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Radar: Mudanças nos investimentos à vista

Bandeira do Brasil em primeiro plano, em cima de moedas em segundo plano.
Bandeira do Brasil em primeiro plano, em cima de moedas em segundo plano.

Cartas na mesa. O cenário parece definido para aquela que deve ser a principal Superquarta do ano: no mesmo dia, em 18 de setembro, devemos ter uma retomada nas altas de juros no Brasil e o fim da maior taxa de juros nos Estados Unidos em 23 anos.

Acompanhe a leitura e entenda os principais acontecimentos dos últimos dias, que marcaram um novo recorde histórico de pontuação do Ibovespa.

Mercados na semana

  • Ibovespa: +1,24% | 135.608 pontos
  • S&P 500: +1,45% | 5.635 pontos
  • Nasdaq: +1,40% | 17.878 pontos
  • Dólar: +0,21% | R$ 5,4794
  • Bitcoin: +9,81% | US$ 63.665

Entre altas e quedas de juros no Brasil

O grande debate no noticiário local das últimas semanas tem sido a possibilidade de aumento de juros no Brasil.

Saberemos de fato a decisão sobre os juros no dia 18 de setembro, evento que promete ser um dos mais aguardados do ano. Isso porque nesse mesmo dia também haverá, ao que tudo indica, o tão aguardado início do ciclo de corte de juros nos Estados Unidos (leia mais à frente).

O que você precisa saber sobre os juros?

  • O provável sucessor de Roberto Campos Neto na presidência do Banco Central, Gabriel Galípolo, continuou a sinalizar para a possibilidade de aumento de juros na reunião de setembro.
  • O Banco Central vem aumentando o tom desde a ata da última reunião, divulgada no início deste mês – esse movimento tem sido interpretado como um ganho de credibilidade da autoridade monetária, e apontado como um dos principais fatores para a forte melhora de ambiente nos mercados.
  • Nesta semana, repercutiu a declaração de Galípolo de que toda a diretoria do Copom está disposta a elevar a taxa Selic, se necessário.
  • No entanto, após críticas de investidores como Luis Stuhlberger, da Verde Asset, de que o Banco Central estaria se colocando em uma situação na qual seria forçado a subir os juros na próxima reunião, Galípolo respondeu que todas as opções estão na mesa, inclusive a de manutenção da Selic.

Afinal de contas, o que esperar para a Selic?

A equipe de macroeconomia do BTG Pactual procurou responder a essa pergunta em relatório divulgado no início desta semana.

Para os especialistas, o cenário deve ser de aumento de juros agora para uma queda no ano que vem. Veja o roteiro dos juros, conforme projetado pelo BTG Pactual:

  • Setembro: taxa Selic sobe a 10,75% ao ano
  • Novembro: taxa Selic sobe a 11,25% ao ano
  • Dezembro: taxa Selic sobe a 11,75% ao ano
  • Janeiro de 2025: taxa Selic sobe a 12% ao ano

Este cenário favoreceria, no entanto, a flexibilização da política monetária novamente já no ano que vem.

Os membros do comitê afirmaram que não estão fornecendo nenhuma forma de orientação futura para a próxima reunião. Mas interpretamos esses avisos como consistentes com a flexibilidade usual que o comitê utiliza em busca de ajustar seu curso de ação e acreditamos que a comunicação já foi tão longe quanto necessário para permitir o início do ciclo.

Relatório do BTG Pactual, em 19 de agosto.

O time de macroeconomia do BTG Pactual, no entanto, reforça que continuará vigilante quanto aos próximos dados econômicos e à comunicação do Banco Central nas próximas semanas para reafirmar ou reavaliar as projeções antes da próxima reunião do Copom.

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Detalhe do rosto de Benjamin Franklin em nota de dólar.

“Chegou a hora”

Já no cenário internacional, o evento mais aguardado da semana era o discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), o banco central americano.

Powell falou durante o tradicional Simpósio de Jackson Hole, evento anual promovido pelo Fed de Kansas City, e confirmou as expectativas pelo corte de juros – com reflexos imediatos nos mercados, como uma forte desvalorização do dólar frente ao real.

“Chegou a hora para a política [monetária] se ajustar (…) A direção da viagem é clara, e o momento e o ritmo dos cortes nos juros dependerão dos dados recebidos, da evolução das perspectivas e do equilíbrio dos riscos.

Jerome Powell, durante discurso em Jackson Hole, em 23 de agosto  

Outros destaques que você deve saber:

  • O presidente do Fed reforçou sua confiança de que a economia americana conseguirá alcançar o soft landing, evento no qual a inflação é reduzida sem causar um forte aumento no desemprego. No início do mês, um receio crescente de recessão havia causado grande impacto negativo nos mercados.
  • Powell também afirmou que os riscos de alta para a inflação diminuíram, enquanto os riscos de queda para o emprego aumentaram.
  • No dia 06 de setembro será divulgado o próximo relatório de emprego, conhecido como payroll. Este será o último relatório de emprego antes da reunião do Fomc e, por isso, economistas estão vendo este dado como de grande importância para balizar as projeções quanto ao tamanho do corte.

No detalhe: o discurso de Powell vem após a ata da última reunião do banco central americano, divulgada nesta semana, já sinalizar que a maioria dos membros do Fed admite o corte de juros em setembro, caso não tenham surpresas nos dados econômicos.

