As holdings têm se tornado cada vez mais populares no mundo empresarial, sendo um modelo de negócio que consiste em uma empresa controladora de outras empresas por meio da participação acionária. Essa estrutura é comum em diversos segmentos da economia, inclusive no Brasil. Neste artigo, vamos explorar de forma detalhada os diferentes tipos de holdings, suas características, vantagens e desvantagens.
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O que é uma Holding?
Uma holding é uma empresa que detém a maioria das ações de outras empresas, exercendo controle sobre sua administração e políticas. Dessa forma, uma holding é essencialmente uma empresa que controla outras empresas. O termo “holding” está relacionado ao verbo em inglês “to hold”, que significa manter, guardar, segurar e controlar. Portanto, trata-se de um modelo de negócio cujo objetivo é o controle de outras empresas, que podem estar em diferentes setores.
Essas empresas controladas pelas holdings são chamadas de subsidiárias, e estão sujeitas às decisões do acionista majoritário. O papel principal de uma holding é organizar a estrutura de capital e promover o crescimento do negócio. No mercado financeiro, as holdings administram diversos ativos, como fundos de investimento, ações, patentes, imóveis e outras aplicações.
Como funciona uma Holding Empresarial?
Uma holding empresarial funciona controlando suas subsidiárias por meio do controle acionário majoritário dessas empresas. Elas podem ser classificadas tanto como Sociedade Anônima quanto como Sociedade Limitada, dependendo das empresas administradas. A atuação de uma holding baseia-se em investir em outras empresas para adquirir participação acionária e se tornar sócia majoritária. As atividades desses negócios são acompanhadas pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), independentemente do regime adotado.
Uma holding pode ter várias subsidiárias, e a gestão das operações pode ocorrer de forma independente, acompanhando as atividades administrativas diárias. No entanto, isso pode variar dependendo do tamanho e da gestão da empresa e da holding. Embora a principal atividade de uma holding seja o controle acionário de outras empresas, ela também pode desenvolver outras atividades para aumentar as receitas, desde que sejam consideradas atividades secundárias.
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Tipos de Holdings
Existem diversos tipos de holdings, classificados de acordo com suas particularidades, atividades e atuação. Cada tipo de holding possui características específicas que as tornam adequadas para diferentes propósitos e situações. A seguir, apresentaremos os principais tipos de holdings:
1. Holding Pura
A holding pura é o tipo mais comum de holding no mercado. Seu objetivo é investir no capital social de outras empresas, sem executar nenhuma outra atividade econômica. Essas holdings são responsáveis pela administração e controle de todas as empresas que fazem parte de seu portfólio. Elas investem em empresas de diferentes setores, buscando se tornar sócias majoritárias.
2. Holding Mista
A holding mista é um tipo de empresa que, além de investir na participação societária, também executa atividades empresariais. Elas possuem duas fontes de receita: os dividendos das subsidiárias e as atividades secundárias. Essas holdings são bastante comuns no mercado, por diversificarem as fontes de receita e aumentarem o potencial de rentabilidade e lucratividade.
3. Holding Patrimonial
A holding patrimonial é uma empresa que administra os bens de forma exclusiva. Seu foco principal é promover uma gestão centralizada dos bens, obter benefícios fiscais e facilitar a gestão. Esse tipo de holding é comum em famílias que possuem um grande patrimônio, pois facilita o gerenciamento e a sucessão. Essas empresas são desenvolvidas para administrar bens próprios, como imóveis, que são integrados ao capital social da organização.
4. Holding Administrativa
A holding administrativa atua diretamente na gestão das subsidiárias, com o objetivo de torná-las mais eficazes, dinâmicas e promissoras. Elas são compostas por profissionais especialistas em gestão empresarial, que contribuem para o sucesso de todas as empresas controladas. Essas holdings desempenham um papel decisivo nas decisões estratégicas das subsidiárias.
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5. Holding de Controle
A holding de controle é um tipo de empresa que busca ter controle total sobre as empresas subsidiárias. Essas empresas se tornam sócias majoritárias das outras empresas e são responsáveis pelas decisões e pela gestão. As holdings de controle são comuns no mercado, principalmente as de capital aberto, e podem ter apenas uma subsidiária ou várias no portfólio.
6. Holding de Participação
A holding de participação é uma empresa que busca adquirir participações societárias minoritárias. Elas adquirem ações de empresas de capital aberto, mas não lidam diretamente com a gestão dessas organizações. Essas holdings têm atividades semelhantes às de um fundo de investimento, pois adquirem cotas de diferentes empreendimentos. A rentabilidade é alcançada por meio do crescimento das diversas ações controladas em seu portfólio.
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7. Holding Familiar
A holding familiar é uma configuração de negócio que atua exclusivamente na gestão de bens próprios por membros da mesma família. Ela permite que o grupo familiar gerencie um ou mais negócios, todos vinculados à mesma família. Essas empresas são administradas por integrantes da mesma família e têm o objetivo de gerenciar bens específicos. Para famílias com um patrimônio expressivo, esse modelo de negócio é interessante, pois centraliza a gestão e as decisões.
Cada tipo de holding apresenta suas particularidades e objetivos específicos. É importante avaliar qual tipo de holding é mais adequado para cada situação e objetivo, levando em consideração as necessidades e características do negócio em questão.
Diferenças e Considerações
As sociedades holdings puras e mistas possuem características e funções distintas, cada uma com suas vantagens e desvantagens. Enquanto a holding pura se concentra exclusivamente na administração das participações acionárias, a holding mista desempenha atividades econômicas e oferece serviços remunerados.
