O nome do jogo é inflação. Investidores ao redor do mundo seguem de olho na economia americana em busca de novas pistas sobre quando as taxas de juros vão começar a cair nos Estados Unidos.
E por que você deve acompanhar esse debate? Como a maior economia e a moeda mais usada no mundo, o que acontece nos Estados Unidos impacta diretamente economias e mercados financeiros de outros países.
Você deve ter percebido, por exemplo, que o Dólar continuou a valorizar frente ao Real. Nesta sexta-feira, a moeda bateu R$ 5,14, nas máximas do ano. Relembrando: começamos este ano a R$ 4,85 – diferença de quase 6%.
Esse movimento é reflexo, principalmente, do que acontece nos Estados Unidos. Afinal, o Dólar vem se valorizando também frente a outras moedas fortes ao redor do mundo, seguindo as expectativas de juros altos por mais tempo.
Ok, e o que eu devo saber?
- Nesta semana, o grande foco foi a divulgação do CPI para março, o índice de preços ao consumidor americano. A inflação acelerou sobre o último mês e alcançou a marca de 3,5% na comparação anual. Excluindo-se itens mais voláteis, a alta foi de 3,8%.
- As duas leituras ficaram acima do esperado por especialistas. Havia grande expectativa em relação a esse dado porque os dados de janeiro e fevereiro também haviam frustrado as expectativas, mas acreditava-se que haviam sido pontuais. A decepção em março reforça a tese de que a inflação pode ser mais persistente do que se imaginava.
- E agora? O mercado voltou a refazer contas sobre quando os juros vão cair. No passado, essa expectativa já foi para março. Depois mudou para junho. E agora debate-se a mudança para julho ou até mesmo setembro – com alguns poucos sugerindo até o ano de 2025.
- Além do adiamento, há um questionamento se haverá menos cortes de juros do que as três reduções que se imaginava antes. Agora, fala-se em apenas duas. Há até quem diga – nomes como o ex-secretário do Tesouro dos EUA Lawrence Summers – sobre uma possível alta dos juros.
E agora?
É preciso aguardar novos dados e declarações de membros do Federal Reserve (Fed), o banco central americano.
O próximo dado de inflação que deve ser acompanhado com atenção redobrada pelos investidores é o PCE de março, no dia 26 de abril. Esse é o indicador preferido do Fed para monitorar os preços.
Você também deve ler:
- Já no atacado… Preços ao produtor desaceleram em março e dão certo alívio.
- Antes dos EUA. Banco Central Europeu dá sinais de que juros podem cair em breve.
- Atenção no Oriente Médio. Imprensa cita possível ataque do Irã a Israel nos próximos dias.
- Petróleo sobe. Commodity volta a superar US$ 90 com risco geopolítico em foco.
- Recorde atrás de recorde. Ouro atinge sequência de novas máximas históricas.
Mercados na semana
- Ibovespa: -0,67% | 125.946 pontos
- S&P 500: -1,55% | 5.123 pontos
- Nasdaq: -0,45% | 16.175 pontos
- Dólar: +1,11% | R$ 5,1212
Para onde vai a Selic terminal?
No Brasil, a semana também foi marcada pelo debate envolvendo juros e inflação. Tanto que acompanhamos nesses dias a “Superquarta” da inflação, em referência às divulgações de dados de preços nos EUA e no Brasil no mesmo dia.
O que foi divulgado?
- Por aqui, ao contrário dos EUA, a surpresa na inflação foi positiva. O IPCA de março desacelerou sobre o mês anterior e mostrou alta de 0,16% – o menor resultado para o mês desde 2020. Em 12 meses, o acumulado é de 3,93%.
- Especialistas esperavam uma inflação mais forte, de 0,25% na comparação mensal e de 4,01% na comparação anual. É a primeira vez desde julho do ano passado que a inflação fica abaixo dos 4% no acumulado de 12 meses.
- Boa notícia para a Selic? Nem tanto. Apesar da surpresa positiva com a inflação brasileira, a dinâmica dos juros americanos e os impactos do dólar mais alto continuam a levantar dúvidas sobre a Selic terminal, ou seja, em que nível vai acabar o ciclo de corte dos juros no Brasil.
- Alguns economistas também mostraram preocupação com a inflação de serviços, que poderia limitar a redução da Selic.
