Trégua. Após semanas de escalada nas preocupações internas, principalmente em relação às perspectivas das contas públicas, os últimos dias foram, enfim, marcados por um alívio que trouxe impactos positivos generalizados, com reflexos positivos sobre os mercados de Bolsa, juros e câmbio.
Mercados na semana
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- Ibovespa: +1,91% | 126.267 pontos
- S&P 500: +1,95% | 5.567 pontos
- Nasdaq: +3,50% | 18.353 pontos
- Dólar: -2,27% | R$ 5,4618
- Bitcoin: -6,40% | US$ 56.461
Disparada e queda do dólar
“Comunicação bem-feita melhora tudo”, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta semana. Este foi o tom dos últimos dias, marcados por uma forte escalada nas preocupações fiscais logo no início da semana e o consequente alívio nos dias seguintes.
O que aconteceu, passo a passo?
- Segunda-feira, 01 de julho: Preocupação fiscal permanece no radar. Surgem rumores de que o governo estaria planejando taxar fundos imobiliários e Fiagros, mas o rumor logo é negado pelo deputado Reginaldo Lopes.Nos dias seguintes, parecer da reforma tributária mantém a isenção de IR para os dois tipos de fundos – mas atenção: a taxação de fundos imobiliários de tijolo ainda está em discussão. Dólar ultrapassa os R$ 5,65.
- Terça-feira, 02 de julho: Lula atribui movimento no câmbio a especulações contra o real e diz que o governo planeja fazer “alguma coisa”. Crescem rumores de possível mudança no IOF sobre o câmbio, que logo é negada por Haddad. Dólar supera barreira dos R$ 5,70 e taxas do Tesouro Direto batem recorde.
- Quarta-feira, 03 de julho: após reunião do governo com a equipe econômica, Haddad diz em entrevista coletiva durante a noite que o presidente Lula determinou que se cumpra o arcabouço fiscal e anunciou o corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias no Orçamento de 2025.Ainda segundo Haddad, algumas dessas medidas poderão ser antecipadas. Mais informações devem ser apresentadas no Relatório de Receitas e Despesas do Governo Federal, a ser divulgado no dia 22 de julho. Durante o dia, expectativas pela reunião já haviam derrubado o dólar para próximo de R$ 5,55.
- Quinta-feira, 04 de julho: após o anúncio da noite anterior, a informação foi recebida como uma sinalização positiva para o compromisso fiscal. Alívio principalmente no câmbio. Dólar cai abaixo dos R$ 5,50 e juros futuros têm forte queda.
- Sexta-feira, 05 de julho: em dia de ressaca após semana movimentada e com poucas notícias de impacto sendo divulgadas, os principais ativos rondam perto da estabilidade.
O que mais você deve ler:
- Dará tempo? Regulamentação da reforma tributária tenta avançar antes do recesso parlamentar, em 18 de julho.
- O que está na mesa. Entenda as principais mudanças sugeridas na reforma tributária.
- Descanso. Campos Neto sai de férias e Gabriel Galípolo assume presidência interina do BC.
- R$ 400 bilhões. Governo lança Plano Safra 2024-2025 para médios e grandes produtores.
Quem manda na Bolsa?
Você provavelmente já leu neste ano alguma notícia apreensiva sobre a saída dos investidores estrangeiros da Bolsa.
Por que acompanhamos esse dado com atenção? Os estrangeiros representam 54,60% do volume negociado no ano, segundo dados da B3 para o acumulado no ano, até 02 de julho.
Ou seja, mais da metade do que é negociado na bolsa brasileira sofre influência do exterior. Veja como é a divisão da participação do volume negociado no mercado:
- Pessoas Físicas: 13,80%
- Investidores Institucionais: 26,80%
- Investidores Estrangeiros: 54,60%
- Instituições Financeiras: 4,00%
- Outros: 0,80%
Por isso, acompanhar o fluxo de investimento estrangeiro na Bolsa é muitas vezes lido como um termômetro para o mercado brasileiro.
E como estamos neste ano? A fuga de capital estrangeiro na B3 já é a mais forte desde a pandemia, em 2020, com a saída de mais de R$ 42 bilhões no primeiro semestre. Neste início de mês, no entanto, o fluxo está positivo em R$ 1,46 bilhão, segundo os dados mais recentes disponíveis, até 3 de julho.
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Por que isso? As explicações para a forte saída no ano têm passado pela manutenção dos juros nos Estados Unidos em níveis altos por mais tempo do que se esperava e pelo aumento da percepção de risco fiscal no Brasil.
Espera-se que uma possível reversão desse quadro volte a atrair o capital estrangeiro. Seguimos monitorando esses volumes.
Você também deve ler:
- Aproveitou? Pagamentos de dividendos disparam 40% no 1º semestre.
- ‘Stocks’ de brasileiras. Confira a lista de possíveis IPOs brasileiros em Nova York.
- Calote. Fundos imobiliários contabilizam inadimplência após calote do WeWork.
Leia também:
Bolsa com sotaque carioca
Em breve, a B3 vai ganhar uma nova concorrente: o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, oficializou o lançamento de uma nova bolsa de valores no Brasil, que será gerida pela Americas Trading Group (AGT).