No caso da holding pura, a falta de intervenção direta na gestão das filiais pode ser considerada uma vantagem, pois permite uma tomada de decisão mais objetiva. No entanto, a impossibilidade de dedução do IVA pode ser uma desvantagem significativa.
Já a holding mista, além de administrar as participações, pode gerar receitas próprias por meio dos serviços prestados às filiais. Além disso, ela tem a vantagem de poder deduzir o IVA, desde que cumpra os requisitos estabelecidos pela legislação fiscal. No entanto, é importante considerar que a concessão de empréstimos pode afetar a dedutibilidade do imposto.
Vantagens e Desvantagens das Holdings
As holdings oferecem diversas vantagens, mas também apresentam desafios e desvantagens a serem considerados. A seguir, vamos explorar as principais vantagens e desvantagens das holdings:
Vantagens das Holdings:
- Diversificação de investimentos: As holdings permitem diversificar a carteira de investimentos, investindo em empresas de diferentes setores e reduzindo os riscos.
- Redução da carga tributária: As holdings podem beneficiar-se de uma carga tributária reduzida, facilitando a declaração de impostos.
- Facilidade no planejamento sucessório: As holdings facilitam o planejamento sucessório, permitindo uma transição mais suave e organizada dos bens e negócios da família para as próximas gerações.
- Aumento de ganhos: Ao controlar diversas empresas, a holding tem autonomia para tomar decisões estratégicas que podem levar a um aumento significativo dos ganhos.
- Separar legalmente as subsidiárias: As holdings permitem a separação legal das subsidiárias, reduzindo a exposição aos riscos e protegendo os ativos.
- Melhor administração do patrimônio familiar: A holding familiar facilita a gestão do patrimônio familiar, centralizando as atividades e as decisões.
- Possibilidade de ter múltiplas subsidiárias: Uma holding pode controlar diversas subsidiárias, o que amplia as oportunidades de negócios e aumenta o potencial de lucratividade.
Desvantagens das Holdings:
- Possibilidade de exploração das subsidiárias: Pode haver situações em que a holding tome decisões que favoreçam seus próprios interesses em detrimento dos acionistas minoritários das subsidiárias.
- Despesas iniciais e custos de manutenção: A abertura de uma holding envolve despesas iniciais e custos de manutenção, como pagamento de tributos e despesas contábeis.
- Riscos de crimes e fraudes: A gestão contábil eficiente e a transparência são fundamentais para evitar crimes e fraudes nas subsidiárias e garantir a regularidade das operações.
- Concentração do poder econômico: As holdings podem gerar concentração do poder econômico, o que pode levar a uma concorrência desleal no mercado.
É importante avaliar cuidadosamente as vantagens e desvantagens antes de optar por uma estrutura de holding. Cada negócio é único, e é fundamental considerar as características e necessidades específicas antes de tomar uma decisão.
Exemplos de Holdings no Brasil
No Brasil, existem diversos exemplos de holdings que atuam em diferentes setores da economia. Algumas das holdings mais conhecidas são a Itaúsa, que controla empresas como a Alpargatas e o Itaú-Unibanco, e a J&F, que controla a JBS, PicPay, Eldorado Brasil, Canal Rural, Banco Original, entre outras marcas.
Esses são apenas alguns exemplos de holdings brasileiras que alcançaram sucesso e dominam segmentos fortes da economia nacional. Além disso, também existem holdings familiares que controlam e administram o patrimônio de famílias empreendedoras.
Como criar uma holding?
Para criar uma holding, é necessário realizar um planejamento completo, escolher o regime jurídico e regime tributário adequados, decidir o tipo de sociedade empresarial, elaborar o Contrato Social, criar um novo CNPJ, registrar a empresa em órgãos reguladores e fazer a transferência de ativos para a holding. É importante contar com o auxílio de profissionais especializados, como advogados e contadores, para garantir a correta constituição e funcionamento da holding.
A diferença entre Holding, Joint Venture e Truste
É comum que se confundam os conceitos de Holding e Joint Venture, entretanto, um olhar mais atento logo revela as diferenças entre os dois.
Primeiramente, como vimos, uma holding é criada com o objetivo de gerir uma ou mais empresas, exercendo poder sobre seus bens e direitos em conjunto. Enquanto isso, uma joint venture é um acordo legal estabelecido entre empresas para cumprir um objetivo comum.
Tão logo este objetivo é alcançado, a sociedade entre as empresas acaba, o que não poderia ocorrer em uma holding.
Em um truste, por sua vez, diversas empresas do mesmo setor se fundem a fim de exercer um maior domínio sobre o mercado, extinguindo suas partes constituintes no processo. Entretanto, é sempre importante lembrar que trustes são ilegais no Brasil a fim de preservar a concorrência no mercado.
Conclusão
As holdings são uma forma de organização empresarial que tem se mostrado cada vez mais relevante e popular no mercado. Com diversos tipos e características específicas, as holdings oferecem vantagens como diversificação de investimentos, redução da carga tributária, facilidade no planejamento sucessório e melhor administração do patrimônio familiar. No entanto, é importante considerar as desvantagens e desafios associados a esse modelo de negócio. Cada tipo de holding tem suas peculiaridades e é importante avaliar qual é o mais adequado para cada situação. Com uma estrutura bem planejada e uma gestão eficiente, as holdings podem se tornar uma opção interessante para empresas e famílias que buscam otimizar seus negócios e patrimônio.
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