Até no universo da renda fixa, compreender alguns conceitos técnicos é essencial para avaliar riscos e retornos com precisão. Um desses conceitos é a marcação na curva, que influencia diretamente como os ativos financeiros são precificados ao longo do tempo.
Esse método, ligado a investimentos mais conservadores, apesar de parecer um tema complexo, tem um papel bem relevante para investidores e instituições financeiras.
De maneira geral, tanto a marcação a mercado quanto a marcação na curva são utilizados para indicar como é precificado um título de renda fixa. Entenda mais sobre isso neste conteúdo.
O que é marcação na curva?
A marcação na curva é o método utilizado para acompanhar a evolução diária de um investimento de renda fixa, considerando os ganhos acumulados ao longo do tempo.
Essa metodologia permite que o investidor visualize a rentabilidade do ativo, tanto no curto quanto no longo prazo, com base em parâmetros definidos no momento da aplicação.
O cálculo segue a taxa de juros anual acordada no início da negociação. Essa taxa é convertida em uma equivalência diária, ajustando o valor do ativo de forma previsível e consistente ao longo do período.
Por exemplo, um título com taxa de 15% ao ano terá esse percentual transformado em uma taxa diária. Assim, o valor do investimento será ajustado diariamente, somando-se ao principal até atingir o montante final no vencimento.
Isso garante estabilidade e clareza sobre o desempenho do ativo durante toda a sua vigência.
Marcação na curva e marcação a mercado: qual a diferença?
Embora ambos os métodos tenham o objetivo de precificar ativos financeiros, a marcação na curva difere da marcação a mercado na forma como avalia os títulos.

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A marcação a mercado reflete o preço de um ativo com base nas condições atuais do mercado, incluindo oscilações na taxa de juros e na oferta e demanda.
Por exemplo, em um cenário de alta de juros, o preço de um título prefixado cairá na marcação a mercado, pois novos títulos oferecem taxas mais atrativas. Na marcação na curva, esse impacto não é refletido, já que a valorização segue a taxa inicial acordada.
Essa diferença é fundamental para entender o comportamento da rentabilidade de um ativo em diferentes estratégias de investimento.
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Enquanto a marcação a mercado se encaixa melhor para negociações no curto prazo, a marcação na curva favorece quem busca previsibilidade e pretende manter o título até o vencimento.
Entenda melhor o conceito no gráfico a seguir:
Elaboração: Renova Invest
O exemplo apresenta dois métodos de precificação de ativos financeiros ao longo do tempo: marcação na curva (linha verde) e marcação a mercado (linha amarela).
A linha verde representa uma valorização previsível e estável do ativo, que cresce linearmente até a data de vencimento.
Essa curva reflete a taxa de retorno acordada no momento da aplicação, desconsiderando quaisquer flutuações do mercado ao longo do período.
A linha amarela, por outro lado, ilustra o valor do mesmo ativo ajustado pelas condições de mercado. Esse modelo reflete variações causadas por mudanças nas taxas de juros, na oferta e demanda ou outros fatores econômicos.
Por que é importante: se o investidor souber que não precisará resgatar o título antes do vencimento, a volatilidade da linha amarela (marcação a mercado) pode ser irrelevante, tornando a marcação na curva a melhor escolha.
Por outro lado, para quem quer aproveitar oportunidades de venda antecipada ou monitorar o impacto de fatores externos, a marcação a mercado tem mais relevância.
Para que serve a marcação na curva?
A marcação na curva é essencial para investidores que planejam manter o título até o vencimento e desejam evitar que oscilações de mercado afetem a contabilidade de seus investimentos.
Esse método garante que o valor do ativo seja calculado com base em sua taxa contratada, sem interferências das variações diárias do mercado.
Tal modelo é especialmente útil para quem busca estabilidade, já que as flutuações no preço de mercado não impactam o valor final do título.
Assim, o cálculo considera o custo de aquisição somado à atualização pelo indexador, no caso de títulos pós-fixados, ou aos juros acumulados sobre o valor de emissão do título.
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Como funciona a marcação na curva?
Para entendermos como funciona a marcação na curva, imagine que um investidor compra um título de dívida corporativa por R$ 1.000 em 2023, com uma taxa de retorno pré-fixada de 12% ao ano e vencimento em 2033.
Essa taxa é convertida em um rendimento diário, e o valor do título é ajustado diariamente até o vencimento, desconsiderando qualquer impacto de variações de mercado.
Assim, ao final de 10 anos, o título valerá aproximadamente R$ 3.105, resultado do crescimento constante a 12% ao ano.
Um aspecto importante da marcação na curva é que ela isola a carteira de investimentos da volatilidade do mercado. Mesmo que as condições externas, como taxas de juros ou preços de ativos semelhantes, oscilem, o valor do título segue a taxa acordada no momento da aplicação.
Além disso, esse método beneficia fundos de investimento estruturados com ativos marcados na curva, já que as cotas não sofrem rentabilidade negativa causada por alterações de mercado.
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Quais as vantagens e desvantagens da marcação na curva?
Assim como qualquer método de precificação, a marcação na curva possui prós e contras que devem ser avaliados antes de optar por sua utilização.
Vantagens
- Estabilidade: como não reflete oscilações de mercado, oferece uma visão mais estável sobre o valor do ativo.
- Previsibilidade: ideal para investidores que desejam manter os títulos até o vencimento.
- Facilidade de planejamento: permite uma avaliação mais clara de fluxos futuros e projeções financeiras.
- Menos impacto emocional: minimiza a preocupação com movimentos de curto prazo no mercado.
Desvantagens
- Desconsidera o mercado: em caso de resgate antecipado, o valor de mercado pode diferir significativamente do calculado pela marcação na curva.
- Menor flexibilidade: investidores que precisam de liquidez podem se deparar com preços inferiores no mercado secundário.
- Risco de oportunidade: durante períodos de alta nas taxas de juros, a marcação na curva pode não refletir as melhores opções disponíveis.
A marcação na curva é um recurso relevante para investidores e gestores que priorizam mais estabilidade na gestão de ativos de renda fixa.
Compreender como funciona e suas implicações práticas ajuda a tomar boas decisões e alinhadas aos objetivos financeiros.