Radar: Real segue sob pressão com tempestade perfeita

Nota de Dólar ao lado de notas de Real, simbolizando a relação do câmbio entre as duas moedas.
Nota de Dólar ao lado de notas de Real, simbolizando a relação do câmbio entre as duas moedas.

Na retaguarda. Em semana de decisão do Copom, o protagonista foi o real, que continuou em baixa e agora está entre as moedas que mais perderam valor no mundo neste ano. Enquanto isso, o Ibovespa deu certo alívio ao interromper a série de perdas das últimas semanas – o que pode ser uma oportunidade para você.

Mercados na semana

  • Ibovespa: +1,40% | 121.341 pontos
  • S&P 500: +0,61% | 5.465 pontos
  • Nasdaq: +0,00% | 17.689 pontos
  • Dólar: +1,10% | R$ 5,4410
  • Bitcoin: -2,70% | US$ 64.221

Feliz aniversário?

O real comemora seu aniversário de 30 anos no início de julho, marcando um dos planos mais ambiciosos da história econômica brasileira e responsável por combater a hiperinflação entre o fim dos anos 80 e início dos anos 90. Mas a celebração, desta vez, terá um gosto um pouco mais amargo.

A moeda brasileira tem sido protagonista no noticiário pela desvalorização frente ao dólar. Em cerca de um mês, comprar um dólar subiu mais de 30 centavos. A moeda brasileira está entre as de pior desempenho no mundo, e não faltaram comparações nesse sentido ao longo da semana, como você vê na imagem abaixo.

Ranking de moedas em desvalorização em 2024. Real entre as piores performances, abaixo do peso argentino.
Fonte: G1

O que tem acontecido?

Uma tempestade perfeita. Relatório do BTG Pactual aponta dois motivos centrais que explicam a fraca performance no ano:

  1. Dólar mais forte no mundo: a manutenção dos juros altos por mais tempo nos Estados Unidos – na máxima em 23 anos – somada aos números mais fortes da economia americana frente a outras economias desenvolvidas tem dado força ao dólar globalmente.
  2. Preocupações fiscais no Brasil: já no Brasil, o real segue pressionado pela percepção de risco crescente desde o afrouxamento das metas fiscais a partir de 2025, anunciada em abril deste ano, e com tentativas de realizar o ajuste nas contas públicas apenas via aumento de carga tributária – alternativa que tem mostrado sinais de esgotamento.

Vale lembrar: na semana anterior, Haddad e Tebet se comprometeram com uma “revisão ampla, geral e irrestrita” pelo lado dos gastos, mas os investidores aguardam por avanços concretos. A ver.

Prédio do Banco Central do Brasil, em Brasília, com cidade em primeiro plano.

Trégua no Copom

Nesta semana, o noticiário em torno das preocupações fiscais ficou em segundo plano, com as atenções voltadas para o anúncio da manutenção da taxa Selic em 10,50% ao ano pelo Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central).

Leitura rápida do Copom:

  • Decisão unânime: após o racha na decisão de maio, havia grande expectativa por um anúncio sem divisões desta vez. A unanimidade em manter a taxa Selic foi importante para caminhar em direção à retomada da confiança dos investidores no combate à inflação, ao menos por ora.
  • Ciclo interrompido: a manutenção da taxa Selic vem após sete cortes seguidos nos juros, desde agosto do ano passado. Antes deste ciclo, a taxa estava em 13,75%. A expectativa do mercado é de manutenção nestes níveis até pelo menos o fim deste ano.
  • Incertezas para 2025: ao longo da semana, mesmo antes da decisão do Copom, o governo elevou o tom nas críticas contra o Banco Central e voltou a defender juros mais baixos. As falas também aumentaram as especulações sobre novos nomes para comandar o BC a partir do próximo ano.
  • Nova composição do Banco Central: se antes Gabriel Galípolo era franco favorito para assumir o BC, agora discute-se que outras figuras podem entrar na disputa. Circularam na imprensa nomes como o do ex-diretor do BC Luiz Awazu, o do ex-ministro Guido Mantega e o do atual presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

Você também deve ler:

Flechas apontando para cima, simbolizando valorização.

Bons lucros à frente

Lembrete rápido: o Ibovespa interrompeu uma série de quatro semanas consecutivas no negativo. Apesar do fraco resultado do principal índice de ações da Bolsa no ano, quando analisamos as empresas que compõem o mercado, o cenário é mais positivo.

Relatório do BTG Pactual divulgado nesta semana mostra uma projeção de forte crescimento no lucro das empresas domésticas, com aumento de 23,0% neste ano e de 15,2% para o próximo ano.

Traduzindo: lucros maiores com preços mais baixos sugerem que as ações estão baratas – embora seja provável seguirmos em um ambiente de volatilidade pela frente. Para quem se sente confortável com a tomada de riscos, momentos como esses podem representar oportunidades.

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O que mais aconteceu no noticiário corporativo:

Mal-acostumados

Já virou normal: mais uma semana de recordes nos Estados Unidos. Em semana mais curta devido ao feriado de Juneteenth, os índices S&P 500 e o Nasdaq renovaram novamente os recordes de pontuação.

Apesar do otimismo, é importante notar que o movimento nos mercados americanos não tem sido distribuído igualmente, com os ganhos influenciados principalmente pelo rally no setor de tecnologia.

Nesta semana, a Nvidia chegou a ocupar a posição de companhia mais valiosa do mundo, mas logo cedeu o posto em um pódio que tem sido marcado por constantes trocas entre Microsoft, Apple e Nvidia.

E excluindo o setor de tecnologia, como seria a fotografia do S&P 500? O site americano Axios fez as contas e mostrou que a tendência ainda seria positiva, mas em menor intensidade. Veja abaixo.

Gráfico do S&P 500 excluindo as ações de tecnologia. Atualizado até junho de 2024. Fonte: Axios

Durante a semana, o noticiário americano evoluiu sem grandes destaques, à espera de novos sinais econômicos que deem mais pistas sobre as próximas decisões de política monetária.

Ainda se espera que o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, inicie os cortes de juros em setembro deste ano.

O que mais movimentou o noticiário:

Globo sobre notas de dólar, simbolizando investimentos globais.

Novas possibilidades da Renda Fixa

Como mencionamos ao longo desta newsletter, os juros nos Estados Unidos estão nos maiores níveis em 23 anos. E, com isso, abrem-se possibilidades na renda fixa global que em outros tempos não eram consideradas.

Ao menos esse é um caminho que começa a ganhar força entre grandes gestoras de investimentos. A SPX afirmou que esta “é a nova fronteira do crédito privado”, enquanto a JGP citou que a tendência é de aumento na alocação offshore.

Vale lembrar: você também pode acessar os mercados internacionais diretamente e de modo simples, incluindo os produtos de Renda Fixa no exterior.

O que mais movimentou o noticiário:

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