Desconfiança. As incertezas sobre o equilíbrio fiscal no Brasil deram o tom da semana, mantendo a Bolsa abaixo dos 120 mil pontos e um Dólar que chegou a bater os R$ 5,40, enquanto os estrangeiros comemoram novos recordes em Wall Street.
Mercados na semana
- Ibovespa: -1,09% | 119.662 pontos
- S&P 500: +1,58% | 5.432 pontos
- Nasdaq: +3,24% | 17.689 pontos
- Dólar: +1,08% | R$ 5,3819
- Bitcoin: -5,36% | US$ 65.609
Sinal amarelo
O quanto a economia brasileira está comprometida com o equilíbrio fiscal e quais os caminhos para chegar lá?
Essas são algumas das maiores dúvidas que rondam os investidores nesse momento – e que ganharam novos contornos nesta semana –, trazendo impactos negativos em mercados como Bolsa, Dólar e Juros.
O que aconteceu?
- O aumento das incertezas fiscais vem crescendo desde a semana anterior, quando o governo emitiu uma Medida Provisória que limitava o uso de créditos do PIS/Cofins por empresas para compensação de outros tributos.
- A medida, que seria uma alternativa para cobrir os gastos com a desoneração da folha de pagamentos para 17 setores da economia, foi recebida com amplas críticas de empresários e políticos.
- Entre os pontos levantados, empresários alertaram para prejuízos e possíveis aumentos de preços em diversos setores da economia. A MP foi devolvida pelo Senado ao governo.
E qual o plano B? O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegou a dizer que não há, enquanto declarações do presidente Lula, consideradas favoráveis a um cenários de mais gastos, assustou o mercado e fez os estrangeiros tirarem mais de R$ 3 bilhões da Bolsa em um único dia.
E como termina a semana?
Após os dias de maior estresse no início da semana, o governo buscou alinhar discursos e colocar panos quentes nas discussões.
Haddad e a ministra do Planejamento, Simone Tebet, declararam em conjunto que terão uma agenda diária de discussões sobre os gastos públicos.
“Estamos fazendo uma revisão ampla, geral e irrestrita do que pode ser feito para acomodar as várias pretensões legítimas do Congresso e do Executivo, mas sobretudo para garantir que tenhamos tranquilidade no ano que vem.”
Fernando Haddad, durante fala em Brasília na quinta-feira
A ver. Os investidores, agora, aguardam novos acenos em direção a cortes de gastos para reconquistar a confiança perdida nas últimas semanas.
Para acompanhar: na próxima semana, o fiscal se divide com a discussão de política monetária, com o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidindo a taxa de juros na quarta-feira (19). Essa será a primeira decisão após o racha na reunião de maio.
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O que mais movimentou o noticiário:
- Após encontro. Febraban se diz convencida de compromisso de Haddad com o equilíbrio fiscal.
- No próximo ano. S&P vê troca de comando no BC como grande teste para economia brasileira.
- Inflação ganha força. IPCA de maio sente efeitos das chuvas no RS e acelera.
- Fim do ciclo? Gestores passam a enxergar manutenção da Selic em 10,50% ao ano até o fim de 2024.
- Tesouro Direto. Taxas continuam atingindo patamares históricos.
Contagem regressiva para corte de juros
O banco central americano avisou: o ano deve encerrar com apenas um corte de juros. Ruim para os mercados financeiros, certo? Não necessariamente. A semana foi de mais um recorde nos principais índices.
Entenda o que aconteceu
- Na quarta-feira, o Federal Reserve (Fed) manteve as taxas básicas de juros nos EUA no nível mais alto em 23 anos, no intervalo de 5,25% a 5,50% ao ano, em decisão que já era esperada.
- O foco dos investidores estava no material de projeções econômicas divulgada pelo Fed. Na última vez em que havia divulgado suas projeções ao mercado em março, a previsão era de três cortes de juros.
- Ainda assim, o banco central americano não mantém as portas fechadas para dois cortes. Membros do Fed têm reiterado que as decisões são dependentes de dados, portanto essas projeções podem mudar.
- Nesse sentido, a semana teve dados de inflação que fortalecem a projeção de dois cortes de juros. Os dados de inflação ao consumidor e inflação ao produtor de maio surpreenderam ao virem mais fracos do que se imaginava, fortalecendo a ideia de que maio pode significar uma virada no combate à alta dos preços.
- Os números benignos de inflação deram muito mais força à tese do corte de juros em setembro. Segundo a ferramenta CME FedWatch Tool, há uma probabilidade de quase 70% de as taxas de juros estarem abaixo dos níveis atuais em setembro. Uma semana antes, esse número era próximo de 50%.
Corrida no mercado tech
Vale notar que boa parte dos ganhos no mercado americano neste ano está vindo do setor de tecnologia. Veja a imagem do S&P500 no acumulado do ano abaixo (como ler: quanto maior o retângulo, maior o peso dele no mercado).
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Fonte: Finviz
Nele, é possível notar que empresas como Microsoft, Apple, Amazon, Google e Nvidia, todas do setor de tecnologia, não só têm grande relevância no mercado como estão com desempenhos surpreendentes e dominam a alta do índice no ano – muitas delas impulsionadas também pelo boom da Inteligência Artificial aplicada aos negócios.
Também vale a leitura:
- Não será como antes. Powell diz que juros ultrabaixos do pré-pandemia podem não voltar.
- Maiores do mundo. Apple ultrapassa Microsoft em valor de mercado
- Caminho inverso. Empresa brasileira deixa a Nasdaq e estreia na B3.
Mudanças no FGTS
As contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) tiveram uma importante mudança nesta semana, que deve impactar milhões de brasileiros – e segmentos que recebem recursos dessas contas, como o imobiliário.
O STF decidiu na quarta-feira que as contas agora devem garantir a reposição de, pelo menos, a inflação. Veja como era o cálculo até então: Taxa Referencial + 3%
Perdendo para a inflação: notícias na imprensa revelam que o FGTS rendeu apenas 27,9% nos últimos cinco anos, enquanto o IPCA registrou alta de 39,1% no mesmo período. Portanto, uma diferença de pouco mais de 11 pontos percentuais.
Também vale a leitura:
- Imposto sobre imóveis. Entenda mudança no ITBI apresentada em projeto de lei da reforma tributária.
- Atenção também aos fundos. Trecho da reforma tributária inclui fundos de investimento como fornecedor.
- Transparência. CVM esclarece regras sobre taxas de remuneração nos fundos.
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