Entre os fundos de investimento negociados em bolsa de valores, um dos tipos disponíveis são os ETFs – Exchange Traded Funds. De fato, o nome significa “fundos negociados em bolsa”. No entanto, a definição vai um pouco além dessa característica. E entender o que define esses fundos é fundamental para decidir se vale a pena investir em ETFs.
Neste artigo, você vai aprender o que é ETF – além de um fundo cujas cotas podem ser compradas e vendidas na bolsa. Também vai conhecer mais a fundo as vantagens e desvantagens desse tipo de fundo. Então, ao final da leitura, você poderá tirar suas próprias conclusões e responder: vale a pena investir em ETFs?
O que é ETF
Um ETF – Exchange Traded Fund é um fundo cuja carteira de ativos está vinculada a um conjunto pré-determinado de ativos. Em outras palavras, sua carteira não é determinada livremente pelo gestor; ela apenas acompanha o conjunto de ativos ao qual está indexada.
Por isso, ETFs são considerados fundos de gestão passiva. Isso significa que eles se contrapõem aos fundos de gestão ativa, aqueles em que o gestor analisa o cenário macro e micro e, dentro dos parâmetros estabelecidos pelo estatuto, tem ampla liberdade para escolher quais ativos comprar ou vender.
Muitas vezes, dizemos que eles são fundos de índice. Isso limita um pouco a definição, já que nem sempre sua carteira está vinculada a um índice. No entanto, essa é realmente a situação mais comum.
O exemplo mais famoso de ETF no Brasil é o BOVA11. Ele está indexado ao Ibovespa, o principal índice do nosso mercado acionário. Portanto, a carteira de ativos do BOVA11 acompanha a carteira teórica do Ibovespa. Consequentemente, seus resultados também acompanham de perto a performance do índice.
Vantagens dos ETFs
A primeira vantagem dos ETFs é, na realidade, uma vantagem comum a qualquer outro tipo de fundo de investimento. Eles oferecem uma alternativa prática para diversificar sua carteira.
Quando você compra cotas de um fundo, não está comprando apenas um ativo, mas uma participação em uma carteira de ativos. Assim, você indiretamente diversifica sua carteira por meio de um único papel, sem ter o trabalho de escolher item por item de sua composição.
Naturalmente, isso não significa que basta comprar cotas de um ETF para ter uma carteira diversificada. Especialistas concordam que é recomendável investir fundos de diferentes gestoras e também de diferentes tipos.
Descubra agora a
NOVA RENDA FIXA
que pode turbinar seus ganhos.
A acessibilidade também é uma vantagem importante para muitos investidores de menor porte.
Mesmo que a construção da carteira não desse tanto trabalho, comprar cada ativo em uma proporção relevante teria um custo elevado. Portanto, seria um obstáculo para esses investidores. Enquanto isso, uma cota de ETF pode oferecer acesso à uma carteira completa por até menos de R$ 100 reais.
E, aproveitando o tópico, o custo também é um fator positivo a favor dos ETFs. Em razão da gestão passiva, a taxa de administração – na qual, em geral, está inclusa a taxa de gestão do fundo – tende a ser menor. Em um fundo de gestão ativa, essa taxa pode ser de 2% ou mais ao ano. Em ETFs, ela costuma ficar abaixo de 1% ao ano.
Leia também:
Outra vantagem importante é o rigor na formação da carteira dos ETFs. Essa frase pode causar alguma confusão, já que você acabou de ver que o gestor desse tipo de fundo não atua de maneira tão ativa. Então, vamos entender melhor.
Os ETFs acompanham conjuntos pré-determinados de ativos; em geral, índices. Os índices não são criados aleatoriamente. Sua carteira teórica segue parâmetros rígidos elaborados por profissionais e é rebalanceada periodicamente. Por exemplo, na carteira do Ibovespa, entram apenas as ações mais representativas e mais negociadas da bolsa brasileira.
Esse mesmo cuidado que existe na formação da carteira teórica do índice é transmitida para os ETFs indexados a ele. Por isso, mesmo sem gestão ativa, tais fundos têm carteiras coerentes.
Para completar, os ETFs são um instrumento que possibilita ganhar exposição indireta a ativos que não podem ser negociados diretamente na bolsa.
É o caso dos criptoativos. Hoje, não é possível negociar criptomoedas, por exemplo, na bolsa. Porém, existem índices ligados a esse universo e fundos indexados a tais índices. Um exemplo é o HASH11, indexado ao índice NCI – Nasdaq Crypto Index.
As cotas desse fundo, assim como as de qualquer ETF, estão disponíveis para compra e venda na B3. Assim, o investidor que deseja ter exposição a tais ativos não precisa abrir uma conta em uma corretora de criptoativos.
Desvantagens dos ETFs
Assim como qualquer ativo do mercado financeiro, os ETFs também apresentam riscos e desvantagens.
Em primeiro lugar, está a tributação. O ganho de capital com a venda de cotas de ETFs está sujeito a uma alíquota de 15% de IR. Tenha em mente que esses fundos não distribuem proventos, como ocorre com os FIIs.
Em segundo lugar, devido à própria natureza desse tipo de fundo, eles podem não ter desempenhos tão superiores à média de mercado. Afinal, não é realizada uma seleção dos ativos com base em uma análise fundamentalista. Em vez disso, via de regra, são considerados fatores puramente técnicos.
Por exemplo, as ações mais representativas e mais negociadas na bolsa entram na carteira teórica do Ibovespa e, por consequência, na carteira dos fundos indexados a ele. No entanto, essas ações não necessariamente representam as empresas com melhor desempenho e prospectos futuros.
E não se esqueça de que índices também podem apresentar desempenho negativo, levando consigo os resultados dos ETFs. Os fundos são ativos de renda variável, e sua rentabilidade não é determinada por parâmetros objetivos. Ela varia conforme uma série de fatores, muitos dos quais imprevisíveis.
Vale a pena investir em ETFs?
Voltamos, então, à nossa questão inicial: vale a pena investir em ETFs? A resposta é clássica: depende.
O investimento em qualquer tipo de ativo vale a pena, na medida em que oferece uma oportunidade de diversificação – e, por consequência, possibilita reduzir o risco e aumentar o potencial de retorno da sua carteira.
No entanto, é preciso avaliar se cada ativo específico, incluindo os ETFs, fazem sentido em relação ao seu perfil, à sua estratégia e aos seus objetivos. Além disso, mais importante do que decidir se investir é determinar o quanto investir. Em outras palavras, você deve refletir sobre a alocação ideal de capital.
Para tomar essas decisões, estar bem informado e ter apoio de profissionais é fundamental. Por isso, é interessante contar com uma assessoria qualificada na hora de formar sua carteira.
Continue acompanhando os conteúdos da Renova Invest para entender os principais conceitos da economia e do mercado financeiro, acompanhar os eventos mais relevantes e conhecer novos ativos que podem entrar na sua carteira de investimentos pessoal.
Disclaimer: As informações apresentadas neste artigo são provenientes de relatórios elaborados por terceiros. Esse material tem caráter puramente informativo, e não configura recomendação ou sugestão de investimento.