Mais alto, por mais tempo. Ou “Higher For Longer”, como tem se dito no noticiário americano. A semana reforçou a tese de que o corte de juros nos Estados Unidos pode demorar ainda mais para começar, enquanto no Brasil o debate sobre juros, inflação e fiscal continuam aquecidos.
Mas foram os resultados surpreendente da Nvidia que ficaram nos holofotes, dividindo a atenção no mundo dos investimentos com o Ether, a criptomoeda da rede Ethereum, que disparou de preço após um importante sinal dos órgãos reguladores.
Mercados na semana
- Ibovespa: -3,00% | 124.306 pontos
- S&P 500: +0,03% | 5.305 pontos
- Nasdaq: +1,41% | 16.921 pontos
- Dólar: +1,28% | R$ 5,1674
- Bitcoin: +3,06% | US$ 69.099
Refazendo contas, mais uma vez
História repetida. As expectativas para o próximo corte de juros nos Estados Unidos podem ser, mais uma vez, adiadas.
O que aconteceu?
- O Federal Reserve (Fed), o banco central americano, publicou na quarta-feira a ata de sua última reunião de política monetária. O texto mostrou um tom mais duro do que se imaginava.
- Em um dos trechos, o documento mostra que os membros do Fed ponderaram que as altas taxas de juros podem estar tendo menos efeito do que no passado.
- Outro trecho diz que vários participantes mencionaram uma disposição a apertar ainda mais a política monetária se os riscos inflacionários se materializarem em uma magnitude que demandaria tal ação – traduzindo: um cenário de alta de juros estaria na mesa.
Ponderações importantes para manter no radar:
- O documento também mostra que os participantes avaliaram que a política monetária está bem-posicionada para responder às condições econômicas atuais e aos riscos ao cenário.
- A ata faz referência à reunião de 1º de maio. Desde então, dados sobre inflação e mercado de trabalho trouxeram certo alívio aos mercados – portanto, os comentários na ata fazem referência a dados defasados.
- Em coletiva de imprensa no início do mês, após a decisão de manter os juros, o presidente do Fed, Jerome Powell, havia avaliado como “improvável” o cenário de alta de juros.
Mesmo assim, com todos esses desdobramentos na balança, a semana terminou com uma mudança nas expectativas de corte de juros.
A tese de uma redução em setembro ainda é majoritária, mas com muito menos força do que uma semana antes. Agora, crescem as expectativas pelo corte somente em dezembro.
Lembrete: segunda-feira os mercados americanos estarão fechados para celebração do feriado nacional do Memorial Day.
O que mais movimentou o noticiário internacional:
- Sinal negativo para corte de juros. Atividade econômica de maio nos EUA sobe no maior nível em 25 meses.
- No Reino Unido, também. Inflação persistente deixa redução dos juros em aberto.
- Expectativa de alta no Japão… Título de 10 anos do governo paga 1% pela primeira vez em mais de uma década.
- E queda na Europa… Prevendo corte no próximo mês, Lagarde vê inflação sob controle.
Coleção de recordes
Quando uma ação pode ser considerada cara? Cotações em suas máximas históricas nem sempre são o melhor indicativo, e a Nvidia é um dos melhores exemplos do porquê você deve olhar para além dos preços na Bolsa.
Após marcar valorização de 239% em 2023, nas suas máximas históricas, as ações agora avançam 127% neste ano.
Veja, abaixo, o gráfico de seu desempenho ao longo dos últimos 5 anos.
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que pode turbinar seus ganhos.
A companhia dominou as atenções do noticiário corporativo desta semana. O motivo? Seus resultados trimestrais superaram todas as expectativas do mercado, impulsionados pelo boom da inteligência artificial e a consequente demanda por seus processadores.
Números superlativos:
- Receita: US$ 26 bilhões. Crescimento de 262%.
- Lucro líquido: US$ 14,8 bilhões. Crescimento de 628%.
- Guidance: receitas de US$ 28 bilhões para o próximo trimestre, também acima dos US$ 26,7 bilhões esperados pelo mercado.
A Nvidia ainda se consolidou como a terceira companhia mais valiosa do planeta, com US$ 2,57 trilhões em valor de mercado, atrás apenas de Apple (US$ 2,91 trilhões) e Microsoft (US$ 3,18 trilhões).
Leia também:
Superando o preço de US$ 1.000 por ação pela primeira vez em sua história, a Nvidia também anunciou um desdobramento de 10 para 1, buscando tornar suas ações mais acessíveis aos investidores – ou seja, para valores próximos de US$ 100.
O que mais você deve saber:
- Grandes gestores. Bridgewater, de Ray Dalio, amplia apostas no setor de tecnologia.
