes dourados sobre calculadora verde.
Moedas e lupa com detalhes dourados sobre calculadora verde.

Pausa. Após os fortes ganhos no mercado de renda variável nas últimas semanas, os últimos dias foram de um certo respiro na trajetória de ganhos. Isso não significa, no entanto, que houve grandes mudanças de cenário.

Não se esqueça: a Bolsa acumulou um de seus melhores meses desde o rali do fim do ano passado. Veja mais a seguir.

Mercados na semana

  • Ibovespa: +0,29% | 136.004 pontos
  • S&P 500: +0,24% | 5.648 pontos
  • Nasdaq: -0,92% | 17.714 pontos
  • Dólar: +2,79% | R$ 5,6325
  • Bitcoin: -2,89% | US$ 58.874

Bolsa no melhor mês desde o rali de 2023

Encerradas as negociações de agosto, o Ibovespa acumulou ganhos de 6,54%, no seu melhor mês desde novembro do ano passado. Naquela ocasião, a Bolsa havia ganhado 12,6%, no famoso rali de fim de ano.

Três motivos principais fizeram o Ibovespa bater a máxima histórica em agosto.

  • Estímulos nos Estados Unidos. O Federal Reserve (Fed), o banco central americano, passou a sinalizar que chegou o momento de iniciar o ciclo de corte de juros, que atualmente está em sua máxima em 23 anos. Essa mudança representou um sinal positivo para ativos de risco em todo o mundo.
  • Ganho de credibilidade no Banco Central. Desde a ata da última reunião do Copom, os membros do Banco Central vêm sinalizando um tom mais duro em direção a uma alta de juros. Esse movimento foi visto como um ganho de credibilidade do Banco Central, ajudando também a reduzir dólar.
  • Bons resultados. No lado corporativo, as maiores empresas divulgaram seus números trimestrais. E a temporada foi considerada boa, com receitas, EBITDA e lucro líquido superando as projeções da equipe de análise do BTG Pactual. No exterior, os resultados das empresas americanas também foram avaliados como sólidos.

Gráfico com variação do Ibovespa em 2024, atualizado até 30 de agosto.

Mês decisivo

Enquanto seguimos acompanhando os desdobramentos no lado fiscal, setembro promete ser um mês importante na política monetária. O grande destaque fica por conta do dia 18, quando os bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos decidem sobre suas taxas básicas de juros.

Nos dois casos, discute-se a magnitude dos movimentos. Nos Estados Unidos, as projeções majoritárias estão por um corte de 0,25 ponto percentual. Antes disso, o relatório de emprego, em 6 de setembro, é visto como um indicador decisivo para afinar as projeções.

Já no Brasil, Roberto Campos Neto declarou que, “se e quando” houver ajuste no ciclo de juros pelo Copom, o movimento será gradual. Ou seja, crescem as apostas por uma alta mais moderada neste próximo encontro, de 0,25 ponto percentual.

Notas de dólar sobre bandeira dos Estados Unidos ao fundo.

Por que o BC interveio no dólar após mais de dois anos

Desde abril de 2022 o Banco Central não realizava uma intervenção no câmbio à vista. Agora, nesta sexta-feira, a autoridade monetária decidiu atuar no mercado.

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O que aconteceu?

Foi anunciado um leilão extraordinário de venda de dólares no mercado à vista, totalizando uma oferta de US$ 1,5 bilhão.

Dois eventos acontecem nesta sexta-feira e, acredita-se, motivaram a intervenção:

Rebalanceamento do EWZ. Este é o MSCI Brazil ETF, o principal ETF brasileiro negociado nos Estados Unidos. Com o novo rebalanceamento da carteira, esse índice passará a incluir ações de empresas brasileiras negociadas no exterior, como Nubank e XP. Com isso, há a expectativa de saída de dólares.

Assim, acredita-se que a intervenção tem como objetivo corrigir possíveis distorções no mercado de câmbio às vésperas da formação da Ptax.

Entenda o que é a Ptax. Todo último dia útil do mês muitos agentes do mercado focam na formação da Ptax. Essa taxa de câmbio é calculada pelo Banco Central e serve de referência para diversas operações no mercado, incluindo de exportações e importações por empresas.

O último dia do mês é importante porque serve de base para diversos contratos cambiais do mês seguinte.

Assim, esse evento historicamente também costuma trazer mais volatilidade ao câmbio, já que a formação da Ptax costuma levar a uma “briga” entre comprados e vendidos. Além disso, o dia também é a véspera do vencimento de contratos futuros de dólar, outro evento que também pode adicionar volatilidade.

No ano, o dólar já sobe quase 16%.

