Enquanto os dividendos em reais oferecem uma forma de renda passiva no mercado local, os dividendos em dólar trazem um benefício extra: a exposição a uma moeda forte, mais estável e bem mais valiosa.
Receber dividendos, seja do Brasil ou dos Estados Unidos, segue a mesma lógica: você escolhe algum investimento que distribua parte de seus lucros aos acionistas.
Isso faz com que muitos investidores brasileiros vejam nos dividendos em dólar uma oportunidade de aumentar sua renda e também proteger seu patrimônio contra a volatilidade e a inflação.
Entenda mais sobre esses investimentos neste post.
O que são dividendos?
Antes de mais nada, vamos começar pelo básico. Dividendos são parte do lucro de uma empresa que são distribuídos aos acionistas como uma forma de recompensá-los por investirem no negócio.
Quando essa companhia gera lucros, ela pode optar por reinvestir esse capital no próprio negócio ou distribuí-los entre seus acionistas na forma de dividendos. Sendo assim, muitos investidores optam por buscar negócios que geram bons lucros e distribuem parte deles.
Por exemplo: se você comprou 2000 ações de uma empresa a US$ 20 cada, totalizando um investimento de US$ 20 mil, e essa empresa paga US$ 2 de dividendo por ação a cada três meses, você receberia US$ 2 mil por trimestre.
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É possível ter renda passiva com dividendos em dólar?
Sim, é possível construir uma fonte de renda passiva sólida a partir de dividendos em dólar.
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A estratégia é semelhante àquela de investir em ações de empresas que pagam dividendos no Brasil, mas com uma vantagem significativa: a valorização do dólar frente ao real.
Ao receber dividendos em dólar, o investidor pode não apenas se beneficiar da rentabilidade das ações das maiores e melhores empresas do mundo, mas também da possível valorização cambial ao converter esses ganhos para reais.
Porém, não esqueça dos ensinamentos básicos: embora os dividendos tragam grandes benefícios, vale lembrar que eles são parte de uma estratégia de longo prazo.
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A menos que você faça grandes investimentos, pode levar um certo tempo até que eles sejam suficientes para cobrir seus custos de vida por completo. No entanto, com reinvestimentos regulares ao longo do tempo, é possível alcançar seu objetivo.
Investimentos que pagam dividendos em dólar
O acesso a dividendos em dólar não é limitado apenas a ações de empresas americanas. Existem diversos tipos de investimentos internacionais que oferecem essa possibilidade – como veremos agora.
Vale lembrar que o investidor já pode se expor a eles através de instituições controladas por brasileiros, mas que operam nos mercados dos Estados Unidos, como a Avenue ou o BTG Pactual.
Conheça abaixo os principais investimentos que pagam dividendos em dólar:
- Ações americanas
- REITS
- ETFs
- BDRs
1. Ações americanas
Companhias como Coca-Cola, P&G, Johnson & Johnson, entre outras gigantes globais, são conhecidas por seus históricos consistentes de distribuição dos dividendos.
Essas empresas, muitas vezes chamadas de “blue chips” – aqui no Brasil, o paralelo seria com Petrobras ou Vale –, possuem modelos de negócio estáveis e lucrativos ao longo de décadas, o que lhes permite distribuir parte de seus lucros aos acionistas de maneira um pouco mais previsível.
A Coca-Cola (KO), queridinha do megainvestidor Warren Buffett há praticamente três décadas, paga dividendos anuais acima de $0,80 desde o começo dos anos 2000 – como mostra o gráfico abaixo.
2. REITs
Os REITs (Real Estate Investment Trusts) são uma opção popular para quem busca renda passiva em dólar. Semelhantes aos fundos imobiliários no Brasil, esses ativos são obrigados por lei a distribuir grande parte de seus lucros na forma de dividendos.
Um exemplo deste segmento é a Realty Income (O). A companhia se autointitula como “The Monthly Dividend Company” devido à sua prática de pagar dividendos mensais aos acionistas. Ela investe em propriedades comerciais e, de fato, possui um histórico impressionante de pagamento e aumento de dividendos em dólar.
Ao analisarmos sua distribuição de lucros anualizada, notamos essa constância bem positiva – em 2023, foram pagos $3,05. Veja a seguir.
Lembre-se que este é apenas um exemplo. Há, atualmente, cerca de 200 REITs disponíveis para investir nos Estados Unidos.
ETFs
Um Exchange Traded Fund (ETF), também conhecido como fundo de índice, aqui no Brasil ainda é um mercado em estágio inicial, enquanto no exterior sua estrutura é mais diversificada e sofisticada, por exemplo.
Para se ter uma ideia, atualmente existem mais de 2 mil ETFs negociados nos Estados Unidos. Isso significa mais de 4 vezes o número de empresas brasileiras negociadas na B3.
Alguns ETFs internacionais são voltados para empresas que pagam dividendos em dólar, investindo em ações de companhias que oferecem remuneração e proventos regulares aos seus acionistas.
Por exemplo, alguns dos maiores do mercado americano são o Vanguard Dividend Appreciation ETF (VIG) – mais detalhes a seguir – ou o iShares Select Dividend ETF (DVY).
BDRs
Nesse caso, o processo de pagamento de dividendos em dólar é um pouco diferente. O Brazilian Depositary Receipt (BDR) é um certificado que representa ações de empresas estrangeiras, negociado na própria B3.
Esses ativos podem pagar dividendos em dólar quando a empresa emissora no exterior distribui lucros aos seus acionistas.
Lembrando que, no Brasil, os dividendos são pagos em dólar e convertidos em reais, conforme a taxa de câmbio vigente, o que pode gerar perdas devido aos custos de conversão para a moeda local.
A IBM, por exemplo, tem uma longa história de pagamentos trimestrais de dividendos. Embora o desempenho financeiro da empresa possa variar, ela tem se mantido comprometida com a remuneração dos acionistas, o que torna o IBMB34 uma opção interessante para investidores que buscam renda passiva com exposição ao dólar.
Observe o gráfico e comprove.
Por que dolarizar a carteira e receber dividendos em dólar?
Dolarizar a carteira é uma estratégia que vai muito além de apenas buscar retornos maiores.
Ela acrescenta uma camada extra de proteção contra a volatilidade do mercado local e a desvalorização da moeda – características comuns em países emergentes, como o Brasil.
Ao investir em ativos que pagam dividendos em dólar, o investidor pode se expor a economias mais estáveis e com histórico de crescimento consistentes.
Tradicionalmente, o dólar é considerado uma moeda de reserva global, sendo menos suscetível a flutuações drásticas em comparação ao real. Ao receber dividendos em dólar, o investidor se protege da desvalorização do real e das pressões inflacionárias.
Além disso, ao investir em empresas estrangeiras, você reduz a exposição ao risco econômico e político de um único país, especialmente quando o cenário doméstico é instável.
As empresas americanas, especialmente aquelas de grande porte, costumam ter boas práticas de distribuição de lucros. O acesso a esses dividendos em dólar pode ser um diferencial para quem busca uma renda passiva contínua e em uma moeda forte.
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