- Matéria-prima para IA. Cobre segue rali e atinge novo recorde.
- Antes da ata do Fed. Ouro também subiu e renovou suas máximas.
Declaração turbulenta
No Brasil, o debate sobre inflação e juros também segue ganhando novos contornos. Nesta semana, o destaque ficou para a declaração do ministro da Economia, Fernando Haddad, de que a meta de inflação de 3% seria “exigentíssima” e “inimaginável”.
“Uma meta, para um país com as condições do Brasil, de 3% de inflação é um negócio inimaginável. Desde que o regime de metas foi instituído, quantas vezes o Brasil teve 3% de inflação? Quantos anos isso aconteceu nos 25 anos do regime de metas?”
Fernando Haddad, em declaração na audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação na Câmara, no dia 22 de maio.
A definição de metas de inflação é definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) com três anos de antecedência. No ano passado, por exemplo, decidiu-se manter a meta de 3% em 2026.
Por que essa fala importa?
Desde a divisão do Copom sobre a taxa Selic na última reunião, os investidores têm monitorado o noticiário em busca de sinais sobre possível interferência política na autoridade monetária.
E isso se reflete em alta nas curvas de juros futuros, como vimos após a declaração nesta semana.
Você também deve acompanhar:
- Panos quentes. Diretor do Banco Central diz ter havido “drama demais” sobre última decisão do Copom.
- Monitorando. André Esteves, do BTG, vê inflação sob controle, mas faz alerta para fiscal.
- Atualização. Orçamento tem novas verbas desbloqueadas e previsão de déficit primário sobe para R$ 14,5 bi.
- Ajuste de contas. Focus vê mais inflação e juros de 10% no fim do ano.
Mudanças em gestora histórica
Um dos fundos mais conhecidos da indústria brasileira passou nesta semana por uma importante mudança em seu quadro: a Verde Asset, de Luis Stuhlberger, reformulou a equipe que comanda as operações em ações brasileiras.
Saíram da operação dois analistas e o gestor Elmer Ferraz. Com isso, Antonio Barreto assume como chefe de pesquisa, e o próprio Stuhlberger agora irá decidir sobre investimentos e risco nas operações em renda variável.
Por que você deveria saber sobre isso?
A Verde Asset é responsável pelo Fundo Verde, um dos mais emblemáticos e mais longevos do mercado brasileiro.
Criado em 1997, ele é conhecido por ter gerado retornos acima de 20.000% desde então, com atuação muito próxima de Stuhlberger na operação. Nas janelas dos últimos anos, no entanto, o fundo tem mostrado dificuldade em superar o CDI.
A mudança também vem em um momento no qual o Fundo Verde reduz a exposição a ativos em renda variável e aumenta a parcela de crédito no portfólio.
O fundo está fechado para aplicações – e as reaberturas, quando acontecem, costumam se esgotar em questão de minutos.
Veja também:
- Demanda em alta. Crédito privado tem novos emissores e mais liquidez.
- Mais destaque na renda fixa. Fundos de infraestrutura, os FI-Infra, acumulam bons resultados.
- Troca aprovada. Magda Chambriard é eleita pelo conselho da Petrobras.
- Ex-Americanas e Santander. Sergio Rial entra como sócio em nova gestora.
- Discutem fusão. Azul e Gol anunciam parceria para compartilhar rotas.
Comemoração no mercado cripto
Os investidores de criptomoedas acompanharam com atenção a aprovação da SEC, órgão semelhante à CVM nos Estados Unidos, para a negociação de ETFs de Ether à vista nas bolsas de valores.
Entenda o caso:
- Há dois documentos que devem ser liberados para o início das negociações. Os formulários 19b-4 foram aprovados pela SEC nesta semana, o que representa uma importante mudança de postura do órgão, que até então dava sinais de reprovação.
- No entanto, as operações ainda dependem da aprovação de um segundo documento, o S-1. Esse trâmite, estima-se, ainda pode levar semanas ou meses.
Ainda assim, o avanço para negociar ETFs de Ether à vista foi o suficiente para oferecer fôlego à criptomoeda, que viu seus preços dispararem mais de 20% na semana.
O bitcoin foi a primeira criptomoeda a ter seus ETFs Spot aprovados no início do ano – o que gerou um enorme movimento comprador por parte de investidores institucionais. Agora, espera-se também uma força positiva para o ether.
Seguiremos monitorando esse tema.
Veja também:
- Na fila. Avanço em Ether gera expectativa por aprovação de ETF de Sol, a criptomoeda da Solana.
- Regulação em debate no Brasil. Banco Central publica calendário para regular criptoativos.
Como a semana se refletiu nos seus investimentos?
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