Gráfico com variação do dólar sobre o real em 2024, atualizado até 30 de agosto.

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Mão humana e de inteligência artificial se encontrando.


Um dos eventos mais aguardados da semana

Em semana com poucos indicadores econômicos internacionais que demandavam atenção dos investidores estrangeiros, o grande foco do cenário externo ficou por conta do balanço da Nvidia.

Por que ela é importante? A companhia está no centro do debate sobre inteligência artificial nos Estados Unidos, setor que tem sido apontado por um dos maiores responsável pela forte valorização do mercado neste ano.

Algumas das maiores empresas de tecnologia dos EUA são clientes da Nvidia – por isso, seu desempenho também sugere um termômetro de como estão os investimentos em IA.

Em meio a esse cenário, a terceira maior companhia do mundo por valor de mercado já viu suas ações valorizarem 150% somente neste ano.

Gráfico com variação da Nvidia em 2024, atualizado até 30 de agosto.

E como foi o balanço?

A Nvidia registrou receitas que superaram as expectativas do mercado para o segundo trimestre deste ano (US$ 30,0 bilhões vs US$ 28,9 bilhões esperados), assim como também viu seu lucro líquido ajustado surpreender (US$ 16,9 bilhões vs 15,9 bilhões esperados)

Ainda assim, a reação imediata foi de queda de mais de 6% no valor de suas ações. Isso representa uma redução de mais de US$ 100 bilhões em seu valor de mercado.

“A estimativa para o próximo trimestre (…) ficou amplamente em linha com as estimativas de consenso. Isso reduziu um pouco o entusiasmo, especialmente considerando as elevadas expectativas em torno do potencial de crescimento da NVIDIA.”

Relatório de análise do BTG Pactual, publicado em 29 de agosto.

Ou seja, mesmo resultados fortes e projeções em linha com o esperado não foram suficientes para animar o mercado. Com as expectativas cada vez mais altas, fica também cada vez mais difícil surpreender os investidores.

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Dois trabalhadores conversando em um terreno de mineração.

Sucessor aprovado

Para quem nos acompanha há algum tempo, irá se lembrar da novela em torno da sucessão da Vale e seus impactos nas ações da mineradora, com sucessivos receios de ingerência política na empresa.

Nesta semana, esse debate chegou ao fim de modo surpreendente – o time de análise do BTG Pactual esperava por uma resolução somente em dezembro deste ano. A saída foi por um nome interno: Gustavo Pimenta foi escolhido de modo unânime como CEO, assumindo o lugar de Eduardo Bartolomeo. A transição acontece em primeiro de janeiro de 2025.

Ainda assim, a recomendação do BTG Pactual é se manter neutro em relação às ações da companhia.

Embora não haja dúvidas de que esta confirmação do novo CEO é um evento de redução de risco e deve ser bem recebido pelos investidores, preferimos esperar por mais visibilidade.

Relatório de análise do BTG Pactual, publicado em 26 de agosto.

Quem é Pimenta?

O executivo atuava como vice-presidente executivo de finanças e relações com investidores da Vale desde 2021.

Antes disso, ele acumulou uma trajetória de 12 anos no grupo de energia AES, quando chegou ao cargo de diretor financeiro global. Também foi vice-presidente de estratégia e M&A no Citigroup, em Nova York.

Na Vale, Pimenta tem liderado esforços relacionados a eficiência e produtividade, bem como conduzir a agenda de descarbonização da companhia. Ele será apresentado oficialmente aos investidores no início de dezembro, durante o encontro “Vale Day”.

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Homem segurando celular, mostrando detalhes da digitação.

“Pix dos investimentos”

A partir de julho de 2025, chega ao mercado de investimentos uma nova funcionalidade que promete facilitar a portabilidade das suas aplicações entre instituições.

O que aconteceu?

A CVM aprovou nesta semana as novas normas para a portabilidade de investimentos. Por sua simplificação e velocidade, a medida foi apelidada de “Pix dos investimentos”.

  • Como vai funcionar: a portabilidade será feita em uma única etapa, de modo digital – ou seja, não será mais preciso preencher formulários físicos ou reconhecer assinatura em cartório, como ainda acontece em algumas ocasiões.
  • Onde solicitar: você terá mais flexibilidade, podendo solicitar diretamente no banco de origem, no de destino ou mesmo na depositária central, como a B3, por exemplo. Também será possível acompanhar o processo em tempo real.
  • Prazos: agora, as operações de portabilidade passarão a ser efetivada em dois a nove dias úteis, a depender da classe do ativo. Os maiores prazos, de nove dias úteis, referem-se a cotas de fundos de investimento.

Você pode conferir as novas resoluções e seus detalhes aqui.

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