A última edição do Relatório Focus segue mostrando que a expectativa dos economistas é de uma Selic a 9% no final deste ano, mas alguns nomes importantes do mercado começam a avaliar taxas mais altas. Já se fala no mercado em projeções de taxas próximas de 9,5% ou até 9,75%.
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Atualmente, a taxa é de 10,75% ao ano. A próxima decisão do Copom será em 08 de maio.
Também recomendamos a leitura.
- Oportunidade? Título do Tesouro Direto volta a pagar IPCA+6% pela primeira vez em quase um ano.
- Pausa… Após meses de alta, setor de serviços cai em fevereiro.
- E recorde. Já o varejo atinge maior patamar da série histórica em fevereiro.
- Na próxima semana. Ministro sinaliza que meta fiscal de 2025 está definida.
Onde você investe no exterior?
Os investimentos internacionais caíram no gosto do brasileiro. Mas, com um mundo de novas oportunidades, surge a dúvida: onde investir em um novo mercado, com literalmente milhares de novas alternativas?
Leia também:
Nessa semana, tivemos um olhar atualizado sobre quais produtos lideram o ranking de preferência dos brasileiros, em estudo feito pela Avenue. Alguns destaques:
- Entre as ações, empresas do setor de tecnologia e atreladas ao boom da Inteligência Artificial lideram a lista, como Apple e Nvidia.
- Entre os ETFs, fundos atrelados ao Bitcoin crescem em popularidade e já aparecem entre os mais procurados, aproximando-se de produtos mais tradicionais, como aqueles que seguem o índice S&P500 e o setor imobiliário.
O bitcoin, aliás, voltou ao radar dos investidores e do noticiário neste ano após a forte entrada de recursos de investidores institucionais.
A proximidade do Halving, previsto para o dia 20 de abril, promete trazer ainda mais holofotes para a moeda digital.
Isso porque a história tem mostrado um período de grande valorização no ativo sempre que eventos como esses acontecem – embora não haja garantias de que isso irá se repetir agora. Falamos sobre isso em nossa última edição – relembre aqui.
O que mais aconteceu nos mercados.
- Procura-se. Emissões de LCI e LCA têm forte queda após mudanças nas regras.
- Novos caminhos. Debêntures ocupam espaço deixado por produtos isentos e crescem mais de 50%.
- Escolha com sabedoria. Fiagros disparam em três anos, mas inadimplência também sobe.
- De mudança. B3 coloca revisão do Índice de Sustentabilidade (ISE) em curso.
- Segue influenciadores financeiros? ANBIMA divulga guia de boas práticas para os chamados finfluencers.
A novela da Petrobras
Desde que a Petrobras anunciou em março que não distribuiria os dividendos extraordinários, uma série de idas e vindas tem tomado conta do noticiário da companhia.
Desde então, cresceu a desconfiança em torno do CEO da companhia, Jean Paul Prates, e diversos nomes circularam na imprensa como seu possível substituto. Entre eles, o do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, é frequentemente mencionado, embora ele evite comentar o caso.
Mas, ao longo desta semana, a temperatura esfriou. Notícias na imprensa relatam como as críticas a Prates diminuíram, em especial aquelas vindas do ministro de Minas e Energias, Alexandre Silveira. A permanência de Prates passou a ganhar mais força.
Esfria de um lado, esquenta do outro
O presidente do Conselho de Administração, Pietro Sampaio Mendes, foi afastado de seu mandato por meio de decisão liminar da Justiça Federal em São Paulo.
A decisão é resultado de uma ação movida pelo deputado estadual Leonardo Siqueira (Novo-SP). Ele cita um conflito de interesse para pedir o afastamento de Mendes, que também é secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia.
A petroleira irá recorrer da decisão.
E os dividendos extraordinários?
Durante a semana, a Petrobras reforçou que o assunto será discutido na Assembleia Geral de Acionistas, marcada para o dia 25 de abril. Mas há quem acredite que pode vir novidade já na próxima semana. Vale acompanhar de perto.
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- ‘Junior oils’. Fusão da Enauta e 3R pode acelerar M&As no setor.
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- Planos traçados. CEO da Sabesp projeta companhia após privatização.
- Start. Começa temporada de balanços nos EUA com expectativa no setor tech.
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