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O Que é a Taxa Selic? Para que serve

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A taxa Selic é um dos principais indicadores econômicos do Brasil, frequentemente mencionada em discussões sobre economia, finanças e investimentos. Seu papel é tão importante no funcionamento do mercado que vale a pena estudá-la e compreendê-la em detalhes para quem está interessado em investir. Neste guia completo, vamos explorar o significado da taxa Selic, sua influência na economia e como ela impacta seus investimentos.

O Que é a Taxa Selic?

A taxa Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Ela serve como referência para todas as outras taxas de juros praticadas no país, desde empréstimos concedidos por bancos até aplicações financeiras de investidores. O nome “Selic” vem do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, um sistema administrado pelo Banco Central onde são negociados títulos públicos federais. A taxa média registrada nas transações diárias desse sistema é conhecida como taxa Selic.

Essas transações referem-se a empréstimos de curto prazo, com vencimento de apenas um dia, realizados entre instituições financeiras. Os títulos públicos federais são utilizados como garantia nesses empréstimos. A taxa média dessas transações, apurada diariamente, é chamada de Selic “efetiva”. Além disso, existe a Selic “meta”, que é a taxa fixada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central e é sobre essa taxa que geralmente ouvimos falar.

A Importância da Taxa Selic na Economia

A Selic desempenha um papel central na estratégia de política monetária do Brasil, que se baseia em um sistema de metas de inflação. Esse sistema foi criado em 1999 com o objetivo de manter a inflação dentro de uma faixa estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O CMN é composto pelos ministros e pelo presidente do Banco Central e define periodicamente a meta de inflação. O objetivo desse sistema é assegurar a estabilidade da economia e evitar descontroles de preços que já ocorreram no passado, causando a perda do poder de compra da moeda.

A meta de inflação começou em 8%, com uma margem de variação de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Ao longo do tempo, essa meta foi reduzida e permaneceu em 4,5% ao ano por quase 15 anos. Em 2020, a meta foi estabelecida em 4% ao ano, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Isso significa que a meta é considerada cumprida se a inflação acumulada no ano ficar entre 2,5% e 5,5%.

O Banco Central utiliza a taxa Selic como uma das principais ferramentas para controlar a quantidade de dinheiro em circulação na economia. Quando a economia está aquecida e os preços começam a subir, ameaçando a meta de inflação, o Banco Central eleva a Selic. Com juros mais altos, fica mais caro tomar empréstimos, tanto para os consumidores quanto para as empresas e o próprio governo. Isso desestimula o consumo e ajuda a controlar os preços.

Por outro lado, em períodos em que a inflação está controlada ou abaixo da meta, o Banco Central reduz a Selic para estimular o consumo e aquecer a economia. Em resumo, os principais efeitos da Selic no dia a dia dos brasileiros são:

Impacto no Crédito

A taxa Selic é uma referência para o custo das linhas de crédito em geral. Quando a Selic é elevada, os empréstimos e financiamentos tendem a ficar mais caros, pois os bancos e instituições financeiras cobram juros mais altos nessas operações. Por outro lado, quando a Selic é reduzida, os juros do crédito tendem a diminuir.

Impacto no Consumo

O crédito e o consumo estão diretamente relacionados. Quando os empréstimos e financiamentos ficam mais caros devido à elevação da Selic, o nível de consumo tende a diminuir, pois o custo dos produtos e serviços também aumenta. Por isso, uma elevação da Selic geralmente resulta em uma redução das compras. Por outro lado, quando a Selic é reduzida, o consumo costuma aumentar.

Impacto nos Investimentos

De forma geral, uma elevação da Selic beneficia os investimentos de renda fixa, que oferecem uma remuneração baseada em juros. Isso inclui títulos públicos do governo federal, CDBs emitidos por bancos, letras de crédito, debêntures, entre outras opções. Todos esses investimentos tendem a ter uma rentabilidade maior em períodos de Selic elevada. Por outro lado, quando a taxa é reduzida, o retorno desses investimentos também diminui.

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Como é Definida a Taxa Selic

A taxa Selic “meta” é definida e anunciada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. O Copom é composto pelo presidente do Banco Central e por alguns diretores. A taxa meta representa a meta perseguida pela instituição para a taxa Selic “efetiva”. Isso significa que o Banco Central utiliza suas ferramentas, como a negociação de títulos públicos, para conduzir a taxa efetiva o mais próximo possível da taxa meta.

O Copom se reúne a cada 45 dias para decidir qual será a taxa Selic meta para o próximo período. Essas reuniões seguem um calendário definido no ano anterior e costumam durar dois dias. Durante as reuniões, os participantes assistem a apresentações técnicas, discutem perspectivas para a economia brasileira e também global, avaliam as condições de liquidez e analisam o comportamento dos mercados.

Após receber e analisar todas essas informações, considerando também os principais riscos e oportunidades do cenário macroeconômico, os membros do Copom votam sobre os rumos da taxa Selic meta. A decisão é divulgada no mesmo dia por meio de um comunicado distribuído pela internet.

A Importância da Ata do Copom

Embora o resultado das reuniões do Copom seja divulgado imediatamente, o detalhamento das razões por trás da decisão é conhecido apenas alguns dias depois, quando a ata da reunião é publicada. Tradicionalmente, o Copom se reúne durante a semana e a ata é divulgada na semana seguinte.

A ata do Copom é tratada com grande seriedade porque é um importante canal de comunicação do Banco Central com a sociedade, especialmente com o mercado e os agentes econômicos. Quanto mais transparente o Banco Central for, mais alinhadas estarão as expectativas do público em relação às suas decisões.

A confiança gerada pela comunicação clara e constante é fundamental para o funcionamento do sistema de metas de inflação. Quando os agentes econômicos confiam que a inflação e a Selic permanecerão nos patamares estabelecidos pelo governo, eles se sentem mais confortáveis para tomar suas próprias decisões, como tomar empréstimos para investir em seus negócios ou estocar produtos, pois conseguem estimar a demanda futura. A ata do Copom detalha as razões por trás das decisões e fornece uma análise da evolução recente e das perspectivas para a economia brasileira, ajudando a orientar o mercado e os agentes econômicos.

O Papel do Banco Central na Definição da Selic

Após estabelecer a meta para a taxa Selic, o Banco Central precisa agir para manter a taxa efetiva próxima desse valor. A ação do Banco Central ocorre no chamado “mercado aberto”, onde são comprados e vendidos títulos públicos federais diariamente. O objetivo é aumentar ou diminuir a oferta desses títulos para influenciar os juros e manter a taxa Selic próxima da meta estabelecida pelo Copom.

Suponhamos que em uma determinada reunião do Copom tenha sido decidido que a Selic deve aumentar. O Banco Central vai atuar vendendo mais títulos públicos para as instituições financeiras, reduzindo a oferta de dinheiro em circulação e elevando os juros. Essa ação tem o objetivo de desestimular o consumo e controlar a inflação.

Por outro lado, quando a meta é reduzir a Selic, o Banco Central compra mais títulos públicos, aumentando a oferta de dinheiro e reduzindo os juros. Essa ação estimula o consumo e a atividade econômica.

Em resumo, a taxa Selic desempenha um papel central na economia brasileira, influenciando as taxas de juros, o crédito e os investimentos. Ela é definida pelo Copom do Banco Central e sua atuação no mercado aberto visa manter a taxa efetiva próxima da taxa meta. A transparência na comunicação do Banco Central, por meio da divulgação do resultado das reuniões e da ata do Copom, é fundamental para orientar o mercado e os agentes econômicos.


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