O que você precisa saber, em 6 pontos:
- Quando começam as operações? A previsão é que se inicie no segundo semestre de 2025. A bolsa ainda está em fase final para obter autorizações regulatórias do Banco Central e da CVM. Também haverá uma etapa de testes dos sistemas, que deve levar seis meses.
- Quem é a ATG? A companhia é comandada por Claudio Pracownik, e foi comprada pelo Mubadala Capital, fundo soberano de Abu Dhabi, em 2023. O nome da bolsa ainda não foi definido.
- Vai competir com a B3? Segundo o CEO, o objetivo inicial é trazer mais volume de negociação para o Brasil. Em um segundo momento, quando não houver mais volume novo para entrar no mercado, deverá haver uma competição pelo market share.
- Quais produtos serão negociados? Segundo reportagens, a nova bolsa começará com operações no mercado à vista de ações e cotas de fundos. Em um segundo momento, também deverá atuar no mercado futuro, de opções e derivativos, além de câmbio.
- Uma mesma empresa pode ter ações listadas nas duas bolsas? O CEO esclareceu que a bolsa do Rio negociará as mesmas ações da B3, incluindo os papéis da Vale e da Petrobras, por exemplo.
- Qual a vantagem? O CEO disse em entrevista a veículos de comunicação que a tecnologia mais nova da bolsa permitirá executar ordens mais rápidas e de modo mais eficiente, reduzindo custos de transação no mercado.
E no cenário corporativo?
- Atenção na Vale. Conselheira independente renuncia; agora são duas baixas em meio à troca de CEO.
- E na Petrobras. Nova gestão troca executivos e aumenta número de indicados políticos.
- Mais uma. Casa do Pão de Queijo pode entrar em Recuperação Judicial; Justiça pede perícia.
- Fusão a caminho. Azul deve apresentar proposta de união com a Gol em até três meses, segundo imprensa.
Novos recordes em semana curta nos EUA
Os investidores americanos tiveram uma semana mais leve – os mercados fecharam mais cedo na terça-feira e permaneceram fechados na quarta-feira. Apesar do pouco tempo para operar, as Bolsas continuaram renovando suas máximas históricas.
O que aconteceu na semana?
“Payroll”. O relatório de emprego, divulgado nesta sexta-feira, era a sinalização mais aguardada pelos investidores na semana – esse é o principal indicador para avaliar a saúde do mercado de trabalho nos Estados Unidos.
O que foi divulgado. O mês de junho mostrou uma desaceleração, passando de 218 mil novas vagas em maio para 206 mil nova vagas de trabalho no mês passado. Apesar de o mercado de trabalho perder força, analistas de mercado projetavam um número ainda menor. Já a taxa de desemprego avançou de 4,0% para 4,1%.
Leitura. Crescem as expectativas pela reunião do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, em setembro.
Números como o desta sexta-feira reforçam a tese de corte de juros, mas é importante lembrar: até a reunião de setembro o banco central americano ainda deverá avaliar mais uma série de indicadores de atividade e de inflação.
Projeções. A probabilidade de novos cortes de juros em setembro subiu consideravelmente em uma semana, passando de 64,1% para 77,6%, segundo a ferramenta CME FedWatch.
O que mais aconteceu no cenário internacional?
- Banco Central Europeu. Ata mostra preocupação com inflação, apesar do corte de juros.
- Diz que fica. Biden sofre pressão de democratas e da imprensa para desistir de disputa presidencial.
- Na mira de reguladores. Nvidia deve ser acusada de práticas contra a livre competição na França.
- Críticas. CEO da Nike enfrenta desconfiança após queda histórica nos preços das ações.
Bitcoin derrete mais de 20%
Especialistas sempre avisam sobre a volatilidade das criptomoedas. Mas, quando esses grandes movimentos acontecem, eles não deixam de surpreender e ganhar as manchetes do noticiário.
É o que está acontecendo com o Bitcoin. Em um intervalo de um mês, a maior criptomoeda do mercado acumula uma queda de 20,6% – ainda assim, no ano, os ganhos são de 27,5%, superando as principais classes de ativos que os investidores costumam acessar.
O que explica esse movimento?
Em relatório nesta semana, o BTG Pactual listou algumas explicações:
- Correção natural dos preços: movimentos de queda são vistos como naturais após longos períodos de valorização. No ano, a moeda chegou a atingir valorização próxima de 70%.
- Cenário macroeconômico: o apetite ao risco dos investidores parece ter se reduzido nas últimas semanas, em linha com o cenário de juros mais altos por mais tempo nos Estados Unidos. Essa redução no apetite parece ser evidenciada pela atividade dos investidores institucionais, que retiraram cerca de US$ 1 bilhão desde 10 de junho.
- Pressão vendedora: grandes detentores de Bitcoin estão se desfazendo de suas criptomoedas – ou podem fazê-lo em breve, é o que sugere o noticiário especializado. Atenção para as seguintes movimentações:
- Mt. Gox: a falida exchange japonesa começou a devolver os cerca de US$ 9 bilhões de bitcoins aos seus credores – e acredita-se que parte deles deverá se desfazer de suas criptos.
- Mineradores: após o halving, quando a recompensa por minerar novas criptomoedas foi reduzida à metade, mineradores estão vendendo algumas de suas posições.
- Governos: os governos da Alemanha e dos Estados Unidos estão movimentando suas carteiras, que são resultado, principalmente, de apreensões feitas pelas autoridades.
Como a semana se refletiu nos seus investimentos?
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