A companhia de energia elétrica carioca, Light, passa por um momento de incerteza sobre a renovação de uma concessão chave no estado do Rio de Janeiro. É uma holding integrada que atua nos setores de distribuição, geração, comercialização e soluções de energia.
O segmento de distribuição é o mais relevante, pois representa 67% do EBITDA Ajustado do 3T22. A sua única concessão de distribuição, que é operada pela Light Serviços de Eletricidade (Light SESA) vencerá em 2026.
Ao mesmo tempo, o caixa diminui e as agências de classificação de risco cortam sua nota de crédito. Agora, credores e acionistas aguardam definição sobre a renovação antecipada para continuar a emprestar e investir recursos na empresa.
Tanto que recentemente, a Light teve uma liminar para a suspensão temporária de pagamento de obrigações financeiras de em média R$ 11 bilhões. Depois, a Fitch cortou a nota da Light de CC para C, afirmando que irá rebaixar o crédito para RD, que significa default restrito, caso a empresa anunciar formalmente um plano de reestruturação.
As obrigações financeiras que estão suspensas incluem aquelas referentes à 15ª emissão de debêntures da empresa. Portanto, não será realizado o pagamento de remuneração das debêntures da primeira série da emissão, que estava previsto para a última segunda-feira (17).
Os detentores de títulos de dívida local da companhia de energia elétrica estão em negociações para contratar a Bee Capital Servicos Financeiros Ltda para assessorá-los, justamente sobre a possível reestruturação.
Por conta de toda a situação, um grupo de debenturistas que reúne cerca de R$ 5 bilhões em papéis da Light está pensando em organizar uma assembleia para aprovar a BeeCap como assessora financeira. Tal empresa foi fundada pelo ex-diretor financeiro da Energisa Cláudio Brandão e até agora, não houve um pronunciamento.
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