Por que isso importa? Os juros americanos são tidos como referência global, influenciando em mercados e negócios ao redor do mundo. Hoje, essas taxas estão nos maiores níveis em 23 anos, e especulações sobre corte de juros acontecem desde o início do ano. Portanto, há grande expectativa pelo início do ciclo.

Até a tarde desta sexta-feira, a ferramenta FedWatch continuava a prever, com 61,5% de probabilidade, um corte de 25 pontos-base nos juros, para o intervalo de 5% a 5,25% ao ano, contra 38,5% de probabilidade por um corte maior, para 4,75% a 5,00% ao ano.

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Notas de Dólar em impressão.

O dólar (ou o real) em perspectiva

O noticiário econômico acompanha diariamente as variações do dólar sobre o real, mas muitas vezes perdemos de perspectiva como nossa moeda está em relação ao mundo ou, pelo menos, aos nossos pares.


Agosto, por exemplo, é um mês no qual a moeda americana chegou a cair de um pico de R$ 5,80 para uma mínima próxima de R$ 5,40, em um movimento de grande oscilação.

Mas onde isso nos deixa no acumulado do ano?

A moeda brasileira ainda continua a apresentar o pior desempenho do ano quando comparado a demais mercados considerados emergentes. Veja, abaixo, o acumulado de 2024, considerando dados até o início desta semana.

Gráfico do real em relação ao dólar no acumulado do ano de 2024, até agosto, e comparado às moedas de outros mercados emergentes.

Fonte: Bloomberg e BTG Pactual Portfolio Solutions

A valorização recente do real tem sido impulsionada pela melhora no apetite ao risco externo e pelo ganho de credibilidade do Banco Central ao sinalizar o ciclo de alta de juros.

Essa diferença de desempenho da nossa moeda sobre os demais emergentes, no entanto, está associada a fatores internos do Brasil, especialmente em relação às expectativas fiscais, segundo relatório do BTG Pactual.

Portanto, devemos seguir acompanhando novos desdobramentos do noticiário econômico.

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Homem vendo gráficos de investimentos em tela de celular e de computador.

Mudanças nos seus investimentos

Novos produtos, mudanças ou possíveis alterações. Os últimos dias têm sido movimentados para as regras de uma série de produtos de investimentos.

Selecionamos algumas delas que você precisa acompanhar:

LCD. Novo produto de renda fixa isento de Imposto de Renda para pessoas físicas. A novidade recebeu regulamentação do Conselho Monetário Nacional (CMN) nesta quinta-feira e espera-se que as primeiras emissões aconteçam ainda neste ano.

CDCA. Na mesma ocasião, o CMN também revisou as regras do CDCA, investimento isento de renda fixa que voltou ao noticiário neste mês. O produto, agora, tem as mesmas regras de restrição de eligibilidade nos lastros que outros ativos semelhantes, como as LCAs e os CRAs – assim, devemos ter uma diminuição na oferta do produto novamente.

Previdência. Na semana que vem, a Câmara retoma a votação do segundo projeto da reforma tributária. Um dos destaques é a inclusão da cobrança do ITCMD sobre planos de previdência do tipo PGBL e VGBL. Portanto, se você usa esses instrumentos como forma de planejamento patrimonial, sugerimos atenção redobrada. Fale com a gente e saiba como planejar sua sucessão com mais eficiência. 

Proventos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve encaminhar ao Congresso na próxima semana propostas para aumentar a tributação dos Juros sobre Capital Próprio (JCP), bem como do CSLL. Essa iniciativa serviria como forma de compensar a desoneração na folha de pagamentos.

Detalhe de painel com cotações do mercado financeiro.

Para você que investe em carteiras automatizadas

Dica rápida para quem utiliza os serviços para automatizar as compras e vendas das carteiras recomendadas do BTG Pactual: agora, também é possível automatizar o reinvestimento dos proventos, como dividendos e juros sobre capital próprio.

Essa é uma estratégia poderosa para quem busca potencializar os resultados em Bolsa, já que coloca os efeitos dos juros compostos em ação.

Um estudo da americana Charles Schwab mostrou esse efeito ao longo do tempo: considerando um investimento hipotético de US$ 100 mil atrelado ao S&P 500 em 1990, quem reaplicou os dividendos teria um montante de US$ 2,1 milhões em 2022, enquanto quem não reinvestiu teria quase a metade: US$ 1,1 milhão.

Quer automatizar seus investimentos em Bolsa? Fale com nosso time e saiba mais.

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Detalhe de mulher lendo em um celular.

Leitura para o final de semana

Em meio ao atual cenário em rápida modificação e com opiniões divergentes no mercado, você pode estar se perguntando o que fazer com seus investimentos.

Por isso, o time de portfolio solutions do BTG Pactual elaborou dois relatórios que podem oferecer um direcionamento nas suas posições locais e globais: o estratégias de investimento global e o estratégia de investimento Brasil.

Recomendamos a leitura, uma vez que os dois relatórios apresentam um panorama completo de cenário e exploram estratégias de alocação entre diversas classes de ativos e diferentes perfis de investidores.

Lembrando, como sempre, que para uma atualização personalizada da sua carteira sugerimos entrar em contato com o seu assessor de investimentos.

Como a semana se refletiu nos seus investimentos?

Nós temos um time premiado por 5 anos consecutivos e pronto para avaliar os impactos e caminhos para a sua carteira de investimentos.

Aproveite e agende agora uma reunião com um de nossos assessores.

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