Depois da quebra de um dos maiores bancos, o Silicon Valley Bank (SVB), começou os rumores de uma possível crise de crédito no setor bancário no curto prazo. A rápida redução na concessão de empréstimos para famílias e pessoas impacta até na atividade da economia.
A pesquisa mensal do mês de março do BofA, Banco da América, com 212 gestores de fundos, elencou que o medo da crise de crédito é maior que o da própria inflação, para 31% dos investidores. Mas será que há mesmo motivo para tanto medo? Na verdade, o que está acontecendo?
Entenda o que está acontecendo
É um momento como se o mercado de crédito desse uma freada, impactando tudo em volta, como famílias e empresas que precisam dos recursos para se financiarem. Isso pode acontecer por vários motivos, uma restrição de liquidez em que os credores param de emprestar, por exemplo.
Assim, ninguém consegue adquirir crédito no mercado para cumprir com seus pagamentos e objetivos. Outra consequência é que as renovações de empréstimos também ficam mais difíceis, dando mais força para a quebra de companhias em situação financeira mais sensível.
Análise da expert do time sobre a crise de crédito
Pensando em entender melhor o cenário, conversamos com Karina Afuso. Com mais de 10 anos de experiência no segmento de Private Banking e quase 4 anos como assessora de investimentos, ela é pós-graduada em finanças pelo Insper e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner).
Além disso, Karina é sócia e assessora de investimentos da Renova Invest. Inclusive, ela já deu algumas dicas para investir sem perder dinheiro que vale conferir aqui.
Sobre o que está acontecendo no mercado de crédito e essa possível crise, ela explica que os fundos de crédito privado têm sofridos muitos resgates com investidores com receio após o evento do rombo financeiro das Americans.
Isso porque lá em meados de janeiro, a companhia divulgou inconsistências contábeis e em seguida houve o pedido de recuperação judicial. Lembrando de que estamos fanado de uma das maiores empresas de varejo do país.
“Inúmeros fundos de investimentos, inclusive os mais conservadores, tinham papéis de dívida da empresa, porque até então, eram considerados de baixo risco. Com o evento da recuperação judicial houve a marcação a mercado desses títulos, levando muitos fundos caixa conservadores a terem cota negativa”, acrescenta.
Após o trágico evento da varejista em janeiro, logo um mês depois, em fevereiro, veio a notícia de que a Light contratou a empresa Laplace, especializada em reestruturação de dívida. A assessora de investimentos fala que novamente o mercado de crédito privado sofreu e os papéis de dívida da empresa foram reprecificados pelo receio de um default.
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Segundo Afuso, houve outras empresas apresentando dificuldades financeiras como Oi, Marisa, Tok&Stok. Com isso, todo esse cenário de incertezas fez com que mais cotistas resgatassem dos fundos de crédito privado. “Para fazer levantar a liquidez necessária para honrar esses resgates, muitos gestores tiveram que ‘queimar’ papéis, pois a quantidade de resgates foi bem acima da média”, conta.
Nos dois primeiros meses do ano, os resgates somam R$ 12 bilhões. No mesmo período de 2022, a captação foi positiva em R$ 164 milhões, apenas a título de comparação, de acordo com dados da Anbima.
Mas nem tudo está perdido, a sócia da Renova Invest revela que a boa notícia é que em março essa abertura dos spreads generalizada que ocorreu em fevereiro, está se regularizando. Para o investidor que tiver resiliência para aguentar esse cenário desafiador atual, pode ser que tenha bons rendimentos no futuro.
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“Porque se por um lado, tivemos gestores vendendo papéis a preços abaixo do mercado para honrar os resgates, houve muitos fundos de renda fixa e multimercados na outra parte comprando esses papéis e taxas muito atraentes”, conclui.
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